D O M I N G A N D O
O mar permanece
dentro de um domingo
de chumbo.
Chuva benfazeja
esta sobre
teu volver.
Às tantas
te dás conta
de um
velho sentimento:
o local, o objeto,
a veia circundante
demovendo-te
ao antanho.
Há de se perceber
que estar
temporariamente,
é mais do que ser.
e...
...aberto o baú
de sonhos,
pinças um ou
dois dos mais
relevantes...
Relevas o recente,
não reticente,
instalada em ti,
sem vão constrangimento.
Observo-te regada
a esse plúmbeo dia
a esta nossa nem
tão árdua jornada.
Sei que te quero
de tal modo,
de qual maneira,
geneticamente,
como se o amor
fosse, ele (e tu própria),
um inexplicável DNA.
Walter Silva
Junho de 1996.
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