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Artigos-->Coisas da Democracia -- 23/01/2006 - 15:19 (Paulo Milhomens) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“Todos os dias, milhões de pessoas trabalham arduamente para manter indivíduos extraordinários como nós”. Esse diálogo está registrado no filme “Homem-Aranha”. Depois de derrotá-lo por algumas horas, o senhor Osborn ( milionário industrial ), cuja identidade secreta deriva no Duende Verde – este aliás, grande vilão do aracnídeo – , tenta convencê-lo a trabalharem juntos. A metáfora fictícia é interessante. A sugestão do Duende: somos super poderosos, famosos, temos o poder. E o principal: nosso QI é espetacular, pois somos grandes intelectuais. Se vocês não sabem, Peter Parker (Aranha ) é um gênio das Ciências Exatas, foi ele quem fabricou a própria teia para escalar paredes e tirava notas altas em física. O duende, por sua vez, acumulou fortuna investindo nas patentes da Engenharia Genética nos EUA. “Cara, sabe que não tinha pensado nisso!?” Como eu não lembrava desse detalhe no filme – o diálogo entre ambos – , num corredor universitário um amigo meu fez questão de frisar o que havia observado de antemão. O longa Homem-Aranha foi um sucesso de bilheteria – como quase todos os filmes estadunidenses que versam sobre super-heróis – , mas talvez este seja o detalhe mais insignificante. Primeiro que a indústria hollywoodiana por si só, é uma montanha de dólares irresistível. É justamente por esse motivo que uma imagem forte pode dominar o mundo – mesmo que seu criador seja indefeso. Mas é preciso saber jogar. Existem duas molas propulsoras que movem a Terra: economia e poder. Para não dizer que são a mesma coisa, qualquer pessoa que viva no mundo atual já sonhou com a mega-sena, com as Ferraris e os ternos de Giorgio Armani fabricados em Milão. Qual a grande habilidade do poder? Constituir-se como um mecanismo de seqüestro aos melhores talentos. Já dizia um provérbio chinês que “aquele que obtém uma vitória sobre os outros homens é forte, porém, quem consegue vencer a si mesmo é todo poderoso”. É exatamente por isso que as empresas mais inteligentes ganham no mercado quando contratam os profissionais mais criativos. Que os políticos mais à frente de seu tempo conquistam mais adeptos – deixando sua luminosidade repleta de insetos ao redor, que continuam mantendo velhas práticas políticas ultrapassadas. Filiar-se a um novo momento, respeitando as novas possibilidades de conquistas da sociedade organizada não é tão difícil quanto parece. É necessário adaptar-se ao contexto e relativizar as chances de vencer. Portanto, ser simpático é seduzir seus adversários. Por isso, caros leitores, o governo petista vem baixando sua popularidade com ações administrativas que não lembram em nada seu passado histórico. Não vejo um esquerda no poder, mas uma ambigüidade de interesses não convergindo com o atual cenário das necessidades do povo. Um governo cercado por raposas não poderá ir muito longe. Um governo cercado por raposas não poderá ir muito longe. Repetir-se o tempo todo, não significa nada. Estamos exaustos desse discurso ingênuo de que existe uma “situação difícil”, que o ex-ministro José Dirceu andava dizendo pelos corredores da Câmara Federal que a “imprensa brasileira estava manchando a imagem do país”, mas o que percebo é que essa notória personagem da história política nacional perdeu-se quando não foi capaz de ser um bom empreendedor, pois pensou demais no próprio umbigo. Se desde as lutas operárias e sindicais nos anos 80, o forte movimento sindical do ABC paulista – de onde surgiu o Partido dos Trabalhadores – , nosso Rasputin tivesse sido mais coerente com sua “ideologia”, Roberto Jefferson não teria tido tanto êxito em suas interpretações teatrais na Comissão de Ética da Câmara.



Uma contradição histórica derrubou o homem forte da Casa Civil. No fundo, parecia um garotinho mimado por sua vergonha tênue e baixa popularidade. Não soube utilizar o poder de forma inteligente, o que é um grande mistério, mas vá lá entender os poderosos... Deveria ter admitido logo sua tendência ao neoliberalismo, hoje em voga na política brasileira. Está na hora de pensarmos em uma nova proposta de governo para 2006. Lembrando o grande escritor tcheco de expressão alemã, Franz Kafka, em sua obra “O Processo”, reescrevo um diálogo notório:

“ – É muito fácil explicar essas contradições. Falamos de duas coisas diferentes: por um lado, daquilo que a lei estabelece, e por outro, daquilo que eu cheguei a saber por experiência pessoal”.





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