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Discursos-->Academia de Letras do Brasil - Fundação e Posse -- 24/08/2010 - 09:30 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
23/8/2010 15:15:27

FUNDAÇÃO DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL
CAPÍTULO DISTRITO FEDERAL
DISCURSO DE POSSE
NA ACADEMIA DE LETRAS DO Brasil - Capítulo DF

** Caríssimo Presidente Nacional da Academia de Letras do Brasil, Professor Doutor Mário Carabajal
** Caríssima Escritora, confreira Vânia Diniz, Presidente da Academia de Letras do Brasil - Capitulo Distrito Federal e fundadora deste Sodalício
** Caríssima escritora Manuela Cacilda Lopes, membro do Conselho Superior Nacional da Academia de Letras do Brasil
** Caríssimo escritor e cientista, Samuel Antônio Merbach, presidente da Academia de Letras do Brasil, seccional de São Paulo, e da Academia Mundial de Direito Internacional
** Caríssimos Escritores que passam a integrar este Templo Maior de Letras e Cultura
** Caríssimas Senhoras e Senhores

Estou muito grato aos confrades fundadores imortais, pela honrosa missão, que me cometeram, de proferir o discurso de saudação.
Agradeço a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, pela graça de me haver propiciado o privilégio de integrar este Elevado Sodalício de Cultura – Capítulo do Distrito Federal, criada no ano do jubileu de ouro de nossa querida e sublime Brasília, fundada pelo maior estadista do século, JUSCELINO KUBITSCHEK, coincidindo, com o 510º aniversário da descoberta do Brasil.
Eu, o que menos mereceria fazer a saudação, só posso creditar este mandato à amizade e ao carinho que já nos unem, nesta Casa do Saber. Creiam, com muita alegria, aqui estou, por haver, com a graça de Deus e dos excelentes médicos, extirpado um câncer no estômago que invadira meu pobre organismo em novembro último. Foram-se o estômago e também o carcinoma.
Acreditem, minhas amigas e amigos, ser esta a maior auréola, que recebi em vida, o galardão que me fará lembrar para todo o sempre essa homenagem, que transfiro a vocês e aos nossos amigos deste Templo da Cultura.
Antes, porém, quero homenagear as mulheres que aqui estão, especialmente, as queridas escritoras, que hoje ingressam também nesta Casa, por que:

A MULHER, DOCE CRIATURA,
é a colaboradora graciosa do homem,
a fonte primeira de sua inspiração,
o traço de união entre os seres humanos,
a suprema deusa,
a suprema princesa,
a acalentar o homem altaneiro,
com sua ternura,
com seu amor,
com sua doçura,
com seu calor!

Não é fácil representar escritores e poetas, numa festa de confraternização e de gala. O mandato é um ajuste dos mais importantes e árduos, quando se trata de cumpri-lo, com a grandeza que merecem os mandantes.
E esta Casa de Cultura – Capitulo do Distrito Federal, recém nascida, é tão jovem quanto a cidade, que a abriga, e abre suas portas, acende suas luzes, nesta noite de gala, vibra de emoção e realiza sua elevada e nobre missão de espraiar cultura, comungando todos os seres humanos, entrelaçados por um só ideal, nesta terra, predestinada a criar uma nova civilização, num ponto de encontro e união entre os seres humanos.
Lembro que esta Casa congrega não só brasilienses, mas também gente de todos os rincões, e, por isso mesmo, nossa responsabilidade é redobrada, perante o mundo cultural. E há mais. Brasília, o centro cultural e político do Brasil – a pérola do cerrado - está ultrapassando as mais otimistas expectativas, projetando a pujança dos seus filhos, candangos, pioneiros, semipioneiros, e os que para cá vieram mais recentemente.
Brasília, realmente, está fadada a marcar, com o esforço e a inteligência de seus filhos, o início de um novo ciclo, neste momento em que ninguém mais se entende, a violência campeia, a corrupção corrói as entranhas da sociedade, a solidariedade e a moral deixaram de ser o substrato de uma sociedade que está desmoronando e a civilização se desmanchando.
Parece, minhas caras amigas, meus caros amigos, que não mais tenho confiança no porvir, não mais enxergo a luz, não vejo as estrelas cintilantes iluminarem a escuridão do céu com seu brilho luzidio, não enxergo a lua tingir o céu com sua luminosidade cor de prata, não percebo a presença do Altíssimo, construtor de toda obra do universo, a beleza da vida e do Espírito.
Não é verdade, pois
A vida é o bem maior do Universo.
A vida é uma pequena caminhada, pela Terra.
A vida é um salto rápido, por este mundo.
A vida é o prelúdio da morte, que, certamente, não é o fim.
A vida é o antecedente necessário de um mundo melhor.
A vida é o caminho de comunicação entre o homem e o desconhecido.
A vida é o caminho da purificação, se bem vivida.
E acredito na purificação do homem pelo que ele realiza, pois este é o único ser vivente que pode transformar e modificar a realidade em que vive, de forma consciente.
Quando o progresso material e o espiritual atingirem a plena harmonia e equilíbrio, certamente, será revelado ao homem o Mistério da Vida e do Universo e o porquê e para que habita este Planeta.
O escritor, o poeta, o compositor e o artista têm a grande responsabilidade de, com seu talento, arte e criação, participar ativamente dos grandes movimentos sociais e espirituais, agindo e atuando sem parar.
Escrever é um dom, mas também uma arte e ciência. O Altíssimo presenteou o homem com o verbo, com a inteligência e com o espírito, permitindo que transmita aos seus semelhantes sua alma e seus sentimentos e enriqueça o acervo humano com o que de mais sublime existe: a tradução do que lhe vai pelo interior e a criação artística e científica.
Afinal, quando o escritor ou o poeta escreve, seu espírito começa a divagar, desgarra-se do corpo e inicia a caminhada fascinante. Envolto de desafios, ingressa no mundo fantástico do sonho, do devaneio. Escrever é uma arte e uma necessidade. O escritor, o poeta, o compositor constituem os interlocutores da sociedade e de sua alma.
Eis o poder de um artista, de um escritor, de um poeta, de um artífice da palavra, de um artesão ou de um ourives da imaginação e da inteligência, o arquiteto de um diálogo, de fatos, teses e, porque não, de novos caminhos e mundos, navegando pelas galáxias da imaginação.
E, aqui, estou rodeado de homens e mulheres de letras, de poetas, de arquitetos da palavra e do som, que alumiam a escuridão com a luz incandescente do espírito.
Neste recinto de cultura, no espaço sagrado da Legião da Boa Vontade, ingressam, nesta noite de luz e glória, iluminada pelo seu talento o nosso querido Paulo de Matos Ferreira Diniz, como membro da Academia Mundial de Direito Internacional, patroneado pelo Professor João da Rocha Moreira, advogado, professor e, como o orador que lhes fala, é procurador da Fazenda Nacional, como eu, para honra minha, e ainda 20 talentosos confrades e confreiras de Brasília e Goiás, que passam a integrar a Academia de Letras do Brasil – Capítulo do Distrito Federal. São 20 sonhadores e desbravadores das Letras e da Cultura:
1. Antonio Paulo Filomeno – Patrono Darcy Ribeiro – mineiro de Montes Claros, criador da UNB e membro da Academia Brasileira de Letras.
2. Fátima Paraguassu – Patrono Mário de Andrade – autor de paulicéia desvairada – marco inicial da poesia modernista no Brasil e de Macunaíma. Participou ativamente da semana modernista.
3. Gustavo Dourado - Patrono João Cabral de Mello Neto. Pernambucano, de Recife, destacou-se como escritor de primeira grandeza, diplomata. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 15 de agosto de 1968, na vaga de Assis Chateaubriand. Uma de suas obras maiores, Morte e vida Severina, foi encenada pelo grande ator Paulo Autran.
4. Stella Rodopoulos – Patrono Monteiro Lobato, o maior escritor infantil de todos os tempos, encantando as crianças de ontem, de hoje e de amanhã. Na sua obra, O Presidente negro, não só previu a ascensão de um presidente negro nos Estados Unidos da América, como também concebeu nas décadas do século passado o computador, embora com outro nome. Foi um visionário e sonhador.
5. Jorge Amâncio – Patrono Solano Trindade. É um grande poeta, folclorista, ator, teatrólogo e cineasta. De origem humilde, destacou-se desde cedo como um grande defensor da cultura afro-brasileira.
6. José Carlo Brito – Patrono Augusto dos Anjos. Autor de uma só obra, Eu, que o consagrou para o resto dos tempos, como um dos maiores poetas brasileiros, identificado como simbolista ou parnasiano. Entretanto, Ferreira Gular o classifica como o poeta do pré-modernismo.
7. Érwelley Cardoso de Andrade – Patrono Hélio Pelegrini, destacou-se como psicanalista, político e inspirado poeta.
8. Eu, Leon Szklarowsky – Patrono Castro Alves, o poeta do suspiro romântico, da liberdade, do combate à escravidão e a qualquer tirania. Autor de Navio Negreiro, da Canção do Africano, de Vozes d’África, de Hebréia.
9. Lurdiana Araújo – Patrono, o romântico Gonçalves Dias. É um dos mais inspirados poetas de sua geração. Engrandeceu não apenas seu rincão natal, mas também a poesia brasileira.
10. Edylsia Simas – Patronesse Cora Coralina – Sua casa em Goiás Velho é hoje o Museu que marca para sempre sua passagem pela Terra. Destacou-se não só pela doce e fecunda poesia, mas pelos doces, que tive oportunidade de saborear, quando a diabete não se havia apossado de mim e me permitia sorver os quitutes de Dona Cora.
11. Marcos Antonio Soares de Andrade Filho – Patrono Manuel Bandeira. Pernambucano, de boa cepa, foi o precursor do modernismo, cognominado por Mário de Andrade como São João Batista do modernismo brasileiro. Lembre-se, porém, de que sequer participou da semana modernista.
12. Ridamar Batista – Patrono Eurípides Gomes de Melo. Jornalista, poeta, escritor e político, destaca-se como humanista e defensor dos direitos de homens e mulheres.
13. Maria Felix Fontele – Patronesse Clarice Lispector. De raízes judaicas, nascida na Ucrânia, imigrou para o Brasil, com pouco mais de um ano, aqui se consagrou como doce poetisa, com suas indagações e pensamentos - verdadeiras jóias.
14. Meireluce Fernandes da Silva, a mascote do Sindicato de Escritores – Patronesse Cecília Meirelles. Integrou a ala católica do movimento modernista. Deixou obras imorredoiras que até hoje encantam o espírito.
15. Nestor Kirjner e o encantador Coral Alegria, eleito como coral oficial para todos os eventos, sob a direção da notável maestrina Ana Boccuci, tem como Patrono: Vinícius de Moraes, o poeta dos poetas, lírico, compositor, dramaturgo, foi promovido, post mortem, há pouco, a embaixador, como resgate das perseguições políticas sofridas.
16. Elias Daher, nosso presidente do Sindicato dos Escritores – Patronesse Venina Helena Daher, ilustre e querida intelectual e escritora.
17. Paccelli José Maracci Zahler – Patrono Ernesto Wayne, poeta de Bagé, destacou-se como o mestre erudito que incentiva os alunos a ler, ler e ler, forjando seu espírito crítico.
18. Roberley Antônio Almeida Pereira – Patrono Mário Quintana, o poeta das coisas simples e lindas, foi também tradutor e jornalista.
19. Vânia Moreira Diniz – Patrono Raymundo de Monte Arraes, avô de nossa querida presidenta, jornalista, político, escritor, membro da Academia Cearense de Letras e, sobretudo, um humanista que se sobressaiu por suas obras meritórias.
20. Virgílio Caixeta Arraes – Patrono Heron de Alencar, além de líder de sua geração, destacou-se como grande mestre da UNB.
Os empossados – Acadêmicos Fundadores Vitalícios - são cultores do espírito e eminentes mestres, que, com sua arte, vitalidade e talento, encantam e constroem um novo caminho e um novo edifício, para a humanidade. As cadeiras receberão os nomes respectivamente de cada um dos acadêmicos vitalícios.
Não importam as religiões, os ritos, as etnias, porque um só é o homem, Um só é o Criador do Universo, de todas as coisas e do ser humano, esta Energia presente em toda a parte!
Minhas caras amigas e amigos, horas e horas, minutos preciosos, incontáveis segundos, paciência de Jó, seriam necessários, para que eu pudesse transmitir só um pouco da história, da vida e das obras das confreiras, dos confrades e de seus queridos patronos, porque bordada de riqueza espiritual, que não cabe nos poucos minutos que me propus discursar, para não furtar-lhes o privilégio de cumprimentarem e abraçarem, efusivamente, as confreiras e os confrades que ascendem, neste momento, ao altar deste Sodalício, que faz parte da Academia de Letras do Brasil, tão bem dirigida pelo confrade ilustre, Mário Carabajal.
Rendo, então, minhas homenagens à confreira Vânia, presidente deste Templo de Cultura, ao nosso Presidente Carabajal, que transformaram este sonho em realidade, e aos acadêmicos que não pouparam esforços, para que esta festa se realizasse com tanta alegria e fartura de felicidade.
À minha querida Vânia (nada de ciúme, querido Paulo), às acadêmicas e aos acadêmicos, que me permitiram falar em seu nome, novamente lhes repito que, se não fiz melhor, foi devido à minha pobreza e à emoção, mas tenham certeza, fi-lo de coração. Não poderia furtar-me de rememorar os primeiros versos do poema, EU AMO, da Vânia, plenos de otimismo, que é o de que precisamos nestes momentos de angústia, por que passa a humana gente: Eu amo o dia que está nascendo/ Amo a claridade que me ilumina/ Amo os seres que estão vivendo/ E a natureza que com eles combina.
E assim agradeço-lhes este fidalgo e soberbo compromisso, que me enriqueceu de satisfação e júbilo. Tomo goles de alegria, como se bebesse o néctar dos deuses. Ao nosso presidente nacional, confrade Carabajal, à nossa confreira Manuela Cacilda Lopes e ao nosso confrade da Terra de Piratininga, Samuel Merbach, nossas homenagens e o profundo agradecimento por ter honrado com sua presença esta festa maior de nossa Academia. Estendo essa homenagem a todos os presentes, convidados e meu amigos.
E estamos todos aqui, juntos!
Que o Grande Arquiteto do Universo ilumine a todos nós, para que possamos cumprir o juramento de bem servir a Academia, a sociedade e as letras pátrias e combater a tirania, os seqüestros, o crime organizado, a corrupção, a inversão de valores, a violência e a maldade, com todas as nossas forças, porque a impunidade constitui a matriz e a geratriz de novos e insensatos acontecimentos e o desmoronamento do que ainda resta de bom na alma humana.
Afinal, todo ser humano guarda dentro de si a energia vital e divina, mas poucos a utilizam ou sabem utilizá-la devidamente. Utilizêmo-la, então.
E, assim, concluo esta oração, pedindo uma salda de palmas, para os acadêmicos vitalícios fundadores, agora titulares e imortais desta Academia de Letras, e também para as queridas confreiras, agora imortais desta Casa de Cultura e Amizade.
O pouquinho que sobrar ficará para mim, se vocês permitirem!
Muito, muito obrigado.

Leon Frejda Szklarowsky
Brasília, 23 de agosto de 2010

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