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Contos-->Presságio (2ª parte) -- 27/03/2002 - 12:27 (Felipe Cerquize) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No princípio da década de 70, os pais de Jesus encontravam-se numa posição econômica invejável . Os frutos da geração paz-e-amor fizeram com que o que era uma loja caquética na periferia se tornasse uma das maiores redes varejistas de flores do país. Jesus, apesar da impressão de errante irremediável, não o era de todo, tanto que, no início dos anos Geisel, já estava formado em Administração de Empresas, enxergando os ativos e os passivos com outros olhos. A possibilidade de saber que Elvis Presley morreria em no máximo 3 anos e que entre o fechamento do Congresso Nacional e a explosão de uma bomba no Riocentro haveria o início da Anistia política no Brasil já não era mais aceita com tanta naturalidade. Queria ser uma pessoa normal, que não causasse espanto às outras, que pudesse estar numa roda de amigos sem que lhe perguntassem o resultado da loteria da semana seguinte. Resolveu, então, aceitar o convite do pai, que não conseguia mais tocar sozinho o seu próspero negócio, precisando de uma pessoa de confiança absoluta para poder continuar multiplicando o vil metal nas mãos da família.

Em fins da década de 70, havia chegado à vice-presidência das Organizações Pólen e, àquela altura, a diversificação de atividades é que era o forte da solidez das empresas que administrava. Tudo isto havia sido reconhecidamente impulsionado pela competência do filho pródigo, que, apesar do exercício que cada vez mais hipertrofiava o lobo pragmático de seu cérebro, não conseguia desvencilhar-se das premonições fantásticas que tinha, o que, na verdade, já não o abalava tanto, pois a ambição lhe passara a ser muito mais importante emocionalmente. Sabia que seu pai, doente, em breve não poderia mais estar do seu lado e, por isto, procurou chegar ao conhecimento pleno dos negócios pelos quais zelava. Tinha a certeza de que o "Personal Computer" seria o grande avanço tecnológico no início dos anos 80 e fez com que suas empresas ficassem na vanguarda. Por outro lado, o fato de uma doença sexualmente transmissível estar para vir a ser a maior preocupação da humanidade só o havia levado à certeza de que tinha de se precaver. Seu pai morreu, ainda na primeira metade da década de 80, mas isto não o levou a uma situação de resignação.

(CONTINUA)

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