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Contos-->A Fábula do Lago - Primeira Parte -- 27/03/2002 - 10:58 (Lucio Mario) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Era uma vez um lago que era conhecido como “O Lago do Pecado”.
Próximo a esse lago, em meio à uma sinistra floresta, situava-se um antigo seminário, onde jovens fidalgos e burgueses, por íntima vocação ou por convicção familiar, buscavam o conhecimento da “verdade” através das sagradas escrituras.
Havia uma lenda, corrente entre os padres mais velhos e tradicionalistas, que dizia que o jovem seminarista que abandonasse seus ofícios e suas orações para banhar-se, no verão, em suas refrescantes águas, seduzir-se-ia pelos encantos da Mãe D’água e condurzir-se-ia às suas profundezas.
Entretanto, essa crendice não era compartilhada pelos novos padres vanguardistas. Aliás, dizia-se até que alguns desses padres vanguardistas, especialmente os de origem européia, defendiam, veladamente, a tese da abolição do latim durante a celebração da missa para permitir aos fiéis melhor entendimento das sagradas escrituras em suas respectivas línguas.
Somente era permitido o ingresso nessa instituição religiosa, a jovens oriundos de “boa família”, detentetora de algum título de nobreza ou de excelente prestígio financeiro, devido ao elevado custo para manutenção daquela instituição. Entretanto, após exaustiva análise por parte de seu conselho administrativo, determinou-se a abertura de exceção para o caso específico do Filho do Capataz de uma fazenda cafeeira, denominada “Vitória”, cujo ensino seria integralmente custeado pelo Fazendeiro Burguês, dono dessa propriedade, devido ao fato de que seu próprio filho também estaria ingressando naquela instituição religiosa.
O Filho do Fazendeiro Burguês e o Filho do Capataz eram amigos inseparáveis desde a mais tenra infância e em ambos despertou-se a mesma vocação: o sacerdócio. A princípio, tanto o Fazendeiro Burguês quanto o Capataz tentaram dissuadir seus únicos filhos desse intento, oferendo-lhes, inclusive, favores sexuais de prostitutas. Entretanto, em função da fervorosa resignação dos dois jovens, o Nobre Fazendeiro e o Capataz deciram, então, consultar ao Bispo Alemão, um velho sorridente e bonachão, por ocasião da celebração, naquela localidade, da cerimônia da Crisma, na qual seus filhos receberiam a aposição desse Sacramento, tendo Sua Excelência, após inquirí-los sobre a suposta natureza de suas vocações, não somente assentido como explicitamente recomendado o internamento de ambos em uma instituição religiosa.
Dentre aqueles que não possuíam vocação natural para o sacerdócio estava o Filho da Nobre Viúva, cujo ingresso naquela intituição fora condicionado antes mesmo de seu nascimento, em função de uma promessa feita pela Nobre Viúva à Santa Edwiges, a qual, somente viera a ser cumprida após a morte de seu Nobre Marido, que lhe era radicalmente opositor. Coube, então, ao Filho da Nobre Viúva, mesmo a contragosto, acatar aos desígnios que o destino, implacavelmente, imputava-lhe, afinal, decorrido todo o sofrimento acarretado pela agonia e perda de seu Nobre Pai, recaiu-se-lhe a responsabilidade pela manutenção do abalado estado de saúde de sua Nobre Genitora.
Naquele verão, como de costume, o calor era intenso, o que obrigava aos padres a redobrar a atenção sobre seus pupilos para evitar que esses abandonessem aos seus ofícios para banharem-se nas refrescantes águas do lago. Certo dia, tendo o Filho do Fazendeiro Burguês e o Filho do Capataz concluído as tarefas, as quais, havia-lhes designado o Padre Italiano, solicitaram-no permissão para banharem-se no logo, posto que estavam tão habituados à tomar banho de rio e de cachoeira na “Fazenda Vitória” que não conseguiam refrear esse desejo. O Padre Italiano, que era da linha vanguardista, não vislumbrou problema algum em dar-lhes tal permissão, entretanto, recomendou-lhes extrema discrição para evitar a atenção dos padres tradicionalistas.
Seguiram, pois, os conselhos do Padre Italiano e esperaram o momento certo, quando nenhum padre estava presente no pátio para saltarem o portão dos fundos, sem se apercebessem, no entanto, que o Filho da Nobre Viúva, seguira-os. Esse, ao chegar ao lago, quando avistou-os nus, a banharem-se, trocando gestos de carinho entre si, chocado, retornou ao seminário e avisou a um grupo de padres tradicionalistas que se reunião em oração.
O Filho do Fazendeiro Burguês e o Filho do Capataz foram, sumariamente, expulsos do seminário.
A notícia de que o Filho do Fazendeiro Burguês e o Filho do Capataz foram expulsos do seminário por prática de ato de pederastia foi motivo de desonra e vergonha para suas famílias.
O Filho do Fazendeiro Burguês foi obrigado por seu pai a contrair núpcias com uma de suas primas e enviado para assumir outra fazenda cafeeira, de propriedade da família, ao sul.
O Filho do Capataz foi espancado e expulso de casa por seu pai. Partiu sem pertence algum, rumo ao norte, tendo encontrado acolhida, após sucedidas tentativas frustradas, nos braços de uma Velha Prostituta Francesa conseguiu-lhe abrigo e um emprego como operário na construção de uma ferrovia.
Anos mais tarde, o Filho da Nobre Viúva, ordenado Padre, seguia ainda aos preceitos estabelecidos por sua Nobre Mãe que, embora falecida, fazia-se presente em todas as cerimônias que celebrava, numa pequena paróquia distante, exortando-o a fortalecer sua frágil fé por meio de penitências e atos de auto-flagelação.
O Filho do Fazendeiro Burguês, apesar de ainda não ter gerado o neto tão ansiado pelo seu Pai Burguês, cumpria resignadamente com seus compromissos matrimoniais para com a sua prima, a quem não amava como esposa e o Filho do Capataz, vez por por outra, ainda mantinha relações sexuais com a Velha Prostituta Francesa em troca dos favores que outrora obtivera.
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