O Peba voltou mais cedo
De vota pro seu buraco
Seja por medo do dedo
Ou por receio do taco
Mexeu com quem não devia
O Fiúza co’a fala macia
Mandou o Pebinha pro saco.
O povo que habita a Usina
Preza pelo respeito
Seja menino ou menina
Tenha ou não tenha defeito
Isso não dava ao Pebinha
Direito a fazer picuinha
Com linguajar tão estreito.
Entendo que o Peba agora
Tenha aprendido a lição
Depois desse bota-fora
Vai evitar confusão
Deve ir buscar mais cultura
Voltando com a cara dura
Mas sem usar palavrão.
O Peba estava enganado
Usou palavrório obsceno
Fiúza é um cabra letrado
Que honra o nome Pequeno
Eu no cordel sou novato
Não trago nenhum aparato
E piso de leve o terreno.
Saúdo a quem já domina
A arte de cordelar
Chego, beijo a botina
Das feras deste lugar
A professora eu conheço
Por quem tenho enorme apreço
Permitam me apresentar
De Hélio fui batizado
No Estado da Guanabara
Do alto do Corcovado
Contemplo a beleza rara
Da terra abençoada
Que a imagem afeiçoada
Do Cristo não desampara.
Não sou nas letras formado
Rendo-me a intuição
Pra enviar meu recado
Que trago no coração
Meu pai me pôs o feitiço
E é justamente por isso
Que eu escrevo até então.