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Artigos-->O melhor governo de todos os tempos! -- 31/12/2005 - 11:16 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O melhor governo de todos os tempos!



Ele vive fazendo comparações de seu governo com os anteriores, notadamente com o de Fernando Henrique Cardoso. Até parece que tem um problema mal resolvido com o ex-presidente.

Ele já se equiparou com Juscelino e não estou bem certo se também não fez o mesmo com Getúlio Vargas, mas a verdade é que é uma preocupação recorrente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacar as ações de seu governo mediante o contraste com os que vieram antes dele.

Esse comportamento revela muita insegurança com relação à administração que comanda e um certo primarismo político.

Não se passa um dia sem que ele proclame que nunca, ou pelo menos nos últimos períodos governamentais, se alcançaram marcas que ele conseguiu suplantar nos pouco mais de novecentos dias de seu governo.

Quando li recentemente na imprensa que em 2004 o número de casamentos no país foi o maior dos últimos dez anos, como também o de adolescentes grávidas, pensei que esses recordes estavam sendo anunciados pela Casa Civil como realizações de seu governo, sem me dar conta do que realmente significavam.

Foi uma ação reflexa, de tanto ouvir ele papaguear os feitos de sua gestão.

Ninguém está preocupado em “medir” o quanto um governante é melhor do que outro. O que o povo espera de seus dirigentes, principalmente os que votaram neles, é que ajam com honradez, que dêem continuidade aos programas que beneficiam a população e que cumpram as promessas de campanha, realizando os projetos que apresentaram.

Cada governo que assume, em qualquer nível, deve fazer mais do que o anterior, pois vai colher os frutos do que foi plantado, beneficiar-se das experiências bem sucedidas, aperfeiçoar ou ajustar o foco dos programas que não estão indo bem e dar início aos projetos a que associará sua marca pessoal.

Mas, de tanto ouvir ele dizer que é o maior resolvi fazer uma análise não quantitativa sobre seu governo, comparativamente aos anteriores.

O que é fora de dúvida quanto ao êxito de sua administração, a vitrine que exibe para nós e para os outros países é a política econômica.

Ora, os pressupostos e objetivos dessa política, a duras penas mantida pelo czar da economia, Antônio Palocci, inclusive contra o “fogo amigo”, é rigorosamente a mesma herdada do governo de Fernando Henrique Cardoso, com o agravante trazido por medidas mais rigorosas na área dos juros e da carga fiscal.

Os programas sociais que seriam a marca registrada do novo governo, inicialmente reunidos sob o ilusionismo do “Fome Zero”, depois transmudados para o “Bolsa Família” consistem na inteligente unificação de vários projetos da gestão anterior, com uma operacionalização mais eficaz, reconheça-se.

Nas áreas de Educação e Saúde, infelizmente não houve avanços, mas até um certo retrocesso.

É bem verdade que seria muito difícil este governo dar novos passos depois das reformas que José Serra, na Saúde e Paulo Renato, na Educação fizeram, eles que permaneceram servindo à administração FHC durante praticamente os mandatos dele.

Basta ver que até agora Lula teve nada menos de seis (ou foram cinco?) ministros nessas pastas.

As estradas federais ganharam novos buracos. Continuam em petição de miséria!

A equivocada Reforma Agrária, mesmo num governo fortemente vinculado ao MST e sob a gestão de um ministro oriundo da esquerda radical do PT, não cumpriu as metas que o candidato estabeleceu.

O país não gerará dez milhões de empregos, provavelmente nem a metade disso e o salário mínimo não será duplicado em quatro anos, promessas que embalaram o sonho e as esperanças de muita gente.

Felizmente, o programa de eletrificação rural – que mudou a denominação de Luz do Campo para Luz para Todos, deu um salto qualitativo e quantitativo, como aliás reconhece o ex-ministro Rodolpho Tourinho, que o engendrou.

Como avaliar a política externa?

Parece que nossa relação com os paises do mundo mudou um pouco, com a maior aproximação com Cuba, certamente a ditadura mais duradoura do planeta e com a Venezuela, de Hugo Chaves, mas a gente não sabe se isso é bom para o país.

É certo que a campanha por uma vaga no Conselho de Segurança de ONU deu em nada, graças a Deus, bem como o Programa Fome Zero Mundial, e embora a figura do presidente Lula, um operário que nunca leu um livro, líder sindical de inegável mérito e carisma, continue a merecer respeito e curiosidade, esse prestígio não parece ter gerado nada de concreto para nosso país.

O agronegócio continuou embalado e gerando divisas, sem mudanças significativas nas políticas, embora tenhamos experimentado um recuo por conta da aftosa.

Nossas exportações, ano a ano, estão a bater recordes, mas isso não se deve à ação do governo: uma conjuntura mundial favorável, aliada à enorme garra do setor privado – apesar dos juros ainda muito altos e do real valorizado – são os responsáveis por esse notável desempenho.

Apesar de ventos muito favoráveis na economia globalizada – o contrário do que sucedeu durante os mandatos de FHC, com várias crises mundiais - nosso crescimento foi pífio!

Há ainda outros setores que poderiam ensejar uma comparação, mas este governo não criou nada de muito importante. A obra com que pretende eternizar seu nome é o polêmico projeto da transposição do rio São Francisco, algo no reino da utopia, que está dividindo os nordestinos.

O que se vê de extraordinário, realmente, e que torna o governo Lula imbatível, é o nível da corrupção e da desfaçatez.

Nunca como agora a roubalheira foi tão grande e institucionalizada, começando pelo partido considerado vestal da política, o PT da ética e da moralidade, alcançando órgãos governamentais e empresas públicas e espraiando-se pelo Congresso Nacional.

O presidente Lula, é claro, nada viu, não sabia de nada e até hoje não acredita no tal “mensalão”, que é tão somente a rubrica com que se apelidou a ladroeira.

Não votei em Lula na eleição passada porque preferi escolher o político que entendo ser o melhor gestor público do país, mas não me contrariei com sua eleição.

Pelo contrário! Como milhões de brasileiros tive orgulho em ver um homem do povo chegar ao mais alto cargo da nação.

Mas esse sentimento durou pouco, ficou para trás e o que surgiu daí foi um governo inepto, sem criatividade, que jogou forra a esperança que criara e abandonou seus princípios e projetos.

Por mais blablablá que ele derrame sobre a população e novas promessas que venha a fazer vai ser difícil a Luiz Inácio Lula da Silva convencer seus eleitores a levá-lo de volta à presidência.

Coisa que seria fácil se seu governo tivesse sido o melhor da história contemporânea do país, como ele tanto apregoa...

Salvador, 31 de dezembro de 2006.



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