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Artigos-->A EUROPA JÁ TEM DINHEIRO -- 18/12/2005 - 23:14 (José J Serpa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os funcionários da União Europeia já podem dormir descansados. Os seus chorudos ordenados, pensões, subsídios de habitação, de educação dos filhos, de viagens ao país de origem... estão garantidos. Pelo menos até 2013.



Ainda é muita gente. São cerca de 35.000 pessoas que este ano custaram à União a bonita soma de seis mil milhões de euros. Cerca de metade, três mil milhões, foi para os que servem na Comissão Europeia, às ordens de Durão Barroso que deu boa conta de si na luta para pressionar os ingleses a apresentar uma proposta de orçamento aceitável.



O novo orçamento para 2007-2013, que acaba de ser apresentado pela Inglaterra e já foi aprovado pelos outros 24 membros, ainda não é definitivo. É mais uma proposta financeira que tem de ser agora aprovada pelo Congresso Europeu e, depois, ano após ano, transformada em orçamentos anuais. Mas é um passo em frente. A crise está ultrapassada e, no dizer de Durão Barroso, Europe is on the move... É certo que ele pedia muito mais para fazer face às enormes despesas a cuja gerência tem de presidir, mas, como político que é, resignou-se ao inevitável e lá se arranjará. É bem verdade que a política é a arte do possível.



De acordo com a proposta inglesa, as duas maiores fatias do bolo orçamental, para o septénio seguinte vão para a chamada política agrícola comum (CAP, na sigla inglesa) que há-de levar perto de metade dos 862,36 mil milhões de euros, e os fundos de ajuda regional que leva cerca de 30%.



A França é de longe quem mais beneficia dos fundos agrícolas, mas a Espanha, a Alemanha e a Itália também são contempladas com enormes fatias. Dos fundos de desenvolvimento regional a Espanha é quem mais ganha, quase 30.000 mil milhões de euros.



Para custear todas estas despesas cada um dos 25 países membros terá de entregar nos cofres da União uma quantia igual a 1,045% do seu produto interno bruto. Os mais ricos dão mais, os mais pobres dão menos, mas todos dão. Depois cada um recebe segundo a sua necessidade, sobretudo em subsídios à agricultura e em fundos para desenvolvimento regional.



Bem feitas as contas do que cada um dá e do que cada um recebe, a União Europeia, por enquanto, continua a construir-se à custa dos alemães, dos ingleses, dos italianos, dos holandeses, dos franceses, dos suecos, dos austríacos, dos dinamarqueses e dos finlandeses, que são os que mais contribuem e menos recebem em troca. No ano passado, por exemplo, os alemães acabaram com um saldo negativo de oito mil e quinhentos milhões de euros, seguidos dos ingleses, com um saldo negativo de quatro mil e seiscentos milhões de euros e dos italianos com três mil e quatrocentos milhões de euros.



Do outro lado da equação estão os que recebem mais da União do que aquilo que contribuem. A Espanha, no ano de 2004, acabou com um saldo de sete mil e novecentos milhões de euros a seu favor, seguida da Grécia com quatro mil e cem milhões de euros e de Portugal, com três mil e cem milhões de euros.



Para o septénio de 2007 a 2013, naturalmente vão acontecer alterações, mas os grandes contribuintes e os grandes beneficiados continuarão a ser os mesmos.



O que há de fascinante em tudo isto é que países que há uma geração procuravam destruir-se uns aos outros estão agora a ajudar-se uns aos outros.



É claro que isto não é fácil. As crises sucedem-se, mas, uma a uma, vão sendo ultrapassadas.



Esperemos que, de cada nova crise, a Europa saia mais unida, mais forte e mais consciente de si mesma.

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