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cronicas-->Uma carta para Mário -- 09/01/2002 - 04:55 (Douglas Lara) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ano novo, vida velha, o que tem de novo mesmo é quando recebo cronicas como as do Mário Persona, como acredito que ele não vá se importar, e para quem não conhece, resolvi dividir alguns trechos com o meu leitor (por favor, alguém do outro lado deste micro pode dar algum sinal de vida?) (Paulo Betti, meu honorável vizinho de coluna, está me lendo aí? Faça essa gentileza, que eu também depois quero ver o seu filme, o Cafundó).

Escreveu o Mário:

cronicas de NEGÓCIOS No. 22
"Prezado leitor,
Semana passada um leitor escreveu reclamando da falta de meu prefácio. Achou que ficou impessoal. Fiquei contente por saber que DUAS pessoas lêem meus prefácios. Na semana anterior eu havia recebido e-mail de uma leitora que também tinha lido. E encontrado um erro de português."
Virei os feriados trabalhando. Uma boa maneira de se começar o ano. De tantas madrugadas invadidas, a gente até perde noção se ontem era hoje ou se hoje foi amanhã. Como tinha hora em que o cansaço pegava, comecei a viajar na imaginação.
Numa dessas viagens, criei um blog. Para quem ainda não sabe o que é, dê uma olhada no blog do Hernani Dimantas, que entende do assunto (http://www.mercadohype.blogspot.com/). Ou crie o seu lá ou no Blig, do www.ig.com.br .
Acho que era véspera de Natal. Estava lendo um livro do Malba Tahan, daquelas histórias árabes que nunca acabam, e decidi plagiar a idéia. Uma brincadeira qualquer, tipo diário fictício, escrito em inglês sem revisão, com sono e sob um pseudónimo. Para rir comigo mesmo. Um contador gratuito de estatísticas me levava a interromper de vez em quando o trabalho só para ir lá olhar.
Madrugada de domingo para segunda, últimos minutos do tempo regulamentar de 2001, tomei um susto. O contador parecia bomba de gasolina. Quinze visitantes únicos por hora! O endereço deve ter ido parar em algum fórum de discussões. Sem querer eu tinha criado um "buzz", burburinho, buchicho, algo que o jornalista Carlos Pimentel Mendes explica bem em http://www.novomilenio.inf.br/idioma/20000916.htm#fim
Quando o marcador ultrapassou a marca de novecentos visitantes únicos só naquela virada de ano, achei melhor colocar uma nota no blog explicando tratar-se de ficção. Ainda estou pensando em como coar uma lição disso tudo e transformar a história em uma crónica. Enquanto isso ela fica lá, secreta, incógnita e anónima. Apenas um testemunho de que o blog é uma ferramenta ainda a ser descoberta e explorada.
Como que para me redimir de ter escrito uma ficção com ares de história real usando um pseudónimo, a crónica desta semana é justamente sobre evitar essa tentação de usar a tecnologia para transformar seu negócio num pastel de vento. Boa leitura e bons negócios.
Mário Persona"

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Aqui, uma pausa depois do prefácio do Mário e antes de falar de sua crónica, "Nem Tudo Que Reluz é Ouro". Peraí. Numa certa parte do prefácio ele se lembrou de mim. Não se conformou em deixar passar um deslize de digitação na crónica anterior, coisa que eu também vivo fazendo, mas como é bom dizer a um expert "Tem um erro aí!". O certo que isso, em vez de atrapalhar, nos aproximou. O Mário se preocupou, porque gosta de tudo perfeito, mas não levou a mal.
Gosto das cronicas do Mário desde uma que li onde ele falava de negócios e, ao mesmo tempo, quase (quase!) deu a receita de um pudim que comeu em Loulé, Portugal. Receita que está devendo aos seus leitores.
E, como o Mário, eu também "passei a passagem" trabalhando, pelo menos uma coisa a gente tem em comum. Estava tentando dar uma arrancada no meu livro Buraco Fundo - Ensaio Sobre a Pobreza enquanto espoucavam os fogos, as bebedeiras, e blim blem blom. Livro este onde qualquer semelhança com fatos da vida cotidiana será mera realidade. Mas, botando o pé no chão, perspectiva de grana para janeiro, fevereiro e março, nenhuma. Só que eu não escrevo por diletantismo, como querem os donos dos grandes jornais. Escrevo por doença (escrever é uma doença) e por necessidade, porque é o que eu sei fazer. E tem meses em que escrevo e não ganho um tostão furado, como acontece com milhares de colegas de infortúnio neste Brasil varonil. Em desespero de causa, acabei mandando um email para o Mário, que resolvi dividir com você. Para ver o que é a vida de escritor, tragicómica e sem glamour, que na verdade vive não vive caçando aplauso, mas serviço. Mas vamos ao email:

"Querido Mário
Muito bom que não tenha dito meu nome, melhor assim, porque eu tenho uma meta na vida da qual já cumpri pelo menos a metade, e essa meta é ser rica e anónima. Só está faltando ser rica e cada vez que me confirmam o meu anonimato eu festejo, porque isto mostra que estou a meio caminho do meu objetivo.
E CLARO que todo mundo lê o que você escreve, eu também. Aliás, se eu não tivesse tão dura, queria muito ir no Tuesday-talicoisa que deve acontecer em Campinas dia 19, no Galeria Shopping, só pra te conhecer pessoalmente e levar, de surpresa, um belo dum manjar branco, melhor que aquele de Loulé. Pronto, agora já não é mais surpresa.
Só me faltam:
1. Grana pra viagem
2. Grana pra roupa do encontro
3. Grana pra gastar lá fingindo que tenho grana
4. Alguma grana (pouca), o suficiente para tirar da minha cara o ar de cachorro que caiu da mudança, e acrescentar na mesma minha cara um jeito de que estou bem empregadíssima, coisa que fatalmente iria atrair os outros ´encontristas´ e quem sabe me daria algum serviço.
5. E, por fim, uma fórma de pudim com tampa, a fim de transportar o manjar branco, coisa que, sem ela (a tampa), o manjar chegaria no encontro esvaído em caldas.
Bem, enquanto nada acontece, eu apelo para você, neste duomilionésimo segundo feliz ano novo, se por acaso tem algum trabalho pra me passar, indicar, sugerir ou me dar diretamente.
Ontem uma prima me ligou de São Paulo, preocupada comigo, porque não sei se você sabe, Mário, eu recebi o quarto prêmio no Poetry Contest, um poemeto em inglês chamado Still Life (digite www.poetrycontest.com e procure lá o meu nome, verá o poema), estou classificada entre os 33 melhores, vou DE NOVO para uma coletànea de poetas em inglês, não vou comprar o livro, que é caríssimo, a não ser que ganhe o premio de 10 mil dólares que virá para um dos 33 finalistas.
Pois bem, minha prima, preocupada, pois, se eu ganhei prêmio no Poetry Contest, é porque devo falar bem o inglês, e ela se empolgou quando viu no jornal que um navio está recrutando pessoas com nível primário e inglês fluente para ganhar 3400 reais por mês, com contrato de 7 meses, em alto mar.
Esta, portanto, foi a mais recente e brilhante idéia que me passaram de um emprego, claro que eu digo às crianças e ao cachorro "Vou ali e já volto", pego uma mochila e vou pro alto mar aos 49 anos de vida, voltando de lá com quase 48, isso mesmo, já que eu enfezei e decretei contagem regressiva.
Emprego, então, é o que não falta, o duro é chegar nele. Bom, pra encurtar a conversa, você tem aí alguma coisa pra mim?
Vou ler o que é um blog (ainda não li seu artigo, só o prefácio), será que tem um espaço onde eu faça um blog (se blog for o que estou pensando, é um vómito literário) e ele seja lido por zilhões de pessoas como acontece com os seus escritos, e, para isso, você não pode dar uma mãozinha?
Afinal, se para inovar devemos realmente inovar, por que não ajudar uma brasileira com 3 filhos, escritora, f*dida, viúva e teimosa a encontrar um jeito de ganhar dinheiro escrevendo, sem ter que ir dançar com nenhum seo Nacib, como sói acontecer nesta latinoamérica?
Estou procurando serviço vivo ou morto, senão acabo sequestrando cachorro de madame e pedindo resgate. Um dia eu ainda te levo o pudim e cobro a receita do pudim de Loulé.
beijão pra você, inté
Anita Moraes, arte.engajada@terra.com.br

PS (ainda para Mário): Quando pensar em mim, pense que nem tudo que NÃO reluz é alumínio de terceira, às vezes está só com uma fuligem, limpou, poliu, pós na vitrine, brilha e vende."

E... gentem! O Mário me respondeu. Está me arrumando alguma coisa. Tal delicadeza, num momento de crise argentina (digamos que só argentina) e tudo, é um presentão. Mas ainda tem espaço para mais serviço! Tem tanto, que decidi dar uma de Sebastiana em dia de feira, vendendo redação de conteúdo e afins como se vende melão. Olha a tradução fresquinha! Olha a revisão de português, da hora! Aproveita, que o teu site está sem conteúdo, olha a pechincha, conteúdo bom e barato! Dono de sites, vamos lá, quem vai querer? Tem artigo misturando tu com você, ou com português escorreito, limpinho, engraçado, ou rançoso, literário, acadêmico, português jurídico, ou da roça, ou dos anos 60, ou nada a ver, brother, como preferir!
Agora, caríssimo, depois dessa desonrosa e explícita auto-propaganda, coisa pouca gente ousa fazer, e para a qual espero email dos interessados, fique com a crónica do Mário. Veja só que bom que é ler o que ele faz. "NEM TUDO QUE RELUZ É OURO" está em www.Máriopersona.com.br.
Mas, depois de ler, volta aqui! Toda quarta estamos de plantão, cada dia com um assunto diferente, porque bom é ser, como diz o Millor, enfim, um poeta sem estilo.
abraço chuvoso
(Presidenteeeee! A chuva caiu mas a conta da luz aumentou, que que é isso?)

Anita Moraes
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