Quando acontece a hora do sol posto
sai Graça de um casebre da pobreza,
e, com batom nos lábios, pó no rosto,
vai enfrentar a noite da incerteza.
Até de madrugrada a contragosto
desfila nos bordéis sua beleza,
e em sorriso que encobre seu desgosto,
aceita dos parceiros a baixeza.
Dinheiro de quem venha, velho ou moço...
E, no raiar do sol volta à casinha,
oferecendo aos seus o pão do almoço.
Sendo menor de idade já definha,
porquanto lhe aparece algum " caroço",
porque nem sempre existe camisinha...
OBS. Em 04.01.02, saiu sem o segundo terceto. E, em 05.01.02, sem o segundo quarteto. Daí, a presente retificação, ainda que tardia, do meu soneto primeiro lugar no Segundo Concurso de Poesia Conde de Irajá - Rio - RJ - dezembro/1996. Geraldo Lyra
|