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Artigos-->Sobre Clarice Linspector -- 10/12/2005 - 03:14 (Alkiria Xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


1920

- Clarice Lispector nasce em Tchelchenik, na Ucrânia, no dia 10 de dezembro.

1921

- Aos dois meses de idade, com os pais e duas irmãs, chega ao Brasil, tendo ido residir na cidade do Maceió, Alagoas

1924

- A família muda-se para Recife, Pernambuco.

1928

- Passa a freqüentar o Grupo Escolar João Barbalho, naquela cidade, onde aprende a ler. Durante sua infância a família passou por sérias crises financeiras.

1929

- Morre a mãe de Clarice. Nessa época, com nove anos, já escrevia suas historinhas, todas recusadas pelo Diário de Pernambuco, que àquela época dedicava uma página às composições infantis. Isso se devia ao fato de que, ao contrário das outras crianças, as histórias de Clarice não tinham enredo e fatos — apenas sensações.

1931

- Presta exame de admissão e ingressa no curso ginasial.

1934

- A família transfere-se para o Rio de Janeiro.

1937

- Às voltas com dificuldades financeiras, trabalha como professora particular de Português. A relação professor/aluno seria um dos temas preferidos e recorrentes em toda a sua obra — desde o primeiro romance: Perto do Coração Selvagem.

1939

- Passa a cursar a Faculdade Nacional de Direito, na cidade do Rio de Janeiro.

1940

- Morre seu pai, e ela começa a trabalhar como redatora na Agência Nacional, no Rio de Janeiro.

1941

- Trabalha como redatora no jornal A Noite, no Rio de Janeiro, onde publica alguns contos.

1942

- Com 22 anos de idade, recebe sua primeira carteira profissional.

1943

- Casa-se com o colega de faculdade Maury Gurgel Valente e termina o curso de Direito. Seu marido, por concurso, ingressa na carreira diplomática.

1944

- Publica seu primeiro romance, Perto do Coração Selvagem, que desnorteia a crítica literária. Há os que pretendem não compreender o romance, os que procuram influências — de Virgínia Wolf e James Joyce, quando ela nem os tinha lido — e ainda os que invocam o temperamento feminino. Nas palavras de Lauro Escorel, as características do romance revelam uma `personalidade de romancista verdadeiramente excepcional, pelos seus recursos técnicos e pela força da sua natureza inteligente e sensível.` O casal muda-se para a Europa, em plena Segunda Guerra Mundial, onde o marido da escritora vai trabalhar. Já na saída do Brasil, Clarice mostra-se dividida entre a obrigação de acompanhar o marido e ter de deixar a família e os amigos. Quando chega à Itália, depois de um mês de viagem, escreve: `Na verdade não sei escrever cartas sobre viagens, na verdade nem mesmo sei viajar.`

1945

- Durante a II Guerra, presta ajuda num hospital de soldados brasileiros. Perto do Coração Selvagem recebe o prêmio da Fundação Graça Aranha, concedido pela Academia Brasileira de Letras. O pintor italiano De Chirico pinta-lhe um retrato.

1946

- Publica O Lustre, obra iniciada no Brasil e finalizada em Nápoles, onde mora na época. Virgínia, a personagem principal de O Lustre, tem a história narrada desde a infância e também aparece sob o signo do mal, tal como Joana, personagem do primeiro romance. Em O Lustre, Virgínia mantém um relacionamento incestuoso com o irmão, Daniel, com quem faz reuniões secretas em que experimentam verdades, na condição de iniciados especiais. Nessa época, Clarice Lispector se corresponde com Lúcio Cardoso, que não gosta do título do livro: acha-o `mansfieldiano` e um pouco pobre para pessoa tão rica como Clarice. Ela respondeu a Lúcio Cardoso: `Me entristeceu um pouco você não gostar do título `O Lustre`. Exatamente pelo que você não gostou, pela pobreza dele, é que eu gosto. Nunca consegui mesmo convencer você de que eu sou pobre... Infelizmente, quanto mais pobre, com mais enfeites me enfeito. No dia em que eu conseguir uma forma tão pobre como eu o sou por dentro, em vez de carta, você receberá uma caixinha cheia de pó de Clarice.`

Após o lançamento do livro, Clarice passa um mês no Brasil e volta para a Europa e vai morar com a família em Berna, Suíça.

1947

- Em carta às irmãs, em janeiro de 47, de Paris, Clarice expõe seu estado de espírito:`Tenho visto pessoas demais, falado demais, dito mentiras, tenho sido muito gentil. Quem está se divertindo é uma mulher que eu detesto, uma mulher que não é a irmã de vocês. É qualquer uma.`

1948

- Para Clarice, a vida em Berna é de miséria existencial. A Cidade Sitiada acaba sendo escrito na Suíça. Na crônica `Lembrança de uma fonte, de uma cidade`, Clarice afirma que, em Berna, sua vida foi salva por causa do nascimento do filho Pedro e por ter escrito um dos livros `menos gostados`. Terminado o último capítulo, dá à luz. Nasce então um complemento ao método de trabalho. Ela escreve com a máquina no colo, para cuidar do filho.

1949

- Clarice volta ao Rio. A cidade sitiada é publicado.

1950

- Retorna à Europa, onde mora por seis meses na cidade de Torquay, Inglaterra. Clarice inicia o esboço do que viria a ser A Maçã no Escuro, livro publicado em 1961. A escritora retorna ao Rio de Janeiro, de passagem para Washington, U.S.A., para onde seu marido havia sido transferido.

1952

- De novo no Rio, antes de se fixar em Washington, trabalha novamente em jornais, no período de maio a setembro, assinando a página `Entre Mulheres`, no jornal Comício, sob o pseudônimo de Tereza Quadros. Nesse mês, já grávida, embarca para a capital americana onde permanecerá por oito anos.

1953

- Em fevereiro de 53, nasce Paulo. Ela continua a escrever A Maçã no Escuro, em meio a conflitos domésticos e interiores. Mãe, Clarice Lispector divide seu tempo entre os filhos, A Maçã no Escuro, os contos de Laços de Família e a literatura infantil. Nos Estados Unidos, Clarice conhece o renomado escritor Érico Veríssimo e sua esposa Mafalda, dos quais torna-se grande amiga. O escritor gaúcho e sua esposa são escolhidos para padrinhos de Paulo.

1954

- É lançada a primeira edição francesa de Perto do coração selvagem, pela Editora Plon, com capa de Henri Matisse.

1956

- Termina de escrever A Maçã no Escuro. Érico Veríssimo e família retornam ao Brasil. Entre os escritores, inicia-se uma vasta correspondência.

1959

- Enviados de Washington, seus contos são publicados na revista Senhor. O casal Gurgel Valente decide-se pela separação. Clarice volta a morar no Rio de Janeiro, com os filhos. Sobre o `conciliar` casamento/literatura, afirmava que escrevia de qualquer maneira, mas o fato de cumprir o seu papel como mulher de diplomata sempre a enjoou muito. Cumpria a obrigação. Nada além. Na volta ao país, mais um período de dificuldades afetivas e financeiras. Ela prefere a solidão ao círculo que tinha relação com o ex-marido. O dinheiro que recebia como pensão não era suficiente, nem os recursos arrecadados com direitos autorais. Retorna ao jornalismo como colunista do Correio da Manhã.

1960

- Publica Laços de Família, seu primeiro livro de contos. Começa a assinar a coluna Só para Mulheres, como `ghost writer` da atriz Ilka Soares no Diário da Noite. No final dos anos 60, Clarice faz entrevistas para a revista Manchete.

1961

- Publica o romance A Maçã no Escuro. O livro recebe o Prêmio Carmen Dolores Barbosa.

1964

- Publica o livro de contos A Legião Estrangeira e o romance A Paixão Segundo GH.

1965

- Entre 65 e 67, Clarice dedica-se à educação dos filhos e com a saúde de Pedro, que apresenta um quadro de esquizofrenia, exigindo cuidados especiais. Apesar de traduzida para diversos idiomas e da republicação de diversos livros, a situação financeira de Clarice é muito difícil.

1967

- Começa a publicar crônicas no Jornal do Brasil, trabalho que mantém por seis anos. Em setembro de 67, acontece o acidente que deixa marcas no corpo e na alma da escritora — um incêndio em seu quarto, causado por um cigarro aceso, que ela tenta apagar com as mãos. Fica gravemente ferida, passa 3 dias entre a vida e a morte. Três dias definidos por ela como `estar no inferno.` Lança o livro infantil O Mistério do Coelhinho Pensante, que é agraciado com o Prêmio Calunga, em 1967, concedido pela Campanha Nacional da Criança.

1968

- Entrevista personalidades para a revista Manchete em Diálogos possíveis com Clarice Lispector. Participa da manifestação contra a ditadura militar, em 22 de junho, chamada `Passeata dos 100 mil`. Publica A Mulher que Matou os Peixes, outro livro infantil.

1969

- Publica seu `hino ao amor`: Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres.

1971

- Publica a coletânea de contos Felicidade Clandestina, volume que inclui O Ovo e a Galinha, escrito sob o impacto da morte do bandido Mineirinho, assassinado pela polícia com treze tiros, no Rio de Janeiro.

1972

- O pintor Carlos Scliar faz dois retratos da escritora.

1973

- Publica os livros de contos Água Viva e A Imitação da Rosa.

1974

- Publica outro livro infantil, A Vida Íntima de Laura e dois livros de contos: A Via Crucis do Corpo e Onde Estivestes de Noite?

1975

- Participa, a convite, do Congresso Mundial das Bruxas, em Bogotá, Colômbia. Sua participação resume-se à leitura do conto O Ovo e a Galinha. Muito embora minimizada, essa participação tem muito a ver com as palavras ditas por Otto Lara Resende, conhecido escritor, em um bate-papo com José Castello: `Você deve tomar cuidado com Clarice. Não se trata de literatura, mas de bruxaria.` Otto se baseava em estudos feitos por Claire Varin, professora de literatura canadense que escreveu dois livros sobre a biografada. Segundo ela, só é possível ler Clarice Lispector tomando seu lugar — sendo Clarice. `Não há outro caminho`, ela garante. Para corroborar sua tese, Claire cita um trecho da crônica A descoberta do mundo, onde a escritora diz: `O personagem leitor é um personagem curioso, estranho. Ao mesmo tempo que inteiramente individual e com reações próprias, é tão terrivelmente ligado ao escritor que na verdade ele, o leitor, é o escritor.` Entre 1975 e 1977, realiza entrevistas para a revista Fatos & Fotos. Publica o livro de crônicas Visão do Esplendor.

1976

- Recebe o primeiro prêmio do X Concurso Literário Nacional, concedido pela Fundação Cultural do Distrito Federal, pelo conjunto da obra. Em maio corre o boato de que a escritora não mais receberia jornalistas. José Castello, biógrafo e escritor, nessa época trabalhando no jornal O Globo, mesmo assim telefona e consegue marcar um encontro. Após muitas idas e vindas é recebido. Trava então o seguinte diálogo com Clarice:



J.C. `— Por que você escreve?



C.L. `— Vou lhe responder com outra pergunta: — Por que você bebe água?`



J.C. `— Por que bebo água? Porque tenho sede.`



C.L. `— Quer dizer que você bebe água para não morrer. Pois eu também: escrevo para me manter viva.`

1977

- Concede entrevista à TV Cultura - São Paulo, com o compromisso de só ser transmitida após a sua morte. Ela antecipa a publicação de um novo livro, que viria a se chamar A Hora da Estrela, adaptado para o cinema nos anos 80 por Suzana Amaral. Clarice morre, no Rio, no dia 9 de dezembro de 1977, um dia antes do seu 57° aniversário. Queria ser enterrada no Cemitério São João Batista, mas era judia. O enterro aconteceu no Cemitério Israelita do Caju.

1978

- Três livros póstumos são publicados: Um sopro de vida - Pulsações e Para não esquecer (crônicas), e Quase de verdade (entrevistas)

1979

- É publicado o livro A Bela e a Fera, que reúne contos da juventude com os de pouco antes da morte da escritora.

1984

- Reunindo crônicas publicadas no Jornal do Brasil, no período de 1967 a 1973, é lançado A descoberta do mundo.



















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