No meio da mata
Abraças a causa,
Se é justa ou na medida certa...
Só tu sabes dizer.
Do outro lado do muro,
No escuro desse mundo, ouves os nossos gritos, sabes da miséria que põe-se na mesa .
E o quanto de dor agoniza nossa alma.
Esse sistema...
Pecado maldito das cidades...
Pesâdelo amargo e antigo, que bebemos todos os dias e carregas contigo sem heresia.Tantas vezes tentastes forjá-lo em prol do povo, é a tua ideologia...
É a guerra de uma vida inteira.
No meio da mata
Abraças a causa,
Enchendo de amor esse peito de pátria,
Cujo sangue tantas vezes ignorado, abriu nossas casas,
Libertou nossas escolas e nos desproibiu de falar.
Luz que vem do ventre, na história renegado,
Cujos filhos paridos quase mortos, nas notícias são loucos, que do calvário desse povo, erguem e ergueram por toda uma vida, sob o suor dos seus braços, sob a febre dos seus ossos e a dor de suas feridas a única mulher de seus sonhos... A liberdade, hoje desvalorizada, tragada em drogas, prostituições e mediocridades políticas bem nas praças das capitais. |