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Artigos-->Futebol Brasileiro - A triste sina dos "pequenos" -- 28/11/2005 - 18:38 (Lucas Tenório) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Grêmio ganhou do Náutico no grito



Primeiramente como pernambucano - e torcedor do Náutico -, gostaria de

apresentar algumas reflexões sobre os acontecimentos do jogo "Náutico

e Grêmio" (final da 2ª divisão do Brasileiro), que junto com o do

Santa Cruz, mexeram com o nosso Estado

na tarde desse sábado, 26/11/2005.



O que eu quero dizer - e já serei claro: na minha opinião, com a

palhaçada e molecagem que fez - não encontro outro termo mais adequado

para a atitude de seus jogadores, dirigentes e comissão técnica -, o

Grêmio ganhou do Náutico no "grito". E foi o velho grito do Sul nos

ouvidos do Nordeste. Direi por quê.



Todos perceberam, pelas imagens da televisão, que na prática, por

diversos fatores extra-campo, o jogo acabara aos 39 min do segundo

tempo, quando foi marcado o pênalti a favor do Náutico. Desse momento

em diante, o Grêmio ocupou-se, estrategicamente, em "bagunçar o

coreto": viu-se uma sucessão de agressões ao árbitro por parte dos

seus jogadores, expulsões, catimbas e invasões de alguns de seus

torcedores e dirigentes, numa demonstração - altamente desrespeitosa,

arrogante e anti-ética, ao Náutico e ao público pernambucano: de que

não aceitariam - caso o pênalti fosse convertido (e tenho certeza de

que o seria pelo Náutico naquele momento) - a vitória do time

pernambucano, preterindo-lhes o acesso à primeira divisão do

Brasileiro. E confesso que como torcedor era isso o que eu temia a

respeito desse jogo.



Ora, porque o próprio Internacional, em jogo recente, não "pintou o

sete" em São Paulo (exatamente o que o Grêmio fez em desagravo ao

Náutico e ao Recife neste domingo) contra o Corinthians, naquela

garfada clamorosa que sofreu do árbrito, num lance muito mais claro

(cansativamente mostrado pela televisão) e menos discutível, do que o,

ainda passível de questionamento, lance do segundo pênalti do Náutico?



Outra coisa: será que Sport, Santa Cruz ou mesmo Náutico, para

ficarmos em Pernambuco, fariam uma "lambança" igual à que o Grêmio fez

em campo neste jogo no Recife, caso passassem por uma situação

parecida no Olímpico, Maracanã ou Morumbi? Pois eu lhes digo com

certeza: muito provavelmente não, até porque nós, "pequenos", já fomos

e vimos sendo historicamente e sistematicamente - como diz o cronista

esportivo Milton Neves -, "preteridos" várias dessas vezes em lances

também "duvidosos", pela elite do futebol do Sul e do Sudeste, e fica

por isso mesmo. Alvirrubros, rubronegros e tricolores sabem bem disso,

o que vale dizer: o grito do Nordeste não tem força.



O pênalti do Grêmio foi discutível: tudo bem, é coisa do futebol; não

é o primeiro nem será o último lance duvidoso desse tipo. O que se

coloca, e se questiona, entretanto, é o seguinte: é sempre permitido

errar (involuntariamente mesmo) em favor dos times do Sul e Sudeste,

quando então os adversários prejudicados, numa espécie de "sina dos

pequenos" (a não ser se a briga for entre a elite), baixam a cabeça e

nem pensam em "peitar" os "grandes", como o Grêmio fez em Recife

contra o Náutico? Por que não se admite essa possibilidade, a de

enfrentar os "grandes" nessas situações, para os times do resto do

Brasil? Por que quando há lances duvidosos contra os "grandes" eles

não admitem, absorvem, como sendo "coisas do futebol"? As "coisas do

futebol", como se fala tanto no jargão desse esporte, são diferentes

para Sul-Sudeste e Resto do Brasil? Acho que sim.



Aos times de fora do "eixo" não se dá o "benefício da dúvida"? Os

"grandes" não aceitam ser postos nessa situação, mesmo que os

"pequenos" convivam constantemente com ela. O Grêmio não aceitou "tal

coisa" no jogo do Recife, e indiretamente terminou a partida, como

disse acima, aos 39 min do segundo tempo, em franco desrespeito ao

Náutico e ao povo pernambucano.



Quanto ao argumento da suposta inépcia do Náutico, eu diria: observem

o trajeto da bola na cobrança do segundo pênalti, e notem que ela saiu

prensada entre o pé do cobrador e o buraco, isso mesmo, o buraco que

os jogadores do Grêmio cavaram na marca da penalidade máxima. Isso

alterou a cobrança, sim, como o estado emocional de todo o time do

Náutico estava prejudicado pela anarquia praticada pelo Grêmio. O gol

do Grêmio já foi uma brincadeira na sequência da balbúrdia em que se

transformou o campo dos Aflitos.

O Grêmio gritou, bagunçou, esperneou e "venceu".



Disse-se que foi uma vitória maiúscula e viril. Pois bem: se o atual

time do Grêmio é tão aguerrido e viril, porque não permitiu - o que um

time equilibrado faria, e até porque não havia motivo, pelo exposto,

para a palhaçada que se fez - que o pênalti do Náutico fosse cobrado

no curso normal do jogo, para a partir de então - tinha uns 10 min

para isso, empatar, ou virar o jogo em cima do Náutico?



São essas algumas reflexões para quem gosta de futebol, e um pouco de

justiça e equilíbrio. Como torcedor, não queria ver o Náutico na 1ª

divisão, ganhando de um time com 7 jogadores. Foi melhor assim. O

Náutico teve seus defeitos, mas o time do Grêmio neste sábado, por

mais paradoxal que possa parecer, foi pequeno. Perdemos. São coisas do

futebol... Até quando?
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