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Artigos-->O Descobrimento...do Brasil? -- 23/11/2005 - 18:47 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


TERRA À VISTA

(Por Domingos Oliveira Medeiros)



Já foi terra de Santa Cruz,

Vera Cruz também assina

desde o seu descobrimento

o Brasil segue a rotina:

predadores cá chegaram

muitas coisas nos roubaram

essa é nossa triste sina.



Terra à vista foi o grito

da primeira caravela

de nome Santa Maria

a embarcação mais bela;

começava o dilema

hoje um grande problema,

pois ninguém liga pra ela.



A tal reforma Agrária

dava o primeiro recado:

a terra é muito boa

tudo que fosse plantado,

bons frutos logo daria

assim o povo dizia

do país abençoado.



E veio a primeira missa

o país foi batizado

amai-vos uns aos outros

joguem fora o mal olhado;

a terra tem muita riqueza

fartura pra toda mesa

basta um pouco de cuidado.



Cuidar bem da natureza

dos seus rios e cascatas,

não destruir a beleza

da fauna e de suas matas,

terra rica em minério

basta levar tudo a sério

não se fazer de primatas.



Pulando feito macaco

pra agradar o estrangeiro

que já disse a que veio:

só pensa em ganhar dinheiro,

mas o tempo confirmou

o que ontem se pensou,

escute meu companheiro.



Caravelas aportaram

homem branco se aproxima

nasce a negociação

começa a longa rotina,

o índio foi conquistado

por um espelho quebrado

não vale o que s’imagina.



Aos poucos, ele cedeu

selvagem domesticado;

o branco bem que tentou

fazer dele o empregado,

mas era fraco e doente

pras coisas da nossa gente

por isso foi dispensado.



E o branco negociando

chega a triste conclusão

que a boa mão de obra

viria da escravidão;

do continente africano

do jeito do americano

o negro virou solução.



Assim o Brasil Colônia

foi de pronto inaugurado,

ciclo do ouro e café,

cana-de-açúcar e melado;

negro prestando serviço

sem querer dizer com isso

que estava empregado.



A terra foi dividida

com amigos mais chegados,

os parentes, inclusive,

foram todos nomeados;

nascia o nepotismo

junto dele o cinismo:

parentes bem preparados.



A terra foi invadida

teve o solo esburacado

o garimpo sem apreço

o rio contaminado;

o ouro e o diamante

foram logo pra’diante

nunca dantes navegado.



Duas barras de ouro

pro reino de Portugal;

uma fica no Brasil

a roubalheira é geral;

foi lá em Diamantina

que começou a rotina

desse triste Carnaval.



Que no Brasil fez morada

começando em janeiro,

logo após a eleição;

assume o companheiro,

acende-se a esperança,

há promessas de mudança

no discurso eleitoreiro.



O Brasil é sempre escravo,

escravo da escravidão;

alguns meses se passaram

sem apresentar solução;

voltou de novo a rotina

agora, centrada na China,

de olho na população.



A China que já cresceu

muito além do prometido

hoje vive seu dilema

ter seu progresso contido;

controlar a situação

excesso de crescimento,

pra lá já virou tormento,

terá que ser inibido.



Por isso, em boa hora,

foi pra lá o presidente

ensinar para o chinês

o que ele faz com a gente:

crescimento sustentado

tem que ser sempre adiado

não se deve ir pra frente.



Um pouco de desemprego

deve ser considerado,

salário bem pequenino

não deve ser reajustado;

os juros bem lá no alto

até parecer um assalto

o cinto fica apertado.



Siga a rotina do Fundo,

pegue dinheiro emprestado

reduza o investimento

aposte mais no mercado;

viva de especulação,

não ouça a população,

pois o povo é despeitado.



Não sabe o bem que o governo

por ele anda fazendo:

busca a credibilidade,

o povo tá merecendo;

o sistema financeiro

do bom e pobre banqueiro

que está enriquecendo.



Pra depois nos ajudar

emprestando mais dinheiro

até o futuro chegar

como disse o companheiro:

temos que ter paciência

a reforma da Previdência

foi o seu tiro primeiro.



A médio e longo prazos

tudo terá terminado

e o país do futuro

voltará ao seu passado;

terra à vista, novamente,

virá outro presidente

do mesmo povo enganado.



Escândalos e falcatruas

sabemos de cor a lição:

CPIs não dão em nada,

não passa de desilusão;

e vampiro isolado,

pelo hemoderivado,

a mais moderna versão.



Assim, cobras e lagartos,

vampiro, serpente e leão,

e tem até gafanhoto

só falta agora o dragão;

um negócio bom pra China

pra começar a rotina

daquela grande nação.



Basta fazer a troca

pra resolver a questão:

o Lula fica na China

o chinês nesta nação;

e o desenvolvimento

espetáculo do crescimento

acontecerá de montão.



A China, por sua vez,

ficará paralisada

com os pés e mãos amarrados

sem dinheiro, endividada;

sem fazer investimentos

produzindo sofrimentos

a questão fica encerrada.



(Do livro do autor “Com Humor e com Afeto – A charge Literária na era Lula” – Em prosa e em cordel).





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