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Erotico-->O SONHO -- 17/08/2002 - 20:44 (COELHO DE MORAES) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O SONHO
Coelho de Moraes
"Amantes num jardim vão tomados pela mão.
No ar, sobre as brumas, através das névoas, brancas imagens andando pela terra das flores.
E se beijavam na face. Na boca estão a beijar. Abraços tão fortes... intensos... tão juntos que eram um só.
Depois soaram sinos e o sonho se foi. Ele imerso na cela de um convento e ela num castelo. Sós."
Eu havia acabado de cantar essa música do Schumann quando me veio uma vontade imensa de ir ao piano e dominá-la, até que meus dedos se quebrassem. O truque usado foi amarrar sempre um dos dedos e executar a mesma peça com os outros restantes.
Quinze horas depois tive de usar um anti-inflamatório e um lenço amarrado na boca para impedir que soubessem das minhas dores e... da minha burrice.
O "lied" despertou aquele ímpeto - provavelmente, mas sem que eu pudesse provar nada - porque o autor também maluco fora. E morrera daquela maluquice lá dele. Agora, a mim importava estimular a garota meio-soprano que cantava do meu lado. Que voz!
O meu desespero surgia por que eu queria mostrar os meus talentos musicais de ponta para que ela me notasse.
Os meus dotes de cantor eram medíocres!
No coro eu era um mero participante, apesar de ser um bom coro, mas eu já sabia que ela cantava em outras e melhores agremiações.
Depois de um desses ensaios noturnos tomei iniciativa e chamei-a para conversar. Era muito tarde mas estávamos parados na esquina. Ela sorriu e falamos sobre muita coisa. Coisas dela e coisas minhas.
Ela decidiu que deveríamos ir para casa. Na dela ou na minha, tanto fazia.
E fomos.
Vendo o piano ela mandou que eu tocasse para ela. Meu dedos ainda doloridos se recusaram mas eu aceitei de bom grado. Acho que toquei a madrugada toda, e quando parei ela não estava mais alí.
Também, um chato sem galochas que nunca sai do piano não poderá levar mulher alguma interessar-se por sua pessoa.
Fui dormir. Tinha ensaio no dia seguinte.
Mas, ela não comparecera ao ensaio. Faltou naquele noite. Coisa que nunca fizera, pois era uma das mais firmes e indispensáveis ao coro.
É claro que foi uma droga de ensaio. O "Der Traum" do Robert Schumann pareceu vago e sonolento. O drama dos amantes não pareceu pior que o meu que me veria obrigado a um ato onanista antes de dormir. Ou isso ou mais quinze horas de piano.
Quando cheguei em casa percebi que não estava sozinho. Mais alguém respirava na penumbra. Aliás, várias pessoas estavam alí.
Lentamente, tremendo, transpirando como uma moringa de barro fui ao interruptor. A luz se fez presente e eu a vi. Eu a vi ao lado de duas crianças.
Oi! São meus filhos! todos sorriam para mim.
Eles adoram música e como você toca muito bem... é muito sensível... e traz muita sensualidade na sua música, eu gostaria que você ensinasse as crianças.
Claro! Mas, de madrugada? disse eu, entre abestalhado e aturdido.
Não! Não é só isso. Eu fico aquí com você. Moraremos com você. Sua casa é melhor que a minha. Não caberíamos todos lá.
Ri.
É claro que eu vou pagar. E você sabe como.
Como?
E mostrou o seu corpo bem arrumado e perfumado e insinuante e eu achei que aquela mulher era completamente maluca e eu também porque imediatamente achei tudo normal, conquanto que eu usasse condon.
As crianças riam e empurravam a mãe para mim. Pareceu-me que fagulhas chispavam dos olhos daqueles garotos, mas certamente, eram visões.
Eu ria e ia tomando conta dos seios da mulher. Apertei seus mamilos. A blusa que ela usava era muito macia, como seda e de fácil manejo. Sob a blusa duas maçãs e dois pregos durinhos.
Não ! Não fazia frio.
Vão para o quarto crianças. É hora de dormir. Eu e o papai temos muito que combinar preços e negócios. Entradas e saídas do pagamento.
Quando acordei não havia ninguém em casa e meus dedos estavam todos quebrados. A tampa do piano jazia ao lado da cama e estava destruída como se a pontapés.
Eu acabava de desistir da música naquela hora. Meus talentos não davam para tanto e resolvi visitar amigos de teatro que precisavam de um figurante para uma peça do Martins Pena. Fui. Peguei a vaga e toda noite participo da comédia, me divirto, coloco uma capa amarela e de vez em quando dou uma olhada na atriz principal.
Essas atrizes são sempre muito liberais.
Que vozes! Que corpos!




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