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Discursos-->DISCURSO DE RECEPÇÃO AO ACADÊMICO FRAGOMENI ALDF -- 27/11/2009 - 10:01 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DISCURSO DE RECEPÇÃO AO ACADÊMICO JOSÉ CARLOS FRAGOMENI
NA ACADEMIA DE LETRAS DO DISTRITO FEDERAL
EM 26 DE NOVEMBRO DE 2009

Estou muito grato à presidente, escritora Dra. Pedrita Braile, pela honrosa missão, que me cometeu, de saudar o estimado e culto pensador e escritor, José Carlos Fragomeni, que hoje passa a integrar nossa Academia.
Estou agradecido a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, pela graça de me haver propiciado o privilégio de integrar este Elevado Sodalício de Cultura do Distrito Federal, com sede, na nossa querida e sublime Brasília, fundada pelo maior estadista do século, JUSCELINO KUBITSCHEK, há quase meio século, coincidindo, com o 509º aniversário da descoberta do Brasil, pelos destemidos navegantes lusitanos, trazendo para cá homens que desbravariam esta terra virgem e imensa e gravariam, para todo o sempre, com o cinzel da fidalguia e do heroísmo, a marca da tolerância que ecoaria mundo afora e serviria de exemplo para os povos da Terra.
O histórico julgamento do caso SIEGRIFIED ELWANGER, pelo Excelso Pretório, é um exemplo de que o respeito à dignidade do ser humano prevalece sobre qualquer outro bem ou direito, apontando para o firmamento a maior glória de nosso povo: a tolerância.
É verdade que muitas atrocidades se cometeram contra os índios, os negros e os judeus, mas não menos verdade é que dos nossos ancestrais lusitanos herdou o brasileiro o gosto delicioso da miscigenação e da estratificação social, sem preconceito de cor, origem, religião e raça (leia-se raça, no sentido histórico e sociológico, como decidiu o Supremo Tribunal). Pelo menos aqui, na Terra de Santa Cruz, é uma realidade inconteste.
É verdade que há quem negue a harmonia, mas a síndrome do racismo é tão nefasta quanto o próprio racismo. Alguém dirá que estou cometendo um eqüívoco, porque existe discriminação e preconceito. Pode até ser que veladamente exista. Mas não acredito que a maioria comungue com essa tese absurda e doida. E direi, sem receio, que o problema é econômico e social, pois nosso povo é um produto da miscigenação dos vários povos que aqui aportaram e ingressaram no Brasil, como o negro, o judeu, desde a colonização, o árabe, o japonês, o europeu, o asiático, o índio - autóctone, enfim, somos o produto de um mosaico de povos e etnias. Quem poderá atirar a primeira pedra, dizendo-se puro e não provindo dessa mistura? Certamente, ninguém, em sã consciência. Disso podêmo-nos orgulhar.
Nem a Europa, nem a América do Norte, o colosso deste novo século, ou a Ásia e a África, podem-se igualar ao nosso País, apesar da pobreza, da violência, do descalabro e da grita do povo que a tudo assiste com resignação, porque imbuído da vontade férrea de vencer e dotado da bondade e do espírito de resignação, da alegria de viver, herdados de seus ancestrais.
Eu, o que menos mereceria fazer a saudação ao eminente espiritualista, só posso creditar este mandato à amizade e à admiração que tributo à confreira Pedrita, pelo muito que é e realiza pela cultura e pela pátria, espiritualista que é também.
Creiam, minhas amigas e amigos, ser esta a maior auréola, que recebi em vida, o galardão que me fará lembrar para todo o sempre essa homenagem, que transfiro a vocês e aos nossos amigos deste Templo do Saber e da Cultura e, especialmente, ao novo e querido confrade.

Minhas queridas confreiras,
Meus queridos confrades,
Minhas amigas,
Meus amigos,

Antes, quero homenagear as mulheres que aqui estão, especialmente, as queridas escritoras, que hoje ingressam também nesta Casa, por que:

A MULHER, DOCE CRIATURA,
é a colaboradora graciosa do homem,
a fonte primeira de sua inspiração,
o traço de união entre os seres humanos,
a suprema deusa,
a suprema princesa,
a acalentar o homem altaneiro,
com sua ternura,
com seu amor,
com sua doçura,
com seu calor!

Não é fácil representar escritores e poetas, numa festa de confraternização e de gala. O mandato, sabem todos, é um ajuste dos mais importantes e árduos, quando se trata de cumpri-lo, com a grandeza que merece o mandante.
E esta Casa de Cultura, jovem, como jovem é a cidade que a abriga, abre suas portas, acende suas luzes, nesta noite de gala, vibra de emoção e realiza sua elevada e nobre missão de espraiar cultura, comungando todos os seres humanos, entrelaçados por um só ideal, nesta terra, predestinada a criar uma nova civilização, num ponto de encontro e união entre os seres humanos. Lembro que esta Casa congrega não só brasilienses, mas brasileiros e descendentes de estrangeiros, também nossos irmãos, de todos os rincões, e, por isso mesmo, nossa responsabilidade é redobrada, perante o mundo cultural.
Brasília, realmente, está fadada a marcar, com o esforço e a inteligência de seus filhos, o início de um novo ciclo, neste momento em que ninguém mais se entende, a violência campeia, a solidariedade e a moral deixaram de ser o substrato de uma sociedade que está desmoronando e a civilização se desmanchando.
Parece, minhas caras amigas, meus caros amigos, que não mais tenho confiança no porvir, não mais enxergo a luz, não vejo as estrelas iluminarem a escuridão do céu com seu brilho luzidio, não enxergo a lua tingir o céu com sua luminosidade cor de prata, não percebo a presença do Altíssimo, construtor de toda obra do universo, a beleza da vida e do Espírito.
Não é verdade, pois
A vida é o bem maior do Universo.
A vida é uma pequena caminhada, pela Terra.
A vida é um salto rápido, por este mundo.
A vida é o prelúdio da morte, que, certamente, não é o fim.
A vida é o antecedente necessário de um mundo melhor.
A vida é o caminho de comunicação entre o homem e o desconhecido.
A vida é o caminho da purificação, se bem vivida.
E acredito na purificação do homem pelo que ele realiza, pois este é o único ser vivente que pode transformar e modificar a realidade em que vive, de forma consciente. E, por isso mesmo, tudo pode ser transformado, como demonstrou gênio de Lavoisier. Nada é impossível. Nada se perde.
Quando o progresso material e o espiritual estiverem em plena harmonia, certamente, será revelado ao homem o porquê e para que habita este Planeta, e o Mistério da Vida e do Universo.
Cabe, assim, à elite pensante fazer a grande revolução da história, neste terceiro milênio da era vulgar, neste momento de grandes transformações sociais, científicas e espirituais. Não pode aquietar-se nem ficar deitada no comodismo confortável e simplista.
O escritor, o poeta e o artista têm a grande responsabilidade de, com seu talento, arte e criação, participar ativamente dos grandes movimentos sociais e espirituais, agindo e atuando sem parar.
Escrever é um dom, mas também uma arte e ciência. O Altíssimo presenteou o homem com o verbo, com a inteligência e com o espírito, permitindo que transmita aos seus semelhantes sua alma e seus sentimentos e enriqueça o acervo humano com o que de mais sublime existe: a tradução do que lhe vai pelo interior e a criação artística e científica.
Afinal, quando o escritor ou o poeta escreve, seu espírito começa a divagar, desgarra-se do corpo e inicia a caminhada fascinante. Envolto de desafios, ingressa no mundo fantástico do sonho, do devaneio.
Eis o poder de um artista, de um escritor, de um poeta, de um artífice da palavra, de um artesão ou de um ourives da imaginação e da inteligência, o arquiteto de um diálogo, de fatos, teses e, porque não, de novos caminhos e mundos, navegando pelas galáxias da imaginação.
E, então, acredito, sim, na grande virada da civilização. Sou otimista. Sou um grande sonhador, com os pés na realidade. E sabem por quê? Porque vejo em toda parte, em todos os cantos do País, em todos os cantões do mundo, em todos os lugares, onde haja seres humanos, pessoas simples, letradas, ricas, pobres, remediadas ou, simplesmente, seres humanos, que querem viver, trabalhar, realizar, criar, enfim, gravar sua presença na Terra, com seus feitos, não importam quais, pois todos temos uma missão a cumprir, desde o agricultor que semeia a terra, o varredor que varre o chão, a mãe que amamenta e acalenta o filho, o pescador que singra os mares, o escultor que cinzela a pedra bruta, o escritor que cria, o poeta que encanta o espírito, o músico que nos eleva e conduz ao Senhor do Universo, o médico que cura o corpo e a alma, sim senhores, e tantos e tantos anônimos trabalhadores e obreiros que formam as condições de vida para todos. Como poderia, neste brevíssimo tempo (e não quero e não devo abusar com longo falatório), anunciar a infinidade de atores que participam desta criação? Haverá, assim, sempre uma esperança, a fé, a alegria de viver!
E, aqui, estou rodeado de homens e mulheres de letras, de poetas, de arquitetos da palavra, cientistas, médicos-escritores (porque nossa Academia tem este privilégio) que iluminam a escuridão com a luz incandescente do espírito.
Neste recinto de cultura, ingressa, nesta noite, iluminada pelo talento de tantos, José Carlos Fragomeni, cultor do espírito e mestre, que, com sua arte e inteligência, encanta e constrói um novo caminho e um novo edifício, para a humanidade.
Médico e cientista de talento, no prólogo de sua obra fascinante, publicada neste ano, tenta juntar, como ele mesmo prefacia, dois pedaços dele próprio, o médico, com sua ciência e arte de curar, e o místico com a sua fé. O prólogo desta grande trajetória – Teoria da Cognição Humana, Teoria de Brasília, delineia com letras de ouro seu pensamento maior, ou seja, “acredita que a ciência avançou tanto que já é capaz de estender a mão para este encontro com a religião.”
Realmente, tem razão o médico-escritor Fragomeni, a ciência, a religião e as grandes descobertas convivem sincronicamente. Não há que temer o progresso, desde que o homem saiba respeitar os limites da ética, da moral e não ultrapasse as barreiras do imponderável. Em todos os rincões da Terra, pratica-se a religião, mesmo onde ela é proibida, pois esta dá significado à vida, apontando a luz que irá afastá-la da escuridão envolvente.
Não importam as religiões, os ritos, as etnias, porque um só é o homem, Um só é o Criador do Universo, de todas as coisas e do ser humano, esta Energia infinita e desconhecida, mas presente em toda a parte!
O homem deve pensar, pode divergir, mas antes de tudo deve ser tolerante. Das idéias, nem sempre convergentes, brota a imensa variedade de pensamentos que norteiam a humanidade e lhe abrem o caminho da verdade. Goethe realça, com extrema sensibilidade, que “a alma do homem é como a água. Do céu vem, ao céu sobe e de novo tende descer à Terra, em mudança eterna.” Nestes versos, o genial poeta exprime o verdadeiro sentido da vida e a eternidade do homem e da alma.
O acadêmico Fragomeni não é apenas o médico-cientista, formulador da teoria da seqüência evolutiva, partindo da primeira manifestação da vida e da pulsão da vida, chegando ao homem moderno; é também o escritor preciso, elegante, detentor de linguagem singela, própria e amena. Mas, é também espiritualista, o ungido do Senhor, o escritor-mensageiro, que psicografou espíritos e trouxe suas mensagens, construindo a ponte entre o ser material e o ser espiritual. Convive com os espíritos de luz que só pela sua presença fazem muito bem. O calor, a luminescência, a cor e as vibrações dos espíritos criam a Cidade da Paz e da Harmonia, o Reino Celeste.
Sua obra psicografada – O Encontro Pelo Espírito de Elizabeth - publicado no século passado, em 1986, há, portanto, 23 anos, contem trinta e nove passagens, mais a biografia de Elizabeth Monterissi, que traduzem magníficas lições de vida.
Minhas caras amigas e amigos, horas e horas, minutos preciosos, incontáveis segundos, paciência de Jó, seriam necessários, para que eu pudesse transmitir só um pouco da história, da vida e das obras do confrade, porque bordada de riqueza espiritual, que não cabe nos poucos minutos que me propus discursar, para não furtar-lhes o privilégio de cumprimentarem e abraçarem, efusivamente, o confrade e as confreiras que ascendem, neste momento, ao altar deste Sodalício, por onde passaram nomes ilustres, que os acolhe e permite usufruirmos destes momentos inesquecíveis.
Rendo, então, minhas homenagens à confreira Pedrita, presidente deste Templo de Cultura, aos acadêmicos desta Casa, que não pouparam esforços, para que esta festa se realizasse com tanta alegria e fartura de felicidade.
À minha querida confreira Pedrita, às acadêmicas e aos acadêmicos, que me permitiram falar em seu nome, novamente lhes repito que, se não fiz melhor, foi devido à minha pobreza e à emoção, mas tenham certeza, fi-lo de coração.
E assim agradeço-lhes este fidalgo e soberbo compromisso, que me enriqueceu de satisfação e júbilo. Tomo goles de alegria, como se bebesse o néctar dos deuses.
Antes de terminar, porém, permito-me, recordar, neste resplandecente ambiente, onde estamos a regozijar-nos, que:
o ser humano não vive só,
é um ser gregário,
que estende a mão ao outro,
entrelaça suas mãos,
fita seus olhos no infinito
à procura de algo
que lhe está bem próximo - o outro ser.
E estamos todos aqui, juntos!
Muito obrigado a todos.
Muito obrigado, queridas confreiras e queridos confrades, que ornam com sua arte e talento esta Academia.
Muito obrigado, meu fraterno irmão que, nesta noite esplendorosa solicitou passagem para ingressar neste Castelo Encantado da Cultura e do Espírito.
Muito obrigado, minhas fraternas irmãs, que, nesta noite, de cores resplandecentes, também conquistaram o passaporte para o ingresso neste modelar Templo do Saber e da Cultura.
Meu caro Fragomeni, O NOSSO TEMPLO LHE ABRE AS PORTAS PARA JUNTAR-SE A NÓS!

E, assim, despeço-me de vocês, pedindo uma salda de palmas para o confrade, agora titular e imortal desta Academia de Letras e também para as queridas confreiras, agora imortais deste Sodalício. O pouquinho que sobrar ficará para mim!
Muito, muito obrigado.
Leon Frejda Szklarowsky:.

Brasília, 26/11/2009 15:20:49
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