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Artigos-->A MULHER DO PRIMEIRO HOMEM -- 19/11/2005 - 09:30 (Moacir Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MULHER DO PRIMEIRO HOMEM

Moacir Rodrigues





Resolvi tirar uma folga no meu trabalho, já que nos últimos tempos o trabalho tem sido acelerado no Município de Serra, onde o futuro é agora. Escolhi para esse descanso, a casa da Dona Nina, na Fazenda Canabrava, no simpático município de Teófilo Otoni, no vale do Mucuri. Durante três dias acompanhei o compadre Lucas na Administração da Fazenda, já que conheço pouco da engorda de bois, porque sempre fui voltado para a criação de cavalos. Acabei até sendo apelidado como abridor oficial de porteiras. Fomos no “noventa” ele ouviu o relatório do encarregado, olhou o gado por amostragem e notou que tudo estava em ordem. Em verdade ele tem pessoas treinadas que tomam conta das fazendas no dia a dia, mas acha-se consciente de “quem engorda o boi é o olho do dono”. Telefonou para o Eduardo, um fazendeiro vizinho e amigo que está por dentro de tudo que acontece na região e no País, e também para o não menos amigo NEQUINHA, que mora na divisa de Minas/Espírito Santo, dando conta da minha presença e que também gostaria de recebê-lo para almoçarmos juntos no domingo. Na sexta-feira, ele ficou quase o dia todo conversando com o zootecnista que tem a missão de elaborar um projeto para tornar as propriedades mais produtivas e melhor fiscalizadas, enquanto eu conversava com o Ribamar e demais empregados da Fazenda, interessado em aprender a lidar também com o gado porque, jogando de vez em quando na Mega-Sena, posso acertar na cabeça de uma hora para a outra, e comprar também uma fazenda na mesma região. Já na sexta, à noite, depois da saída do técnico, quando saboreávamos o excelente jantar da Fazenda, meu compadre me preveniu de que iríamos levantar ao amanhecer no dia seguinte para uma visita à Fazenda localizada no Município de Ataléia, entre vinte e trinta quilômetros de distância, mas que eu ficasse prevenido porque passaríamos por muito mais porteiras a serem abertas, já que eu tinha ali também a função de “abridor oficial de porteiras ou cancelas”. No dia seguinte, fui acordado por volta das cinco horas da manhã pelo danado do galo da Dona Nina, que além de ter um canto estranho e estridente, não deixa de incomodar pessoas como eu, simpatizantes do Cruzeiro, o melhor time de Minas e do Brasil. Tomado o tradicional banho e o café da manhã, entramos na camioneta Hanger turbinada do compadre e nos rumamos para a Ataléia. Ele amanheceu alegre como uma criança que ganhou o presente sonhado. Já havia tido a confirmação de que no domingo teríamos as visitas dos seus amigos Eduardo e Nequinha. Apenas recomendou que o lembrasse de encomendar queijos na venda do Sr. Elizeu, no entroncamento de Ataléia, para ele, para o nosso comum amigo Ercio Murta e para mim. Informou que o Elizeu fabrica queijos tipo cabacinhas, com pouco sal e muito saborosos e a preço compatível. Passamos pela ponte que o povo batizou de “ponte torta” e lá fomos nós. E assim o fizemos. Sr. Elizeu ficou de nos entregar os queijos na segunda, pela manhã, por ocasião de nossa passagem de volta a Vitória e mostrou-se um comerciante muito solícito. Rumamos, então, para Ataléia. Levávamos no carro a estimada Lecira e Ronaldo, menino morador da Fazenda Canabrava, já que no caminho tinha muitas porteiras. Nossa primeira missão em Ataléia seria visitar o Gil, o excelente e decantado gerente do Bradesco, que até eu que não o conhecia, já gostava dele, de tantos elogios que sempre mereceu do meu compadre, nas tradicionais caminhadas do calçadão da Praia da Costa, em Vila Velha. Fomos ao Posto, abastecemos a camioneta, passamos no açougue e encomendamos carne bovina de primeira para apanhar na volta e nos dirigimos ao Banco. Próximo ao Bradesco já tentei a sorte na Mega-Sena, fazendo algumas apostas. Quando a Agência do Banco abriu suas portas formos os primeiros a adentrar. Lamentavelmente o Gil havia saído para fazer umas visitas a clientes e não pude conhecê-lo, mas fomos atendido pela simpática subgerente Débora, que em poucos minutos prestou todas as informações solicitadas pelo meu compadre, na condição de titular da conta. E foi ai que meu compadre me apresentou uma outra senhora, cujo marido também trabalha no Bradesco, mas só que na Agência de Teófilo Otoni. Disse-me então, “Moacir esta é a mulher do primeiro homem.” Ela me cumprimentou alegremente e ai fui racionar sobre o que ele teria afirmado. Cheguei a pensar nas figuras bíblicas para lembrar quem era o primeiro homem, foi quando ele disse: rapaz, essa é a mulher do Adão, ou seja, o marido dela chama-se Adão. Depois da brincadeira e do cafezinho do Bradesco nos dirigimos à Fazenda, onde conheci o encarregado de nome Zenaíde, que tem mulher e três filhas, uma delas uma excelente amazona. Sabe até laçar boi em disparada. Interessante que Zenaide é um homem que gosta do que faz. O cavalo em que anda tem uma arreata para fazendeiro nenhum colocar defeito. É cheia de argolas e de enfeites, dando a impressão de que é ele que é o dono da fazenda. Não posso esquecer de falar sobre a enorme pedra pontuda, que fica na divisa da Fazenda, localizada na Fazenda Acari, onde existe um excelente criatório de cavalos Mangalarga Marchador, identificados com o sufixo “do Acari”, Em poucos minutos Zoraide e a filha já tinham colocado os bois nos currais para a necessária inspeção do patrão. Vi que os bois estão bastante gordos e por curiosidade levei um deles à balança e constatei que pesava 705 quilos. Como é bonito ver uma boiada nelore, clara, numa pastagem durante uma manhã ensolarada. Que Deus abençoe… Chegada a hora do rango, fomos almoçar a comida da casa do Sr. Zenaide e que comida gostosa. Tomei a liberdade até mesmo de tirar uma soneca depois do almoço, enquanto meu compadre olhava a boiada de outros currais. Com o cair da tarde, nos despedimos daquela gente amiga, passamos em Ataléia, apanhamos a carne no açougue e retornamos à Fazenda Canabrava, onde por mais duas noites eu teria que enfrentar o canto do galo, apesar de ser adepto da raposa, além de aguardar as visitas do Eduardo e do Nequinha, no dia seguinte para ouvir as histórias da região.

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