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Contos-->Terror na Casa dos Artistas -- 16/03/2002 - 20:58 (Luís Augusto Marcelino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma parte dos gêmeos – o Gustavo – resolveu sair. Não suportava mais o ciúme que provocou na namorada do Ricardo Marchi. A moça ameaçou invadir no dia anterior. Fez escândalo. Gritou. Esperneou. Ameaçou ir ao Ratinho. Sorte tudo estar acontecendo dentro dos domínios do SBT. O bonitão chegou a aprontar a mala. Sônia Abrão ficou sabendo e certamente noticiaria em primeira mão no dia seguinte. Não teve a oportunidade. Chegou a redigir a nota que seria publicada no Diário de S. Paulo, nas rádios e na TV. Gustavo realmente estava fora de si. Deixou de comer sua tradicional dúzia de ovos, fritou apenas oito e deixou um restinho no prato. Syang não sabia ao certo se trocava seu violão com Mário Veloso. Ele alegou que seu instrumento estava mais afinado, porém a loira ainda tinha dúvida. Elen Roche – ah, Elen Roche! – também acordou mau humorada. Pediram que ela dublasse Lady Zu, mas ela não estava nem um pouco afim. Sua pasta Close-up verde tinha sumido – só podia ser coisa da Produção. “Cadê a porrinha da minha pasta de dentes, cacetinho” – bradou.

Houve um acontecimento na noite que antecedeu aquela manhã suspeita que mexeu com Tiazinha: ela jurou ter sentido umas energias cósmicas “diferenciadas”, sabia que algo não estava dentro do normal. Procurou seu chicote nos apetrechos que carregou para a casa. Não o encontrou, uma pena. Por um momento os amigos pensaram ter sido a volta triunfal de Xis, carregado pelo lombo do Lulo, cantando um rapp qualquer. Não era. Alívio para Mariana, que tinha enterrado suas jóias no jardim e feito um mapa escrito em Alemão.

Cybthia – como é mesmo o sobrenome? – continuou afirmando que não daria para o André. Nem dentro, nem fora da casa. Fazia questão de preservar sua imagem, sua castidade e sua consideração pela Nova Zelândia. Masturbou-se no banheiro, embora as câmeras não a tenham flagrado.

Vitão desistiu de transar numa luta com a Joana. Ela estava muito mais forte e ele temia perder sua reputação no meio dos Pit Bull e Pit Pulgas. Isolou-se do restante do grupo, passou a apreciar os acordes do violão do Mário Velloso e admirar as madeixas loiras do jovem cantor. Pintou um clima, mas o galã da Casa dos Artistas resolveu ir dormir mais cedo.

Tinha algo estranho no ar – ninguém desconfiava.

O primeiro a levantar, naquela manhã, estranhamente, foi o Mário. Pegou seu violão e se dirigiu à piscina. Havia uma tranqüilidade diferente. Nem aviões, nem helicópteros, nem pássaros irritantes. Tudo na mais perfeita paz. Dormiu. Gustavo – o segundo a levantar – pensou em despertar o amigo, mas desistiu. Mário era um sério concorrente para consumir a omelete. Olhou na dispensa. Apenas três ovos. “Produção, Produção!”. Ninguém respondeu. Tiazinha acabara de chegar à cozinha e, vendo o desespero do grandão e percebendo um quê de mistério no ambiente, logo supôs que aquela estratégia – a de deixar os participantes sem comida – se tratava de uma nova cartada de Silvio Santos para alavancar o IBOPE. “Nós vamos passar apuros, meu! É isso, somos “previlegiados”!” Gu concordou e tratou de acordar seus pares masculinos. Vitão pensou que fosse Mário e quase fez uma declaração de amor. Acordou a tempo, contudo.

As moças acordaram em polvorosa, exceto Mariana Kupfer. Enfim conseguiria fazer o regime que há anos tinha prometido a si mesma. Houve um princípio de pânico, como é próprio das mulheres, mas logo tudo passou. Ricardo encontrou uma mensagem boiando na piscina. Um envelope de fundo vermelho com o desenho de uma fechadura esculpido em preto. Tratava-se de mais uma tarefa para a galera. Estava escrita em letra de mão – corrida, para alguns. Parecia ter sido formulada apressadamente, pois era semelhante a um receituário médico. O cigano chamou a tchurma: “Galera!”. Syang foi a última a chegar, pois estava no banheiro fazendo Deus sabe lá o quê!

“Última tarefa: sobrevivam!”

Todos ficaram atônitos. Alguns elaboraram teorias mil, afinal perceberam que o homem do baú não estava muito satisfeito com o desempenho da segunda turma da Casa dos “Autistas”. Olharam-se. Ellen, Mariana, Suzana e Joana se abraçaram. Vitor correu para os braços de Velloso. Cynthia se sentiu preterida e foi para o espelho pedir para sair da casa. Chorou dez minutos ininterruptamente. Fez um discurso histórico e pediu para Joana Prado carregar suas malas. Despediu-se de todos, menos de André. Chegou a comentar com a Feiticeira que não entendia como ele tinha comido tantas globais e sequer ter encostado a mão em seus seios. “Acho que ele é boiola!” – respondeu a amiga.

Foram quarenta e cinco minutos em frente à porta. Tempo suficiente para Vitor preparar um bolo de chocolate para Mario. “A cereja é minha!” – disse o cantor.

- Cadê o rango? – reivindicou Gustavo.

Nada. Ricardo pediu calma e afirmou que pularia o muro. Foi aí que todos perceberam que o muro tinha sido cercado com arame eletrificado – isto explicava o pardal esturricado que encontraram no jardim. E agora? Tiazinha jurou que avistara algo circulante e luminoso na noite anterior. Talvez os alienígenas tivessem paralisado aquele pedaço de mundo. Obteve o apoio de Ricardo. André começou a elogiar Silvio Santos e a imitar Gilberto Gil (ouvira anteriormente que ninguém suportava mais ele tentando se fazer passar por Caetano). Ellen correu para a frente de uma das câmeras. “Silvio, por favor!”


O que Ellen e os outros “autistas” não sabiam era que ele tinha se mandado para Miami. Inclusive, dizem, que ele antes de ir para Cumbica teria ido depositar flores no túmulo de Fernando Dutra Pinto.

A Argentina invadira o Brasil. Diego Armando Maradona foi nomeado Ministro das Relações Exteriores e Interiores. Os coronéis platinos resolveram acabar com as tvs brasileiras. De quebra, isolaram a “Casa dos Artistas”. Big Brother Brasil também dançou. Tango.
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