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Teses_Monologos-->Avaliação vs Prova - parte 2 -- 30/04/2011 - 23:57 (MARC FORTUNA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Através de estudos que realizei com professores de diferentes disciplinas e graus, pude observar que é muito grande a distorção do entendimento sobre o verdadeiro valor da avaliação. Muitos professores buscam, neste momento, a oportunidade de punir o educando pela falta de disciplina e comportamento que teve durante o bimestre. Outros professores aplicam as provas, corrigem e não as devolvem para os alunos, passando a seguir para uma nova matéria ao invés de trabalhar novamente com as deficiências dos alunos.

Precisamos ter em mente que a prova é um instrumento para avaliar o rendimento do aluno e o conteúdo que não foi assimilado, para que assim possamos retornar com o que não foi assimilado e garantir o pleno conhecimento. De nada adianta aplicar provas e não discutí-las, posteriormente, com os educandos. Nosso compromisso com a Educação é transmitir o conhecimento e garantir que o aluno tenha pleno acesso àquilo que lhe fora ensinado. Devemos valorizar o qualitativo no lugar do quantitativo. Que utilidade real terá para o educando ter adquirido grande número de informações e pouquíssimo conhecimento?

Muitos professores preocupam-se somente em cumprir o planejamento do curso e se esquecem que o essencial é o aluno aprender e não apenas receber informações.

O destino escolar do aluno define-se nas séries iniciais do ensino básico, quando se desenvolve sua auto-estima e sua auto-imagem. As relações que o professor mantém com o aluno são vitais para essa construção. Esta auto-imagem irá acompanhar o aluno nos níveis escolares seguintes, caso ele permaneça no ambiente escolar. Percebam vocês que estamos induzindo os jovens a abandonar a escola quando este sente-se desvalorizado. As doenças da Educação — reprovação em massa, hemorragia em notas, avaliação como instrumento de punição etc — são estímulos para o crescimento da evasão escolar. Será que estamos sendo corretos em nosso sistema de avaliar nossos alunos? Como nos sentimos quando estamos sendo avaliados? Precisamos nos colocar na posição destes alunos e saber como gostaríamos que nos avaliassem. Talvez isso ajudasse a alguns professoes a descer do suposto pedestal que a docência lhes trouxe.

As relações entre professores e alunos estão marcadas, de ambos os lados, pelas imagens caracterizadas acima, pois o processo de ensino-aprendizagem se dá por imagens que o aluno faz de si mesmo e por imagens que o professor faz dele. Tais imagens definem relações entre professor e aluno, afetando o processo de ensino-aprendizagem. Portanto, devemos ter cuidado para não deixar que os "preconceitos" ou "pré-conceitos" que temos relacionados a certos alunos, influenciem em nossa maneira de avaliá-lo e principalmente no acesso do aluno ao mundo do saber. Há uma poderosa rede de relações entre tais conceitos gerais que os professores e alunos desenvolvem e a avaliação formal expressa em uma prova ou chamada oral.

Muito se tem discutido a respeito da avaliação formal, mas o fato é que esse tipo de avaliação tem a finalidade de legitimar a avaliação informal ocorrida durante o processo de ensino-aprendizagem à luz daquelas imagens a que nos referimos. Quando o aluno é reprovado na avaliação formal, antes, ele já foi reprovado na avaliação informal (pré-conceito). Isso, todavia, não deve ser confundido com avaliação contínua, que neste caso não deve ser influenciada por objetos que não estão relacionados com o aprendizado e aproveitamento do aluno. O fato de eu não gostar de um determinado aluno como pessoa não me dá o direito de julgar e decidir o fracasso futuro do educando.


©Marc Fortuna - Parte de "Problemas de Avaliação na visão de Jussara Hoffmann, Luiz Carlos Freitas e Marcelo Raphael Fortuna". São Paulo, 1995, Ed. Teresa Martin
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