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Artigos-->SENTIDO, SENSO, SENSUALIDADE -- 16/11/2005 - 09:09 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SENTIDO, SENSO, SENSUALIDADE



Francisco Miguel de Moura*





Não importa a ordem. Tudo está ligado, começando, por exemplo, pelas palavras SENTIDO, SENSO, SENSUALIDADE. Três nomes parecidos, significantes diferentes, embora cada um mantenha parentesco com os outros dois. As palavras têm substância e remetem-nos a vários mundos, vários significados. Primeiro, fico pensando na significação, não no sentido dos versos de Drummond: “As coisas tangíveis / tornam-se insensíveis / à palma da mão. // Mas as coisas findas, / muito mais que lindas, / essas ficarão”. Ficarão porque teriam o sentido de que as coisas terrenas podem eternizar-se. E se a gente pensasse que o poeta ter-se-ia referido às coisas acabadas, as que foram completadas pelos seus autores, criadores, obreiros? Mas não, porque a palavra quando nos remete ao par finito versus infinito, que é nosso drama humano maior, depois do econômico (a sobrevivência) – em resumo, a capacidade do homem de pensar a si mesmo e o seu destino – é sempre mais poesia, conquanto teimem os positivistas, objetivistas ou concretistas. A poesia não é objeto, é meio de atingir algo através do objeto poema. Sem considerar a origem e as derivações operadas pelos falantes, tome-se a palavra SENSUAL (senso ou sentimento?), que domina o mundo contemporâneo. Sem a sensualidade não haveria alegria nem criação na humanidade. Claro que também sem o senso crítico, lógico, racional, a vida perderia o sentido, o sabor; a amargura da dor se tornaria mais amarga; a suavidade espiritual desapareceria – isto é, os momentos doces da festa, a cor da alegria. É a sensualidade avassaladora de todos os setores, da mercadoria à saúde, da educação à diversão, do sexo ao amor. Está no espírito de cada um de nós e cabe a este o controle de Eros, ou o instinto do amor, diante de Tânatos, o instinto da destruição, ou a morte. Por causa desses substratos da vida interior o mundo faz sentido. Sem eles, reinaria o nada absoluto.

Passando do plano teórico para o prático, observa-se, na atualidade, quando a mulher conquistou parte considerável de sua equiparação com o homem, uma certa igualdade nos sentimentos. O amor da mãe para com o filho passou rapidamente a ser desempenhado satisfatoriamente também pelo pai, de forma que essa separação entre amor maternal ou paternal não tem mais sentido. Quem, há umas poucas décadas, não se admiraria de encontrar um homem cuidando dos filhos? Hoje isto é pratica comum. O pai durão está em fase de extinção. Salvo melhor juízo, entretanto, aumenta o número das mães duronas. É um aspecto social que causa medo, e “o medo é mau conselheiro”, segundo Alexandre Herculano. Medo por causa do rumo que o futuro pode tomar aceleradamente. A mulher moderna está querendo atingir, a todo custo, o que o homem ao longo da história adquiriu enquanto ser macho. Por isto nem sempre se dá bem, especialmente se acumula tarefas como as de casa e do emprego.

Por outro lado, descoberto por sua ciência que é o sexo frágil, o homem cada vez mais cede o poder de mando à mulher, e vai-se tornando terno e carinhoso, como uma espécie de compensação ou medida de defesa. A marcha da sociedade, neste sentido da convivência do masculino/feminino, é imprevisível até a curto prazo.



___________________

* Francisco Miguel de Moura, escritor, vive na província porque quer.







SENTIDO, SENSO, SENSUALIDADE



Francisco Miguel de Moura*





Não importa a ordem. Tudo está ligado, começando, por exemplo, pelas palavras SENTIDO, SENSO, SENSUALIDADE. Três nomes parecidos, significantes diferentes, embora cada um mantenha parentesco com os outros dois. As palavras têm substância e remetem-nos a vários mundos, vários significados. Primeiro, fico pensando na significação, não no sentido dos versos de Drummond: “As coisas tangíveis / tornam-se insensíveis / à palma da mão. // Mas as coisas findas, / muito mais que lindas, / essas ficarão”. Ficarão porque teriam o sentido de que as coisas terrenas podem eternizar-se. E se a gente pensasse que o poeta ter-se-ia referido às coisas acabadas, as que foram completadas pelos seus autores, criadores, obreiros? Mas não, porque a palavra quando nos remete ao par finito versus infinito, que é nosso drama humano maior, depois do econômico (a sobrevivência) – em resumo, a capacidade do homem de pensar a si mesmo e o seu destino – é sempre mais poesia, conquanto teimem os positivistas, objetivistas ou concretistas. A poesia não é objeto, é meio de atingir algo através do objeto poema. Sem considerar a origem e as derivações operadas pelos falantes, tome-se a palavra SENSUAL (senso ou sentimento?), que domina o mundo contemporâneo. Sem a sensualidade não haveria alegria nem criação na humanidade. Claro que também sem o senso crítico, lógico, racional, a vida perderia o sentido, o sabor; a amargura da dor se tornaria mais amarga; a suavidade espiritual desapareceria – isto é, os momentos doces da festa, a cor da alegria. É a sensualidade avassaladora de todos os setores, da mercadoria à saúde, da educação à diversão, do sexo ao amor. Está no espírito de cada um de nós e cabe a este o controle de Eros, ou o instinto do amor, diante de Tânatos, o instinto da destruição, ou a morte. Por causa desses substratos da vida interior o mundo faz sentido. Sem eles, reinaria o nada absoluto.

Passando do plano teórico para o prático, observa-se, na atualidade, quando a mulher conquistou parte considerável de sua equiparação com o homem, uma certa igualdade nos sentimentos. O amor da mãe para com o filho passou rapidamente a ser desempenhado satisfatoriamente também pelo pai, de forma que essa separação entre amor maternal ou paternal não tem mais sentido. Quem, há umas poucas décadas, não se admiraria de encontrar um homem cuidando dos filhos? Hoje isto é pratica comum. O pai durão está em fase de extinção. Salvo melhor juízo, entretanto, aumenta o número das mães duronas. É um aspecto social que causa medo, e “o medo é mau conselheiro”, segundo Alexandre Herculano. Medo por causa do rumo que o futuro pode tomar aceleradamente. A mulher moderna está querendo atingir, a todo custo, o que o homem ao longo da história adquiriu enquanto ser macho. Por isto nem sempre se dá bem, especialmente se acumula tarefas como as de casa e do emprego.

Por outro lado, descoberto por sua ciência que é o sexo frágil, o homem cada vez mais cede o poder de mando à mulher, e vai-se tornando terno e carinhoso, como uma espécie de compensação ou medida de defesa. A marcha da sociedade, neste sentido da convivência do masculino/feminino, é imprevisível até a curto prazo.



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* Francisco Miguel de Moura, escritor, vive na província porque quer.



















































































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