A propósito de mensagens que circulam por e-mail, criticando o uso do termo PRESIDENTA, afirmando que não existe a palavra e ridicularizando seu emprego, ousei manifestar-me sobre o assunto (até membros da Academia de Letras de Brasília consideram seu uso inadequado ou errado - uma absurda imposição).
Encaminho-lhe, abaixo, o núcleo de minha manifestação sobre o tema e gostaria de colher sua opinião sobre PRESIDENTE ou PRESIDENTA DILMA?
"Na verdade, o feminino do substantivo PRESIDENTE é mesmo PRESIDENTA (tal como alfaiata, infanta, governanta, parenta e monja - não se espante!), embora se admita, também, a forma invariável, como os comuns de dois gêneros, para todos esses (presidente, alfaiate, infante, governante, parente, monge). Não é outra a lição de nossos mais renomados gramáticos, entre os quais o também filólogo e membro da Academia Brasileira de Filologlia Evanildo Bechara (v. Moderna Gamática Potuguesa, 37ª Edição, Revista e Ampliada, Editora Lucerna, 2001, pág. 135). Nossos lexicógrafos seguem esse ensinamento. O Moderno Dicionário da Língua Portuguesa - Michaelis, 2002 - registra o verbete `pre.si.den.ta sf (fem de presidente) 1 Esposa do presidente. 2 Mulher que preside` (pág. 1.692, primeira coluna). O recentíssimo (2009) Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, editado, de acordo com o novo acordo ortográfico, pela Academia Brasileira de Letras, registra, em sua 5ª edição, na pág. 674, 4ª coluna, `presidenta s.f.` Mesmo o dicionário Caldas Aulete, que apresenta o substantivo presidente como forma comum aos dois gêneros, registra também o verbete presidenta.
Devo acrescentar que esse assunto foi abordado, embora de maneira superficial, em pelo menos uma coluna jornalística especializada em esporte, do jornal O GLOBO (Renato Maurício Prado), quando da eleição da atual presidenta do C.R. do Flamengo.
Acho que, durante algum tempo ainda, as duas formas serão usadas pela mídia, pelos parlamentares, pelo povo. Mas já se nota uma ampla preferência por presidente. Há até quem defenda presidente como a única forma admissível, embora, em alguns casos, os argumentos utilizados não evidenciem a desejável seriedade. Lembro, porém, que a eleita, em sua primeira manifestação após a divulgação do resultado da eleição, se declarou Presidenta do Brasil. E continua usando essa forma".
A minha manifestação acima acabou sendo enviada ao Presidente da Academia de Letras de Brasília, José Carlos Gentili, por intermédio da esposa, Marilene. Lá também debateram a matéria. Mas as Academias de Filologia é que deviam disso se ocupar. Academias de Letras hão de se voltar para as manifestações literárias, artísticas. Cada macaco em seu galho.
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