A VERDADE DOS FATOS
Filemon F. Martins
Não se tem a pretensão de monopolizar a verdade, mesmo porque a verdade é relativa, depende de circunstâncias, depende de ponto de vista, depende do momento e do ângulo em que observamos os fatos. No episódio bíblico do julgamento de Cristo, conforme os evangelhos, Pilatos perguntou a Jesus: Que é a verdade? Hoje, minha verdade pode não ser a mesma de amanhã. Além do mais, a minha verdade pode não ser a verdade dos outros, especialmente quando estou convencido de que minha opinião e somente minha opinião é a verdade.
Mas há fatos que acontecem e que não podem ser contestados. É o caso, por exemplo, do que está ocorrendo com o Partido dos Trabalhadores e de seus membros, incluindo aí seu líder maior. Após esta enxurrada de imundícies que vieram à tona, o presidente Lula, em seu discurso à nação, afirmou que foi traído. Mas não declinou ao povo quem o traiu, deixando em aberto a questão. Afinal, quem o traiu?
Que o povo brasileiro e por conseqüência os eleitores de Lula foram traídos pelo PT não há dúvida. Basta recordar que antes de assumir o poder, o PT gozava de prestígio e gabava-se de ser paladino da ética e da moral, embora já pipocassem aqui e ali várias denúncias de corrupção em prefeituras de algumas cidades, como Santo André, Campinas, Ribeirão Preto, São Paulo, principalmente nas áreas de lixo e transportes públicos.
Mas no discurso do presidente, ele se diz traído, mas por quem, se todos são ou eram seus amigos e aliados políticos? Por outro lado, se essas falcatruas não fossem descobertas, (acorda, Brasil!) eles continuariam roubando e rindo do povo que, ingenuamente, acreditou em suas promessas. Ora, quando um presidente da República descobre que seus subordinados estão subtraindo dinheiro dos cofres públicos, deveria, pelos menos, ser mais enérgico e pedir a expulsão sumária destes elementos do seu partido. Se não o fez, qual teria sido o motivo? Diz o adágio popular: “Quem cala, consente”.
A conhecida história de que a elite (sempre dominou e continua dominando ainda mais no governo de Lula) quer dominar e derrubar o governo, de acordo com a propaganda política na televisão de alguns partidos, como o PC do B, nunca colou e não é agora que vai colar. Todos sabem que o PT decepcionou o povo e os trabalhadores, não os banqueiros e capitalistas que foram beneficiados no governo de FHC e continuou no governo de Lula com mais requinte de favorecimento, desde que se garantisse ao PT a perpetuação no poder.
O resultado mais evidente é que reformas e projetos prejudiciais aos trabalhadores foram aprovados a muque do “mensalão” e do “mensalinho”, tendo, inexplicavelmente o aval do Supremo Tribunal Federal que deveria se comportar como guardião da nossa Carta Magna e não ceder aos ataques do poder político do Executivo, como tem ocorrido nestes últimos tempos.
Chega-se à conclusão de que cabe ao povo, mais uma vez através do voto, a missão de escolher melhor seu presidente, acreditando que os partidos políticos sejam responsáveis ao indicar seus candidatos, expurgando de seus quadros os farsantes que infestam a política e ficam espreitando algum momento propício para roubar o povo, sob os olhos, até agora complacentes da Justiça Brasileira.
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