A nuvem muda sempre de figura
numa constante migração no espaço:
- ora parece um circo, ora um palhaço.;
é montanha, é cascata, é ferradura.
É o que se pensa e o nosso olhar procura!
- Seria de algodão um grande maço?
- Ou, dos Andes, seria algum pedaço
deslocado, passando lá na altura?
No silêncio da dor que me angustia,
vendo no céu a nuvem passageira,
quero que passe a nuvem de agonia.
E, que, também, a chuva alvissareira
venha molhar o chão, dando alegria
de ver nascendo flor de laranjeira.
Recife (PE), 15.02.2002 |