Usina de Letras
Usina de Letras
135 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62164 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22530)

Discursos (3238)

Ensaios - (10349)

Erótico (13567)

Frases (50574)

Humor (20027)

Infantil (5423)

Infanto Juvenil (4753)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140791)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6182)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->MESTRE GUARANI CANTA E ENCANTA -- 03/11/2005 - 05:56 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
MESTRE GUARANI CANTA E ENCANTA







Miguel Guarani é um vulto sem proeminência política, mas de grande valor moral e intelectual, a quem deveriam ser prestadas todas as homenagens possíveis. A família, neste momento, presta-lhe o preito da criação e edição desta obra, tão necessária não só aos franciscossantenses e picoenses, como ao próprio povo do Piauí.

Nascido a 18 de maio de 1910 e falecido a 7 de agosto de 1971, Miguel Borges de Moura (apelidado Guarani), não viveu muito. Mas seus 61 anos foram suficientes para fazer história. Todos fazem, porém uns mais que outros. Toda a história que Miguel fez se distribui a duas vertentes: a de professor (mestre-escola) e a de cantador (ou violeiro), sendo principal a primeira.

Mas a vida de um homem não se circunscreve apenas ao trabalho, ao ganho do pão, ao amparo que dá à família constituída. De permeio à realidade há sonhos e esperanças. Creio que foi o que levou o mestre Miguel a tornar-se poeta popular, repentista dos melhores e, mesmo não tendo uma voz forte, rica, poderosa, a que Deus lhe deu era suficiente para o gasto diário de suas empreitadas.

Aqui, um pouco da vida de Miguel foi recuperada do esquecimento e lembrada aos seus contemporâneos, familiares, discípulos e amigos, que não eram poucos. Em redor de Picos, desde Mons. Hipólito, Alagoinhas, até Aroeiras, Itainópolis, São Luís das Guaribas, etc. etc. o que era da sua inteligência fora aplicada ao bem do povo, formando a paixão pela leitura e escrita. Se pudesse, o mundo todo seria alfabetizado e lido. Professor, como ainda hoje, não ganhava nem para o seu sustento. Talvez, jungido pela necessidade, buscou forma complementar de ganhar o pão-de-cada-dia.

Quem o conhecesse logo ficaria gostando do seu jeito simples, sério, comedidamente alegre, sensato nos seus juízos e apreciador das pessoas de bem. Todos o estimavam, por onde passasse. Não deixou inimigos. Persistente nas decisões, não discutia nem brigava com ninguém. Na política, sempre acompanhou o partido do centro, do governo, não por ideologia, mas porque eram seus parentes. Quando eles caíram, continuou com eles, na oposição. Era leal a mais não poder. Uma das suas aspirações, a de se tornar poeta popular, foi fácil, dada a sua inteligência e vivacidade de linguagem, além dos conhecimentos adquiridos como professor. Assim, educava e alegrava a comunidade. Habilidoso, paciente, ninguém o ouvia queixar-se, a não ser da pobreza material, mas acreditava em Deus e era católico não praticante.

Não teve ambições vãs, talvez em virtude de sua condição física – baixo, magro e considerado feio – além de ser, de certa forma, um caboclo do mato – porém mais civilizado que os demais: Sabia a linguagem da roça e a da cidade, da vida do matuto e do citadino. Escreveu pouco e quase nada publicou e o que publicou não foi com o intuito de tornar-se famoso, pois alguns folhetos foram impressos sem constar o seu nome, data e local – nada. Não pensava na glória terrena, nas vaidades do mundo. Era introspectivo por natureza, porém permitindo-se tomar conhecimento do mundo dos outros, dos problemas alheios e ajudar a resolvê-los.

Honesto, verdadeiro, transmitiu quase sempre segurança aos seus alunos, aos ouvintes, à família. Se não foi feliz é porque a felicidade é difícil de ser alcançada como bem, ela é composta apenas por momentos, e estes ele teve-os.

Mesmo assim, com orgulho dizemos que, até certo ponto, tornou-se famoso e mais famoso ficou depois da morte. É quase impossível encontrar-se alguma pessoa que, tendo convivido com ele, não o elogie. Se a fama provém de ter algo publicado e de ser citado pela imprensa, alinhamos aqui sua pequena bibliografia conhecida:

- Revista “De Repente”, de Pedro Costa, Teresina, números 3 e 9, respectivamente de julho de 1995 e agosto de 1997:

- Jornal “O Estado”, Teresina, de 4 de maio de l986;

- Jornal “O Dia”, Teresina, edições de 22 de agosto de 1971 e 31 de outubro de 1971;

- “Dicionário Biográfico de Escritores Piauienses de Todos os Tempos”, de Adrião Neto, Teresina, 1995;

- “APEP – Organização, Lutas e Conquistas”, de José Olímpio Leite de Castro, Teresina, 2003.

Tudo o que foi possível localizar de sua produção literária (literatura de cordel) está reunido neste livro entregue aos leitores, na certeza de que agradará, principalmente aos aficcionados desse tipo de arte e àqueles que são dados à educação e sua história.

Sua memória deveria ser cultuada, especialmente em seu torrão, Francisco Santos, e em Picos, que também é sua terra. Por exemplo: Por que não se constrói uma estátua ou lhe dá nome de uma rua? Por que os acadêmicos da Academia de Letras da Região de Picos (ALERPI) não o homenageiam com uma cadeira de patrono? Homenagens não se pedem, não é bem isto que se faz aqui. Espera-se que aconteçam. Porém, calar sobre a glória de Miguel Guarani não tem cabimento.



Francisco Miguel de Moura e Pedro Costa

Editores

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui