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Artigos-->A ÚLTIMA PALAVRA -- 03/11/2005 - 05:50 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A ÚLTIMA PALAVRA



Francisco Miguel de Moura*



Você tem a última palavra, leitor? Eu não tenho. Ninguém tem. Só os reis, imperadores e ditadores tiveram e deu no que deu: revoluções, guerras, destruições. Quem domina no mundo é a democracia, onde ninguém é dono exclusivo da verdade. Ninguém terá a última palavra, tudo tem que ser discutido, estudado. Há três poderes no mínimo, que são o executivo, o legislativo e o judiciário. Para não falar na imprensa, o quarto poder, a chamada opinião pública. Não tenho a última palavra em nada, nem em público nem em particular. Vejamos na família. Quem mandava era o marido, agora o poder é dividido entre os cônjuges, os filhos dão “pitacos” e ainda há os vizinhos, a polícia, etc. etc. Em política quem decide é o voto, mas não só ele. Há muitas outras instâncias e dificuldades para chegar ao poder e muitos riscos para de lá sair. Vimos o caso do presidente Lula, só não foi “impichado” porque tem a opinião pública a seu lado (o povo e a imprensa). Temos experiência de anos que, mentalizada, se transforma em pensamentos e, depois, em palavras onde e quando for conveniente. Não somos inconvenientes, nem frios nem mornos. Está no Apocalipse, cap. 3, vs. 15/16: “Conheço tuas obras: não és frio nem quente. Oxalá fosses frio ou quente! Mas, porque és morno, nem frio nem quente, estou para vomitar-te da minha boca”.Valho-me de citação de Mário Sérgio Cortella, no seu interessante livro “Não espere pelo epitáfio...” Está em Aristóteles e em Ovídio que “no meio está a virtude”. Mas não é bem assim. Calar quando é preciso falar, falar quando é necessário o silêncio são pecados. Cortella informa que é preciso ser radical e explica: “Radical é aquele – como lembra a origem etimológica – que se firma nas raízes, isto é, que não tem convicções superficiais, meramente epidérmicas; radical é alguém que procura solidez nas posturas e decisões tomadas, não repousando na indefinição dissimulada e nas certezas medíocres Não é necessário ir até os extremos, mas é essencial não ficar restrito ao confortável e letárgico centro”.

Minhas opiniões, mesmo através de citações de outrem, são externadas sem fugir à realidade e à verdade. Ser radical é o mesmo que ser “amigo da verdade” e não das aparências. Ser radical é amar o certo, em tempo e lugar certo. Que perguntem: Que coisa é o certo? Como Cristo respondeu a essa pergunta? “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, afirmando, assim, que a verdade é sempre pessoal, mas não estranha ao mundo em que vivemos. A verdade é a vida, não fica na superfície nem no meio, fica no fundo. Encontramos o termo correto. Quem fica no meio, em cima do muro, é medíocre. Quem não vota não pode reclamar dos governantes. Fala-se hoje muito na violência, e com razão. Mas será que nós não somos violentos na rua no trânsito, nas mesas de bar, em casa? Ladrões! Será que nós não bancamos o desonesto, algumas vezes? Para acabar com a violência é preciso que todos os cidadãos façam por si; para acabar com a ladroeira é preciso que todos sejamos honestos, para acabar com a raça de políticos ruins é preciso que nós escolhamos os melhores. Sem nós, o mundo não melhora. A lei, seja ética ou social, existe para todos. Não é mesmo?

Não tenhamos a última palavra, consultemos os amigos, os vizinhos, os parentes. Consultemos, sobretudo, a nossa consciência, para poder reclamar depois.

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*Francisco Miguel de Moura é escritor brasileiro, mora em Teresina. E-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br



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