Ele é alguém que compõe o cenário alegre de minha vida. Poderia até dizer um irmão, mas não é muito apropriado, porque irmãos costumam ser dispersos, cada qual cuidando de sua própria vida, embora se preocupando muito e querendo que tudo sempre esteja bem...
Ézio é um amigo, cuja amizade se foi construindo paulatinamente... É o meu segundo cunhado, casado com minha querida irmã do meio. É alguém que nasceu para cuidar das pessoas dando-lhes apoio absoluto quando elas mais necessitam. Ou seja... Quando ninguém mais aguenta, ele está ali, desdobrando-se em cuidados e tentando dar o melhor de si...
Por que resolvi falar dele aqui? Sinceramente não sei. Estava revendo fotos da família, e dei com esta. Tirei-a exatamente aqui, quando procurava a letra, e as cifras de uma canção de Luiz Gonzaga, para que ele tocasse em seu acordeão... Ele estava exatamente posicionado atrás de mim, dedilhando e tentando achar a nota perfeita... Não dá para esquecer um momento desses... É único!
De súbito, veio-me a personalidade única deste ser tão valioso neste planeta. Por essa razão, resolvi registrá-lo aqui. O que muito me cativa nele é a ânsia que tem de viver, de aprender... E de repassar as coisas que amealha para os que estão por perto. Mas, entre tantas importantes qualidades, Ézio tem uma virtude maior: a de querer que as pessoas se sintam saudáveis e não mede esforços para tentar convencer-nos.
Esta criatura maravilhosa já ultrapassou os setenta anos, mas aparenta uma energia de trinta ou quarenta! É um exemplo de luta constante. E preenche cada minuto de seu preciosos tempo aprendendo sempre... Biólogo, por formação, um pouco advogado, outro pouco médico, vive atualizando-se, no afá incansável de aperfeiçoar seu saber, o que me dá a certeza de que nunca o verei envelhecer, pois ele é dessas raras pessoas que dominam o tempo, não o veem passar simplesmente. E dessa forma consegue driblar os problemas “com um pé nas costas”, como dizia minha saudosa mãe...
Estou certa de que vai emocionar-se ao ler o que escrevo, mas algo imperioso suscitou esta minha vontade... Algo alegre, algo bom saído do fundo do coração... E que tem um nome, apenas: CARINHO. Lembrei-me aqui de uma passagem do livro magno de Saint Exupéry em que ele declara que precisava desenhar o Principezinho, para não se esquecer dele. “As pessoas grandes correm o risco de se esquecer, porque tem muitas coisas na cabeça e buscam muitas idéias ao mesmo tempo, quando, na verdade o que procuram poderiam encontrar num simples gole de água ou numa caminhada ao sol...” dizia ele...
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