Renuncia
Desnudo agora o quanto valho,
Ínfimo é o valor de minhas frases.
Resguardo em meu peito todo sentimento em desalento,
que vaga por teus ares, nem ao menos nota o quanto clamo?
Renuncio à minha dor muda, aos gestos oprimidos, aos beijos,
Esquecidos...
Renuncio ao teu corpo réstia de luzes que ofuscam,
Renuncio aos teus lábios celofanes, vermelhos,
Renuncio enfim, ao que somente almejo e nada mais.
Declaro por ti e em ti, todo o lume trancado nas paredes do meu peito.
Meu coração num canto acróstico, num clarim desesperado
Despede-se em lágrimas oprimidas, porém, visíveis na alma.
Por um amor simples, um amor incondicional,
Enrrosco-me nos meus conflitos,
Fitas azuis compõem o meu carnaval de trevas.
Sozinha...No meu nicho, mundo a parte, ilusório.
Ninhos de algodão é o que ofereço em meu regalo,
Quando pensar em procurar-me.
Caminho ao teu encontro, mas sinto recuar
no firmamento real de nossas vidas.
Um amor incondicional, um amor consciente.
Não sou mais eu.
Nasci, cresci, aprendi.
Aprendi a ser oceano e a ser sertão.
Renasço a cada dia, contemplo em vasto ao meu redor.
Renuncio por te amar demais, sem covardia,
renuncio pelo meu próprio bem.
Erika Viana. |