Conheci, de vista, o "seu" Pedro Bacurí defronte do antigo prédio da Ag. do BB, na rua Marquez do Herval, em Campina Grande-PB, aí pela década de sessenta. Ele usava terno branco, relógio de pulso e corrente de ouro no pescoço, além de anéis valiosos em dedos das duas mãos: chegava a lembrar o famoso Capitão Virgulino, o Lampião.Não usava brinco na orelha, talvez por ainda não ser costume, na época.Era um figuraço!
Disseram-me que fôra motorista de praça, profissão que deixou, após enriquecer negociando com carros.
Então associou-se ao Clube dos Caçadores, que era a coqueluche da época na Rainha da Borborema, e, todo domingo estava lá com a família, nas festas
que começavam pela manhã e não tinham tempo para terminar: era baião, forró, xaxado e samba até ao anoitecer; com folguedos para a criançada, seja na piscina, no campo de futebol, nos passeios a cavalo, etc.,com bom serviço de restaurante.
Acontece que, num certo domingo, ocorreu um tiroteio no Clube e "uma bala perdida" richicoteeou numa cadeira e atingiu a filha do Pedro Bacurí, que foi socorrida a tempo, por amigos do nosso herói, e levada para o Hospital Antônio Targino. Logo em seguida, o pai aflito chegou ao nosocômio e foi informado de que a bala atingira a região pubiana, mas, já tinha sido retirada e não havia gravidade. No dia seguinte ela teria alta.
"Seu" (quando virou marajá rcebeu o título de "Sir" brasileiro...) Pedro Bacuri pegou o carro e foi para a esquina do Bar Flórida, que era, na época, o ponto de encontro de mais movimento da cidade. Alí, foi cercado por motoristas de táxi e outros curiosos, que queriam saber do estado de saúde da filha dele, tendo um dos seus mais íntimos perguntado: "Sua filha foi alvejada?" Então, "seu" Pedro Bacurí respondeu:
"Foi. A bala se alojou na região pubiana" E o amigo: "Bacurí, traduz pra gente: o que é região pubiana?" E "seu" Bacurí, com ares de supeioridade, respondeu: "Isso é que é ser ignorante! Região pubiana é a testa da boceta!"
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