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Artigos-->O MAQUIAVELISMO, ONDEM E HOJE -- 04/10/2005 - 13:00 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O “MAQUIAVELISMO”, ONTEM E HOJE



Francisco Miguel de Moura*



O maquiavelismo entrou para a história do pensamento político pelo princípio de que “os fins justificam os meios” e, desta forma, prega a independência da polícia em relação à moral. Nicolau Maquiavel (1469-1527), de onde se origina o termo “maquiavelismo”, nasceu e faleceu em Florença, Itália, e foi uma das figuras mais brilhantes do Renascimento. Político, escritor, historiador e teatrólogo, colaborou com os Médicis e depois foi adversário e por eles preso e torturado. Já naquele tempo, seus escritos registravam que os príncipes – os reis da Itália ainda não unificada – para se manterem no poder, aprendiam a arte de governar pela força, pela intimidação e pela astúcia. Nisto se resume “O Príncipe”, sua principal obra e que sobreviveu ao vaivém da história. Ele, a obra, propugna o oportunismo e reivindica o recurso à guerra como instrumento de domínio interno e externo. Em resumo, é o que li na “Enciclopédia Barsa”, Rio/São Paulo, 1987. Outras idéias que, no frigir dos ovos, têm o mesmo rumo, lá estão. Por exemplo: “o agir político de acordo com o interesse próprio, sem consideração à palavra empenhada”.

Mutatis mutandi, tudo continua igual. Ou pior. Não somos mais reinados nem principados, hoje só se fala em democracia. Embora pouca democracia exista dos governantes para com os governados. Não somos mais império, reinado, principado. E é só. No demais, as ações tendem ao mesmo fim, através dos mesmos princípios de “O Príncipe”. Não que Maquiavel tenha sido ruim. Viveu o seu tempo, era inteligente e escreveu uma filosofia política durável porque entendia os homens, a sociedade, a vida. No mínimo, o nosso político profissional lê de trás para frente, de baixo para cima, mente quando deve dizer a verdade, ou cala-se. Comecemos pelos grandes e pelas menores coisas: O homem que comanda o maior país do mundo, a nação líder das outras por sua riqueza, seu domínio no ar, em terra e no mar, comete as maiores tolices. Geoge W. Bush diz que é leitor de Paulo Coelho e de Tom Wolfe. Ora, ser leitor de Paulo Coelho demonstra uma grande debilidade mental. De Tom Wolfe, G. W. Bush nunca foi nem pode, pois para ler um só livro dele precisaria da vida inteira. Ora, o que leu foi alguma orelha e cita-a sem saber o que está dizendo. Então Bush e seus comparsas não iriam mentir e ocultar tudo a respeito da Guerra do Iraque? Não iria mentir aos americanos? Em economia, na guerra, na política externa? Nem todos os políticos de nossa época são “maquiavélicos”. Há exceções. Mas a maioria mente sem necessidade, furta, rouba, tortura, mata; vende-se, troca favores políticos por votos, compra votos com dinheiro ou cargos, corrompe a burocracia para conseguir tudo o que quer do Estado. Quem recentemente assistiu às notícias da tevê, da internet, com relação às CPIs, viu e ouviu absurdos, no entanto verdades. Se aquilo não é “maquiavelismo”, não sei mais o que poderia ser. É o “maquiavelismo” moderno.

Os outros países que se cuidem, inclusive o nosso Brasil, diante de tanta impunidade política e moral. Eu não acredito em bruxas, mas parece que elas existem. Depois do estrago que o terrorismo fez nos Estados Unidos, agora a natureza entrou de cheio, nos últimos dias com furacões e tornados, como nunca. Será em pagamento da negativa da nação de assinar o Protocolo de Quioto?

Maquiavel só usou dos seus instrumentos científicos e humanísticos para descobrir o “maquiavelismo” político e mostrá-lo ao mundo. Como ninguém dele ainda não se curou, é preciso que se escreva um novo “O Príncipe”, indicando como livrar o mundo dessa mazela.

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*Francisco Miguel de Moura é escritor, mora em Teresina (e-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br).

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