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Artigos-->MAIS UMA POLÉMICA NO FÓRUM - O VILÃO, O DROGADO E O EXCLUÍDO -- 03/10/2005 - 15:28 (Daniel Cristal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Já fui…

(Carmo Vasconcelos)





Já fui… Não serei mais a complacente

Rompi com a tese do faz-de-conta

Cansei de aparentar a lassa tonta

Pra dar sono de paz a falsa gente



Na negativa firme e sonora

Sem engolir dilemas, reticências

Direi sem peias “não” a vãs cedências

Meu claro “sim” somente em justa hora



Ficar… não ficarei contrariada

E calma no repúdio direi “fora!”

A quem, airado, minh’alma atormente



À minha consciência ajustada

Serei enfim inteira e sem demora

Já fui… Não serei mais a complacente



***

(In "Despida de Segredos")

Lisboa-Portugal



-----

De: Carmo Vasconcelos

Para: ecos_da_poesia@yahoogrupos.com.br ; o_ forum_ dos_ mestres_ aprendizes

Enviado: quarta-feira, 28 de Setembro de 2005 15:32

Assunto: [o_forum_dos_mestres_aprendizes]Carminho repassando o carinho da QUERIDA CARMEN ORTIZ - Fw: C/MIDI===JÁ FUI - Carmo Vasconcelos (NOTURNO DE CHOPIN)



Repasso, emocionada, com alinda Midi

oferecida pela generosa Carmen

Como é bom ter amigos...

Beijos

Carminho



Minha doce e querida Carmen,

Como é bom ter a tua amizade...

Obrigada!!!!!!!!!! que Deus te pague em 1000 este carinho!

E logo com o meu adorado Chopin!!!!!!!!



Carminho



Theca AngelFrom: ArmandoFigueiredo

6:41 PM

Subject: Re: [o_forum_dos_mestres_aprendizes]Carminho repassando o carinho da QUERIDACARMEN ORTIZ - Fw: C/MIDI===JÁ FUI - Carmo Vasconcelos (NOTURNO DE CHOPIN)



A temática em questão de Carminho, tem-me dado que pensar desde que cheguei à Net

E francamente ainda não sei que volta se lhe pode dar.

Ela ilustra bem a sua atitude. A da rejeição. Será humano afastar o vilão ou procurar trazê-lo para junto de nós. Não é fácil decidir nem aceitar a constante bofetada de quem apenas sabe agir pela violência verbal. Especialmente no espaço virtual onde ninguém dá verdadeiramente a cara, e por isso todos se acham super-heróis e putativos sábios. E alguns até pensam ser precursores de novas escolas (não falta nos ciber-espaços bazófia pantomineira), sem saberem o essencial acerca de Arte Literária.

Para alguém muito sensível a questões sociais, traumas de infância e adolescência, más aprendizagens e más companhias, este problema é delicado e angustiante. Discriminar é doloroso, quando tem que ser. Dói-nos afastar gente que devia estar connosco, porque todos somos humanos. Mas não há outra forma, dada a circunstância de as pessoas agirem encobertas pela distância, anonimato ou pantomina. Encobertas, escondidas, por estarem num pequeno cubículo onde escrevem num teclado, recolhidas e quase secretamente, alguns drogados, dando aso a que todas as suas frustrações e agressividade venham ao de cima, sem temerem serem processadas ou responsabilizadas pela sua conduta, ou mais tarde reconhecidas pela sua falta de senso, educação e formação; gozando elas ainda com as reacções possíveis do interlocutor que se abeira com algum sentido de ajuda, julgando que o vai converter e chamar à razão. É um desastre qualquer tentativa de conversão ou pedido de reflexão serena e justa. É mesmo preferível passar ao lado, afastarmo-nos sem dar troco.

Como Carminho, há tempos escrevi sobre o assunto o seguinte:

« O respeito pelos outros, pelas suas opiniões e opções, e pelas suas decisões,

é um acto de amor.

Desejar andar arredado dos néscios maledicentes e da toda a malignidade,

merece indiscutivelmente o maior respeito e aceitação;

pois que amar é também amar-se, e cuidar da eleita boa companhia.»



Daniel Cristal



Parabéns a Carminho e Carmen,

Armando



De: theca angel

Para: ArmandoFigueiredo

Enviado: quarta-feira, 28 de Setembro de 2005 23:36

Assunto: Re: [o_forum_dos_mestres_aprendizes]Carminho repassando o carinho da QUERIDACARMEN ORTIZ - Fw: C/MIDI===JÁ FUI - Carmo Vasconcelos (NOTURNO DE CHOPIN)



Queridos

Mestre Daniel, Carminho ,Carmem

É terrivelmente dificil para algumas pessoas, tomar uma atitude drástica de isolar alguém, ainda que por justa causa. Tenho verdadeiro pavor de enfrentar situações assim. Sei que é imperiosa a atitude diante de fatos que prejudiquem a boa imagem construída e algo deve ser feito, se todas as iniciativas redundaram em fracasso.

Honestamente, não gostaria de estar no lugar de vocês, se tivesse que agir assim.

Apoio incondicionalmente e se não ouvesse uma outra via, assinaria embaixo.

Mas que é dificil, não tenho a menor dúvida...

Meu carinhoso abraço

Theca Angel



----- Mensagem original -----

De: Maria Lucia

Para: ArmandoFigueiredo

Enviado: quinta-feira, 29 de Setembro de 2005 18:42

Assunto: Re: [o_forum_dos_mestres_aprendizes]Carminho repassando o carinho da QUERIDA CARMEN ORTIZ - Fw: C/MIDI===JÁ FUI - Carmo Vasconcelos (NOTURNO DE CHOPIN)



A respeito do tema em questão, que apenas dá para intuir do que se trata...

Trazer o vilão para junto, significa ter o acordo e consentimento claro de todos, o que pelo visto não ocorre! Só assim se trabalharia conjuntamente a educação do divergente caso o mesmo interesse-se pela mudança promotora de harmonia!

Ademais por tratar-se esse grupo de uma seleção específica , tem o direito de pedir afastamento de, quem quer que não adapte-se a determinados critários, e que ainda deponha contra a imagem idônea de tal espaço! Perdôem-me a intromissão onde não fui chamada

mas, " a César o que é de César..." todos são de Deus em seus respectivos espaços, escolhidos conforme identidade de gostos e afinidades!

No entanto ninguém tem direito de impor o próprio pensar divergente aos demais, criando climas desnecessários! Se existe honradez e decência, por mínima que seja, cabe ao próprio indivíduo em questão simplesmente "como cá dizemos no nordeste: cantar noutra freguesia"!

É fato que determinadas "literaturas" que exprimem autenticamente o estado de espírito perturbado de seu autor, (e nem por isso atesta qualidade literária) deva ser propagada nos meios de comunicação! Se queremos um meio mais condigno e decente para transitarmos tratemos de construí-lo mesmo sabendo de antemão, que isso demanda trabalho, desgaste, postura e porque não o desgosto em desgostar quem não nos entende os atos? Cristo, o maior avatar de Luz na humanidade, não agrada a todos até hoje!

Tentemos agradar portanto aos que se agradam do bom, belo e que deixa rastro edificante por onde passe!

Compactuar com o que não é certo... é errado! Textualmente e literalmente!

Ter compaixão do enfermo não significa partilhar a enfermidade dele!

Abraços afetuosos a todos!

Marilú Santana



----- Mensagem original -----

De: Voga

Para: a.miramar@clix.pt

Enviado: quinta-feira, 29 de Setembro de 2005 18:57

Assunto: Fw: [o_forum_dos_mestres_aprendizes]Carminho repassando o carinho da QUERIDACARMEN ORTIZ - Fw: C/MIDI===JÁ FUI - Carmo Vasconcelos (NOTURNO DE CHOPIN)



CASTIGO?

Daniel Cristal



Quantas humilhações e maus pudores

temos de suportar pra vencer a prova!

Pois o dia-a-dia desafia a nova aurora

num parto bem difícil pelas dores.



Quem é familiar sabe quanto custa

ter um filho rebelde ou drogado,

homem ou mulher em mau estado,

sem o poder trazer prà vida justa.



Quanto pode sofrer um familiar?

Como é difícil ter de castigar!

E ainda qu eu tenha filhos bem formados,

não deixo de pensar em outros casos...



O castigo penaliza toda a gente;

a quem o perpetra especialmente.



28.09.2005



Mensagem original -----

De: Carmo Vasconcelos

Para: ArmandoFigueiredo

Enviado: sexta-feira, 30 de Setembro de 2005 5:01

Assunto: Re: [o_forum_dos_mestres_aprendizes]Carminho repassando o carinho da QUERIDACARMEN ORTIZ - Fw: C/MIDI===JÁ FUI - Carmo Vasconcelos (NOTURNO DE CHOPIN)



Justas e compreensivas as participações

de Theca e Marilú.

Beijos a ambas



"O castigo penaliza toda a gente;

a quem o perpetra especialmente"



-------Mensagem original-------



De: Tiliacheirosa

Data: 09/29/05 20:42:58

Para: O FÓRUM; ArmandoFigueiredo

Assunto: Re: [o_forum_dos_mestres_aprendizes]Carminho repassando o carinho da QUERIDACARMEN ORTIZ - Fw: C/MIDI===JÁ FUI - Carmo Vasconcelos (NOTURNO DE CHOPIN)



Daniel

hoje grande parte das famílias

estão vendo seus valores

diluírem, como desaparecem

as bolhas de sabão, lamentavelmente

os jovens tem tomados rumos anversos e tristes



Maria Antônia



Oi querida amiga...

Continuo questionando sobre o caso...

Os jovens tomam rumos, eu diria, avessos e tristes...

OU

São levados a esses rumos!? Levados, por falta de amor, falta de oportunidades,

falta de uma estrutura familiar, falta de uma estabilidade emocional

que hoje é o mal no mundo...

Há que se pensar...

Não acho que alguém busque um negro destino apenas pelo prazer de

"contrariar regras", do que são mais acusados...

Pensemos!...

Um beijo grande grande Mestre Daniel e minha doce Poeta Tilia...



Carmen Ortiz Cristal

To: O FÓRUM

Sent: Friday, September 30, 2005 7:22 AM

Subject: [o_forum_dos_mestres_aprendizes] NOTURNO DE CHOPIN



Não é fácil nem reflectir nem decidir nesta matéria. Todas as intervenções são excelentes, sem distinção. Todas nos ajudam a meditar e amadurecer. A invasão da droga na sociedade tornou-se um flagelo. Como aconteceu com o tabaco, ainda que sem os mesmos custos em depauperação de existências, bens e saúde. Como acontece ainda com o álcool. Primeiro experimenta-se depois vicia-se. Adolescentes, jovens, agora até crianças adoptam nova postura, face à dificuldade de existir sem o apoio afectivo que mereceriam. Falta de amor e virtude certamente. Falta de uma mão protectora, de uma relação, mais humana, mais afectiva, entre progenitores e descendentes.

Os filhos nascem e não são amparados. Não sobra tempo para eles. A competição é feroz. Os pais querem vencer a qualquer custo. Afogam-se nas disputas, e os filhos são quem naufraga. Há tempos repassei por cá um texto de Paulo Barbosa em que alguém dizia: « Hoje não contem comigo para trabalhar e ganhar mais esse dinheiro que me oferecem, e até, bem vistas as coisas, nem me faz assim tanta falta. Hoje vou passear com os meus filhos, porque o dia de hoje é para eles. Poderei nunca mais ter oportunidade de passear com eles e de gozar a sua companhia.»

Conciliar tudo na vida, precisa de método, de procurar arranjar disponibilidade, de dispor da vida como se ela fosse nossa, e não dos outros, ou lutar por algo abstracto que sabemos, à partida, não ser genuíno ou virtuoso. Saber viver é saber fazer escolhas, escolher caminhos, aplainar arestas, acarinhar quem precisa de amparo, perder ambições desmedidas, mal equacionadas.

Viver na frugalidade, na temperança... estas palavras não são vãs. São virtudes. Uma virtude é um conceito cheio de força, cheia de vida, cheia de excelência. É um tesouro de sensibilidade e força anímica. É preciso falar em virtudes. Batalhem pelos conceitos de virtude, amigos! Se em vez da avidez de obter mais uns bens materiais, parares para pensar, e deres a mão a um filho, a um neto, a um sobrinho, a um filho de um amigo, para falar com ele nas coisas de que ele se interroga, e se apreciares a sua companhia, ele andará muitos dias a agradecer e a louvar-te, falando aos outros da felicidade que ele teve em ser teu filho, teu neto, teu sobrinho, teu amigo.

Meu amigo, é tudo o que tu deixas de mais valoroso na tua passagem pela Terra, a gratidão, o merecimento, o resto volatiliza-se como o pó da nossa própria natureza. O resto tanto hoje é meu, como amanhã é teu. Não poisa na eternidade... acrescenta muito pouco, às vezes nada, à nossa condição.

E o resto é o que sobeja, e se lhe deres a importância que tem, parece que o recebes duplamente sem quereres, e pouco te acrescenta. O que está dentro de nós, é o nosso maior e melhor tesouro. Continue-se a falar destas coisas, que o assunto é interessante, e não é tempo perdido, antes pelo contrário.

Daniel Cristal



Lá diz o velho ditado: "As conversas são como as cerejas", o que quer dizer que vêm umas atrás das outras e quanto mais se comem mais vontade temos de as comer.

E porque conversar é já também um acto que se vai perdendo, aproveitemos o ensejo para continuar esta deliciosa conversa. Relembro as conversas de família em minha casa, (nesse tempo não havia computadores nem televisão) onde a família, numerosa, especialmente em dias de festa, começava uma conversa sobre determinado tema, que nunca era acabado, pois outros temas se interpunham e atropelavam o tema inicial (geralmente memórias), começando em alhos e acabando em bogalhos, dando origem a intermináveis diálogos, que eu, jovem, absorvia divertida, tentando com o meu já espírito lógico, pôr pontos de ordem na conversa: "Mas, como ficou isto, ou aquilo?" Era inútil, a conversa corria por sua própria conta, e ficávamos com os respectivos finais em branco. Mas como era gostoso...

Parece-me que é o que está a passar-se connosco. O que não deixa de ser interessante. Começámos pelo meu soneto "Já fui... não serei mais a complacente!", que gerou a interrogação do Mestre sobre se "Devemos repudiar ou acarinhar o vilão?", já passámos pelas relações na Net, na família, nos filhos, pelos viciados nos vários "Venenos", e até já vamos na política. Tal como as minhas velhas conversas de família!



Agora, pego num excerto do último texto do nosso Mestre Daniel:



"Adolescentes, jovens, agora até crianças adoptam nova postura, face à dificuldade de existir sem o apoio afectivo que mereceriam. Falta de amor e virtude certamente. Falta de uma mão protectora, de uma relação, mais humana, mais afectiva, entre progenitores e descendentes. Os filhos nascem e não são amparados. Não sobra tempo para eles. A competição é feroz. Os pais querem vencer a qualquer custo. Afogam-se nas disputas, e os filhos são quem naufraga. "



e termino com um poema antigo que apoia exactamente esta vertente tão lúcida e tão actual do nosso amigo Daniel:



PERDOA-ME



Filho largado à distância

diz-me onde foi que eu errei!

No amor que te não dei

ou na cega tolerância

com que por vezes te amei?



Nas noites que te deixei

entregue à tua inocência

não sabia que ficavas

sem saber o que fazer

dessa tua independência



Não sabia que ficavas

perdido num labirinto

de ideias em movimento

néons, viagens, "confetti"

erva doce e absinto



Não sabia que ficavas

solitário e desfeito

voando talvez pró tempo

em que eu a teu contento

te aleitava contra o peito



Julgando-te homem já feito

eu nada te perguntava

e de ti nada sabia...

Que querias não ter crescido

e se pudesses voltavas

ao colo que te embalava



Que querias não ter nascido

e se pudesses cortavas

pela raiz o teu destino



Que ao mesmo tempo ansiavas

em amarga ambiguidade

ser homem e ser menino...



E enquanto eu te abandonava

e de ti nada sabia

tudo em ti acontecia!



Perdoa-me, filho querido

em tempo não ter sabido



implorar-te que falasses

Agarrar-te e impedido

que à droga te agarrasses

como um náufrago perdido...



Perdoa, filho meu, não ter sabido.



Carmo Vasconcelos



(In Ciranda “Droga” do Grupo Ecos da Poesia))



Bom dia, amigos, foi um prazer conversar um pouquinho convosco

Beijos

Carminho



----- Mensagem original -----

De: Carmen Ortiz Cristal

Para: undisclosed-recipients

Enviado: sexta-feira, 30 de Setembro de 2005 8:53

Assunto: DANIEL CRISTAL====Fw: [o_forum_dos_mestres_aprendizes] NOTURNO DECHOPIN





GRANDE MESTRE!!!!!!!...

Na verdade o que realmente pesa são governos corruptos que

não repassam ao povo o que é do povo, tirando deste,

as oportunidade de uma vida digna...

Agradeço caríssimo Daniel Cristal pela oportunidade que nos destes

para desabafar a revolta que nos vai na alma, como mencionas, tudo é valido para que possamos, com nossas trocas de experiências,

aprender cada dia um pouco mais.

Minha admiração por ti é imensa, um grande abraço.







----- Mensagem original -----

De: Victor Jeronimo

Para: ArmandoFigueiredo

Enviado: sexta-feira, 30 de Setembro de 2005 13:58

Assunto: Re: [o_forum_dos_mestres_aprendizes] NOTURNO DE CHOPIN



Permitam-me aqui a publicação de um poema baseado em factos reais:



ÓBITO: OVERDOSE

Victor Jerónimo







Era um menino de boas famílias,

Daquelas que têm quase tudo na vida,

Este quase, subentende que algo falta,

Faltava o amor e carinho nos corações,

Para eles o dinheiro era tudo e com ele

Tinham o poder e até o amor comprado.



O pai viajava muito, por muitos países

A mãe sentia-se só e viajava também,

O filho esse ficava entregue aos avós

Os únicos que com desvelo e carinho

Tão bem sabiam cuidar do seu neto,

Apaparicando-o, amando-o, acarinhando-o.



Mas a vida é muitas vezes madrasta,

Esta não contempla os designios humanos

E eis que doença fatal acomete a avó,

Esta se foi num dia cheio dos raios do sol,

O avô coitado ficou tão só e sem vigor

Que um dia pôs termo à sua vida.



Coitado do neto, que nasceu sem culpa

Fica só, entregue a uma ama de companhia

Que só roubava o que naquela casa havia.

E o menino esse crescia a cada dia sem amparo

Sem o carinho devido a tão tenra idade

Crescia assim num desamparo moral.



Eis então que, decisão das decisões dos pais

Vão de pôr o menino num colegio interno,

Daqueles de onde nunca se sai, como uma prisão.

Prisão doirada é certo pois o dinheiro tudo pode

Mas de onde nunca se sai nem em excursão

Numa pena a ser cumprida por um inocente.



Pena que este paga na terra pelo pecado

Dos pais, que viajam cada um em sua terra.

Bons hoteis, bons amantes e tudo o mais

Enquanto o filho esse, definha na prisão doirada

Sem amor, sem carinho e sem sequer ilusões

Dia a dia cresce aquela criança, assim sem culpa.



Visitas tinha-as dos pais, sempre desencontrados

Porque a direção avisou: “Vosso menino não pode mais

Ele precisa de vós do vosso carinho e amor

Porque senão vai ser um ser humano de dor

Ou pior ainda um revoltado para com a sociedade

Daqueles que só na morte descansarão”.



Pais desnaturados e sem amor próprio

Que seguiam uma vida sem lar nem norte,

Lá tinham que se sacrificar e visitar o filho

“Menino venha comigo, vamos de férias

Vamos conhecer outros países e gentes

Temos hotel de luxo, piscinas e iates”.



O menino ansiou pelo mundo e pela vida

Iria viajar com a sua mamãe querida

Conhecer o que este nunca tinha visto

Enfim, sentir o poder e força do dinheiro

Pois tinha sido essa a sua grande educação

E preparação para a vida, mesmo que madrasta.



E foi naquelas férias que o seu destino foi traçado

Naquele hotel de cinco estrelas pleno de luxos.

Mamãe coitada não tinha tempo para ele

E este ficou entregue aos filhos dos amigos,

Filhos estes que já há muito tinham suas vidas

Marcadas no ferro e fogo do consumo das drogas.



E o menino, aí entrou pela porta grande

Com a pompa e circunstância devidas

Aí a provou e sentiu o seu prazer,

Devorando suas entranhas e sentidos

Que lhe toldava a vida e o fazia esquecer

Em noites de orgias regadas a drogas.



Muitos anos se passaram e o menino

Fez-se homem, homem que continuou sem rumo

Sem carinho ou amor dos pais agora separados,

Frequentou clinicas de desintoxicação

Roubou para matar o vicio e esteve na prisão

Dia a dia definhamdo cada vez mais e mais.



Seus sonhos eram diferentes dos nossos

Queria deixar aquele vicio que o corroía

Queria ser normal, ver o sol e lua

Queria encontrar o amor ou apenas a amizade

Até que um dia seu corpo cedeu à doença

E este num misto de medo terminou consigo.



Óbito: Overdose



Coitado, mais um que terminou seus dias

Escolhendo o caminho mais fácil

Porém o mais cruel, que um jovem

Na flor da vida tem que escolher

Por falta de amor e carinho.





Para visitar o site do seu grupo na web, acesse:



http://br.groups.yahoo.com/group/o_forum_dos_mestres_aprendizes/





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