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Artigos-->UM BORDEL CHAMADO BRASIL -- 03/10/2005 - 10:24 (Jeovah de Moura Nunes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






UM BORDEL CHAMADO BRASIL E NOSSOS

DIAS DE CÃO





O presidente Lula enfim obteve uma vitória no Congresso com a eleição do presidente da Câmara dos Deputados, o comunista convicto Aldo Rebelo. É claro. Precisou soltar muita grana. Um tipo de mensalão enorme à Câmara dos Deputados, que nós, infelizes mortais, não entendemos. Feliz, Lula prepara agora sua reeleição com certa folga, respirando aliviado dos problemas que seu próprio partido gerou no seio político. Problemas que, diga-se de passagem, é gigantesco, para não dizer profundamente escabrosos, quando se tratavam dos homens mais importantes do país: o superministro José Dirceu, o José Genoíno e outros tantos. Tudo em volta do presidente, que parece estar numa redoma de vidro, uma vez que os pingos de lamas sequer o atingiram. É assim que funciona o nosso país: tudo acaba virando pizza, cervejadas e bundalelês pra todo lado.



Quanto à economia todos são unânimes em dizer que vai bem, obrigado! As exportações continuam em alta. Os comerciantes internacionais estão rindo às bandeiradas de felicidade em investir no Brasil; os empregos surpreendentemente crescem a olhos vistos; os “homens do campos” produzem com força total; o país vai colher milhões e milhões de grãos no próximo ano: um record novamente; os bancos batem records de lucros a cada mês, a cada ano; a energia está sobrando; o país é uma maravilha; a mulherada está cada vez mais acessível; enfim, enfim, tudo vai às mil maravilhas neste país, que não é da Alice, mas é mesmo das mil maravilhas.



Só uma coisinha! Por que o salário mínimo é 127 dólares, quando nos “States” é mais de 500 dólares? Se tudo vai bem por que não se paga bem ao povo trabalhador? Dá pra amar um país que chicoteia seus trabalhadores com um péssimo salário? Talvez o mais péssimo do mundo?! Ora, ora, faça-me o favor! Têm indivíduos neste mundo capitalista, que deveria estar nas mãos de um assassino chamado Stalin! E falando em assassinos, os capitalistas daqui não podem reclamar de tantos bandidos soltos. Estes são bandidos porque copiaram o exemplo do dono dinheiro, que também roubou de alguém, ou do próprio governo. É uma ciranda-cirandinha. Eu roubo do governo, que rouba de mim e de outros, que roubam de outros poderes, que roubam de outras populações, que roubam das merendas escolares, que roubam dos professores, que roubam dos defuntos, que roubam seus espaços nos cemitérios, cujo diretor rouba dos que vão lá no dia dois de novembro de todos os anos. Sobram os padres e os pastores das igrejas que roubam de todo mundo, inclusive do governo. E tudo em nome de Cristo.



Acho que se Jesus voltasse, ele ficaria longe do Brasil. Muito longe. Porque afinal aqui para sobreviver com um salário mínimo, nem Jesus Cristo. E existiria o perigo de Ele ser tentado a virar ladrão, posto que para sobreviver temos de roubar. Ou se rouba, ou se morre de fome!



Outro grande erro foi se libertar de Portugal! Se ainda estivéssemos nas mãos dos portugueses a gente seria mais honesto, porque eles cuidariam de nós. Isto é, pelo menos não deixariam a gente morrer de fome. Roubavam-nos, mas as nossas barrigas ficavam cheias. Os chamados de “irmãos brasileiros” não são assim. Primeiro roubam para ficar ricos. Depois nos matam de fome com uma péssima renda. Não querem dividir as riquezas nacionais com os trabalhadores, que eles costumam chamar de “desqualificados”. Claro, botam escolas boas e acessíveis e depois venham nos chamar de “desqualificados”!



Lembro-me quando de dentro de um ônibus, estacionado em frente de uma venda na cidade do Crato, no Ceará, aí pelos idos de 1953, meu pai me deu duas bananas para comer. Descasquei a primeira banana e atirei as cascas na calçada. Houve um reboliço. Uma correria de crianças em direção às cascas. Duas ou três delas comeram as cascas. Aquilo para mim foi uma diversão. Mas, algo lá no fundo me disse: “se elas gostam das cascas, poderão gostar também da banana”. E descasquei a segunda banana e atirei as cascas novamente na calçada. Mas, desta vez joguei também a banana. E me diverti vendo o sufoco das crianças tentando pegar uma casca, ou a banana inteira.



Somente alguns anos depois foi que compreendi não ser aquilo divertimento. Era a sobrevivência de pessoas.



O Brasil, representado pelos seus governantes é que não chegam a essa compreensão. E todos eles jamais chegarão. Continuam se divertindo jogando cascas de bananas ao povão. Continuam roubando, sim porque também são ladrões. Apesar de serem ladrões que não roubam para comer. Roubam pelo prazer de roubar. E roubam do povo que paga impostos escorchantes, extorsivos. Quando nos ameaçam com conseqüências para nossos direitos de cidadania, estamos, neste caso sofrendo um ato extorsivo do governo. Passa, então, esse governo a ser uma espécie de criminoso porque impõe-nos regras que não podemos cumprir, tendo em vista nossa miserável condição social. Além disso, não cumpre suas obrigações de governo, apesar de exigir que cumpramos nossa obrigação de cidadão. Ora, isto entra numa tremenda colisão de interesses, que se fosse em outro país, vivia-se certamente uma guerra civil. Talvez seja por isso que o atual governo, descaradamente ladrão, está tentando desarmar a população. É uma estranha atitude de impor uma espécie de ditadura, que não é de interesse da população, a qual não sabemos aonde isto vai dar.



A porcaria da “fome zero” tão propalado por Lula foi mais um engodo, uma enganação ao povo brasileiro, que acreditou nesse governo. A fome só zerou mesmo para Lula e seus asseclas. A pior coisa que pode acontecer a um presidente é se transformar em cidadão comum. Lula deve ter um enorme terror em novamente ter que encarar a vida de cidadão brasileiro. Mesmo ganhando algumas esmolas a mais. Isto porque o cidadão brasileiro é o mais tripudiado pelo governo no mundo. Aqui, nossos direitos são coisas transcendentais. Não se consegue alcançar. Basta citarmos os direitos à saúde que todos nós temos. Isto está escrito. Mas, na realidade a coisa é outra. Alias, “outra” significa “inferno”. Quem fica doente vai viver um inferno. E a morte muitas vezes, torna-se a melhor oferta.



Atualmente estamos assistindo um circo de verdadeira criminalidade política em Brasília. Com um comunista convicto na presidência da Câmara, Lula poderá jogar o seu xadrez político com tranqüilidade beneditina. A principal questão agora é perdoar os ladrões dos cofres públicos e privados. São quinze pessoas que recebiam ricas propinas mensais. Talvez, os quinze que deram a vitória ao Aldo Rebelo. Felizes os ladrões no Congresso esfregam as mãos, esperando a oportunidade de golpes futuros, que os deixarão mais ricos ainda, quando – se isto aqui fosse realmente um país e não um bordel chamado Brasil – quando deveriam sim estar presos, aguardando julgamento severo e exemplar. Mais uma vez nossas instituições estão em cheque. Mais uma vez a justiça brasileira está em cheque e ficando cada vez mais desacreditada até pelas crianças brasileiras. Nosso futuro se vislumbra cinzento, para não dizer definitivamente negro. Já é negro hoje. Será terrível no futuro. Ainda não passamos pelos testes que outras nações passaram. Ainda estamos nos divertindo com falsas alegrias de falsos ricos, quando não existem falsos pobres. E sim uma multidão de 60 milhões de desamparados, ganhando uma miséria, vivendo em permanentes condições de guerra contra os que têm de tudo. E estes nem se tocam disso. Só caem na real quando um grupo invade sua casa, estupra sua filha, rouba o que pode e ainda leva alguns bens devotados, tais como o carro, os computadores e outros bens. Ou então, quando um rico alienado de tudo recebe um telefonema:



-Ô patrão! Tamu aqui com sua filhinha, tá! Vamu falá de negócio! Manda aí uns trocos pra nós, senão vamu manda a orelha de sua filhinha, tá.



É gente! A ricaiada precisa ter inteligência suficiente para não estar falando que tudo vai bem neste país, quando tudo vai mal para a maioria, que hoje não é mais silenciosa. Ou vamos ter para breve uma verdadeira nação, ou ninguém aqui irá ter nação nenhuma. A não ser que faça como a tal novela: fuja para outro país. E se fogem é porque sabem que por lá está bem melhor do que aqui com furacão e tudo o mais. Se lá tem furacão aqui temos nossos dias de cão.



Jeovah de Moura Nunes

poeta, escritor e jornalista

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