- Você voltou, canalha?
Socos ressoaram, dois beliscões e beijos molhados. Creusa amava João e não desistiria, que ficasse o bar para mais tarde. Agora ela o queria, era o bicho dela.
- Sou dessas mulheres que mandam, amorzinho.
Ela traz a coleira. O cachorro não entende, fica olhando para ela.
- Vai deitar, caralho!!!
O cachorro corre para o quintal. Ela sorri.
- Agora é com você, sarnento beberrão!
João levanta as patas e espera.
- Toma, sarnento!
Ouve-se o couro da coleira roçando o couro de João. Ele chora, é um cão no cio. Creusa blasfema, atiça, solta os seios e vira o rabo para a língua áspera de João. Uivos e gemidos sem higiene ameaçam a vizinhança. A velha do 82 reza para afastar as vozes que parecem vir do inferno. |