Já estamos completando um mês de paralisação na Universidade Federal do Tocantins (UFT), e por incrível que possa parecer, as informações acerca do processo de exigências e garantias para os professores ainda não passaram pelos meus ouvidos. Isso mesmo, a classe estudantil espera uma resposta. Embora eu admita que muitos erros foram cometidos, sem deixar passar em branco nossa trajetória histórica nos movimentos grevistas desse país, o momento atual parece entregue ao destino. É claro que alguns burburinhos rolavam pelos corredores, coisas do tipo: “Ouvi um boato de que é por tempo indeterminado”, “o semestre já foi perdido”. Nada concreto, mas parafraseando o Estatuto das Universidades Públicas Federais, o semestre letivo não pode ser prejudicado. Seria contraditório que a grande maioria do corpo docente desse país não negociasse condições de repor as aulas – já que a Constituição garante a seguridade dos docentes.
O que quero dizer, com todo o respeito que os profissionais da educação merecem, é que uma greve não pode ser deflagrada sem apoio dos estudantes. O que está ocorrendo são reuniões isoladas, e não estamos numa posição favorável em relação ao governo. Teoricamente – ou hipocritamente – nós também somos governo. Chego até a pensar que em âmbito regional a paralisação têm atendido interesses políticos escusos, se levarmos em consideração a falta de unidade que existe entre os campis universitários, principalmente quando tratamos de eleições para administração interna ( Reitoria, Diretoria de Campus e demais departamentos para sistemas de extensão ). Isso sem falar na disputa acirrada entre os proponentes dos projetos de pesquisa, símbolo maior da produção científica desse nas academias. O interesse geral das instituições – lembrando que as regiões de Palmas e Porto Nacional foram as únicas a garantir a filiação geral no movimento grevista – parece estar confuso, principalmente se levarmos em questão a conjuntura política atual. O governo atual estaria interessado em receber a comissão de professores da UFT em Brasília?.
Se queremos um resultado positivo nisso tudo, levemos em conta os equívocos do passado, para que não sejamos mais uma instituição sem respostas e soluções em nossos direitos violados e constitucionalmente garantidos em lei.