Usina de Letras
Usina de Letras
162 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62270 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22539)

Discursos (3239)

Ensaios - (10381)

Erótico (13573)

Frases (50661)

Humor (20039)

Infantil (5450)

Infanto Juvenil (4778)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140816)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6204)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->NO COLETIVO -- 28/12/2001 - 17:08 (Erika Bernardo Viana) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No coletivo lotado cheiros e hálitos se misturavam e o calor sufocava àqueles que queriam chegar ao seu destino.

No lado externo, do lado oposto dos espremidos, numa praça, num banco qualquer de concreto, uma cena materializava-se aos olhos das pessoas que aglomeradas no enlatado chacoalhavam.

Um homem esquecia-se de si mesmo,deitado no banco da praça. Esquecido, sujo, como um desfalecido, um amontoado de carnes, ossos, músculos, peles, estrutura, forma, um corpo.

Encolhia-se fugindo do rancor, escondendo-se da vida, enfiava seu rosto, não visto, por dentro da camisa.
Uma poça formava-se embaixo do concreto onde o homem repousava, escorria lentamente entre as pernas. E na poça podia-se ler o abandono, a crueldade e as injustiças...

Alguns olhos estancavam sobre aquele retrato escuro, aumentavam de tamanho expressando horror e assombramento.

Olhinhos sombreados de cansaço.

Apenas olhos que fotografavam sem memória a cena, um homem sem rosto paralisado no tempo real e no tempo dos olhos.

Erika Viana
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui