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Poesias-->IN-VERSOS -- 06/05/2002 - 12:25 (Sergio Felix) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Agora cada verso virará lentamente desconstruído

Em pó de inverno banido de berço órfão casual.

Vem os versos inversos, vão as roupas desavessadas,

As luzes estão acendidas, as cartas fecundas incendiadas,

Eller do coração, muda,

Mudada,

Na marcha desaventurada do acorde fatal.



Agora cada beijo apagará marcadamente outros

Beijos

Como uma esponja cega de pele em seda

Embebida em fel e limão.

Borrará o mel com o sabão,

Que da boca cairá dos moribundos imundos,

Abeirados da linha da estrada.

Eles mesmos que ontem vimos pela janela do trem.

Eles de quem rimos, ontem pela manhã,

Pelos dedos carcomidos de sossego e solidão.

Os beijos mesmos virão, agora outros

Que não procriam outros

Sorrisos acenados na aurora

De quem diz: “Sê bem-vindo e doce”.

Marcam idas, vindas, vidas e saídas do mundo sem volta.



Agora cada sorriso despencará vagarosamente u´em dois

Sobre nossas cabeças enodoadas.

Aqui corpos mirrados de volta à cama para sugar

O contrário das bocas desviradas.

Pois temos pernas plantadas em duas colunas de mármore

Temos fome, temos cárcere,

Temos medo e morte por trás da vida.

Temos rendição e viemos aqui para nos render.

Viemos enxugar o que havia sido derramado na embriaguez,

Ajuntar as partes da tardes espalhadas no êxtase sobre-humano...

Fundiremos as cascas, devolveremos a maçã, ao Éden.



Agora cada afago findará melancolicamente,

Rostos cadentes e vazios.

E a sua cabeça repousar, sob um sudário de sono e ladrilhos.

Para casa voltarei ainda nesta madrugada.

Lá devolverei meu gorro sobre o chafariz

Despedirei minha lança

Ladiante do bater do vento nas folhas verdes da varanda

Meus versos caem reversos

Num filme de abril.

A última nau já partiu,

Foi sono de uma noite assombrada...

Minha carne aflige-se e é vitrine de quem passa na calçada...

Meus ossos pronunciam estalidos de galhos secos,

Quebrando-se.



Ei-nos aqui entregues em pompa militar!

Deixemos podar as flores do nosso parque,

Regada a seiva com o teu sêmen.;

Que rasguem nossa poesia, violem nossos corpos,

Que viciem nossas águas e subornem nossos cães...

Somos as sombras malsãs, decaídas da luz que tivemos

Palavra de nós dissuadidos como de outros.

Observando-se.



Ei-nos aqui para desencontrar!

Perder um do outro, perder dos olhos,

Desandar.

É hora de levantar as redes do mar

Para soterrar as profundidades...

A noite é de desarmar a lua e desamar a maresia.

E matar seus peixes, e abortar seus filhos...

Minha criança desfalece sob o calor de um bonde,

Então pende sua fronte para o meu peito,

Rasgando-se.



Vai!... vai na tua vinda, vai

Carrega em seu dorso a ausência de um sonho em agonia.

Leva a escuridão desta noite fria que não é nossa.

Marca com timbre de mágoa, mácula de covardia.

Vai e segue esta veia seca de naufragada via.

Vaimbora enquanto digo vai,

Enquanto me anima o vento em que sopro as velas

- inda alumia.

Vai... .vembora enquanto digo vai...





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