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Cronicas-->Sono -- 27/12/2001 - 18:00 (A. Vicente) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dormi e quando acordei tinha virado o super-super-homem. Que vida. Mais forte que uma locomotiva, mais rápido que um avião. Por quê esse duplo "super"? É que além dos meus fantásticos poderes não existe nenhuma kriptonita e nem preciso passar fome como redator do Planeta Diário desde que papei a mega-sena acumulada. Quer saber da maior? Minha namorada não é mais a puritana da Lois Lane. Agora tenho duas. Quer morrer de inveja? Tá bem, mas senta antes pra não se embasbacar de vez. Angelina Jolie e Charlize Theron. Ahá, não falei! Morra de inveja, pobre mortal. Agora é hora de se estribuchar no chão. Sabe pra onde eu tó indo? Pra casa da Angie. E a Charlie também vais está lá. E sabe o que eles vão dizer quando eu chegar?

- Acorda.
- Heim?
- Acorda, senão você vai chegar tarde no trabalho.
- Ah, mãe, que saco. Me deixa dormir.
- Sem mas...
- Tá bem, tó indo.

Odeio quando minha mãe me acorda no melhor do sonho. Dá vontade de matar. Mas eu sei que ela não faz de propoósito. É como se ela disse algo do tipo "Você não pode se esconder, Bin laden, mas não pode fugir pra sempre." E eu sei que você está mais próximo que nunca. Mal posso esperar em por minhas mãos em você. Depois de tantas bombas caindo no seu pé do ouvido. Quem sabe não te pego na póxima caverna? Epa. Espera. Que barulho é esse. É ele. Não acredito. Venha cá, seu monstro. Agora peguei você. Vou arrancar essa barba nojenta e guardar como troféu. Agora, me diga quais são suas últimas palavras antes de te entragar pro Bush.

- Não acredito que você ainda está dormindo!
- Mãe...
- É a última vez que chamo você. Levante que vou sair. Bote seu relógio pra despertar.
- Tá bem, tá bem.

Trabalho. Trabalho é um saco. Ah, mas nada agora que estou na minha sala posso fazer o que quiser da vida. Quer um exemplo? Hum... deixa ver. Exemplo, exemplo. Ah, o telefone. Vou ligar pro meu chefe, que tá na sala do lado e dizer umas poucoas e boas.

- Aló.
- Diz, seu bundão.
- Quem é?
- Sou eu, Marquinhos.
- Que história é essa de me chamar assim? E por que você ainda não veio trabalhar?
- Quer saber mesmo?
- Claro.
- Vai tomar no cú. É, seu merdão. Vai tomar no cú mesmo.
- E você vai tomar no olho da rua. Tá despedido.
- Obrigado.

Pronto, agora é só eu me estirar nesta cadeira e esperar minha mãe me acordar. Sabe que eu tinha vontade de falar isso na vida real. Seria ótimo. Bem, acho que já está na hora de ir trabalhar. Tudo que eu tenho de fazer agora é esperar minha mãe me chamar

- Mãe? Mãe, cadê, você?
- Menino, o que você está fazendo de pé com o telefone na mão? Tá sonambulando outra vez?
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