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Artigos-->O mensalão de Allende. E de Roberto Freire. -- 22/09/2005 - 10:57 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Mensalão de Allende



Olavo de Carvalho - Filósofo



http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/opiniao/2005/09/21/joropi20050921002.html



Se vocês querem uma pequena amostra de como funciona o serviço de desinformação comunista nos jornais brasileiros, leiam esta notícia:



"Um livro a ser lançado no próximos dias deve revelar que os soviéticos já desconfiavam da capacidade do presidente chileno Salvador Allende de manter-se no poder. Segundo os autores, o desertor da KGB Vasily Mitrokhin e o historiador Christopher Andrew, o Kremlin acreditava que Allende estava cometendo um erro fundamental ao resistir em usar a força contra seus inimigos. Um resumo do livro O Arquivo Mitrokhin foi publicado ontem pelo jornal britânico The Times."



Ao ler isso no Estadão (http://txt.estado.com.br/editorias/2005/09/20/ int007.html), fiquei desconfiado. A prudência recomenda suspeitar de tudo o que se publica na mídia nacional sobre comunismo, regime militar, Cuba, Hugo Chavez e assuntos correlatos. No caso, a suspeita era maior ainda por três motivos.



Primeiro: eu já era jornalista no tempo da Unidade Popular. Acompanhava seus feitos diariamente, com entusiasmo idiota de jovem esquerdista. Lembrava-me, pois, claramente, de que Allende não havia deixado de usar de violência contra os inimigos. Sua guarda pessoal matara vários deles. Na ocasião, isso me parecia pouco. Como todos os companheiros , eu queria ver o sangue da burguesia jorrando em quantidades deslumbrantes. Mas negar que o nosso ídolo chileno tivesse derramado algum era impossível.



Segundo: tendo lido o primeiro volume do livro, publicado em 1999 (o Estadão nem sequer o menciona), eu sabia que Mitrokhin, alto funcionário encarregado de fiscalizar a mudança dos arquivos da KGB de um prédio para outro, tinha pouquíssimo tempo para copiar diariamente o que podia dos documentos. Limitava-se ao essencial. Nunca daria atenção ao comentário banal sobre um governante do Terceiro Mundo. Ali tinha de haver algo mais.



Terceiro: Mitrokhin só colhia informações da KGB, nunca do Kremlin , como pretendia o jornal.



Fui, portanto, averiguar a fonte. Como geralmente acontece quando faço isso, descobri que o texto publicado no jornal brasileiro maquiava a informação originária, alterando-lhe radicalmente o sentido. Na notícia do Times, a crítica ao pacifismo de Allende é um detalhe menor: o que o jornal destaca em primeiro lugar é a informação, esta sim essencial e nova, de que Allende era um agente pago do serviço secreto soviético. Seus contatos com o governo de Moscou não eram feitos através do embaixador em Santiago, mas do representante da KGB, Svyatoslav Kuznetsov. Os documentos mostravam vários pagamentos feitos por Kuznetzov ao presidente chileno, alguns como remuneração, outros para que ele usasse o dinheiro subornando políticos. Era o Mensalão chileno.



Como aí se evidenciava a verdadeira índole de um político desprezível, a cuja carantonha de bon-vivant a esquerda sobrepusera uma imagem de santo (chegando a transformar seu suicídio em homicídio), era preciso varrer essas informações para baixo do tapete. O redator do Estadão fez isso de maneira engenhosa, suprimindo o foco da notícia e enfatizando, isolado, o acréscimo secundário. O efeito é notável. Uma coisa é um presidente ameaçado abster-se de violências. Outra totalmente diversa é um empregado da KGB ser criticado pelos superiores porque usou de brutalidade em dose inferior à expectativa da organização. Na notícia do Estadão, o traidor a soldo de genocidas estrangeiros torna-se um herói da paz.



Aliada ao procedimento ainda mais costumeiro da omissão pura e simples, esse tipo de fraude é há tempos a norma vigente no jornalismo brasileiro para toda notícia que arrisque despertar algum sentimento anticomunista. Que isso é crime, é. Mas quem liga? Após três décadas desse tratamento, o público está maduro para acreditar que o Foro de São Paulo não existe, que Hugo Chávez nunca matou ninguém, que George W. Bush é racista, que o povo iraquiano odeia os EUA ou até que o PT rouba desde 1990 porque passou para a direita em 2002.



[22/SET/2005]



Dia 23/10, Vote 1, Vote NÃO!





***



Comentário:



Félix Maier



No Brasil, tivemos, em 1989, o "Mensalão do Roberto Freire". Em meu "Arquivos I - uma história da intolerância", publicado neste Usina de Letras, há um verbete a respeito, "Ouro de Moscou", que trata do "mensalão" recebido por vários traidores brasileiros:



“Ouro de Moscou” - Dinheiro remetido pela União Soviética a organizações comunistas e simpatizantes do Brasil, como o PCB e a UNE. Luis Carlos Prestes era “funcionário” do Komintern, recebia salário regular de Moscou, que prestou apoio financeiro a ele e a outros facínoras para deflagrar a Intentona Comunista de 1935, a exemplo do alemão Arthur Ernest Ewert, Olga Benário, Pavel Stuchevski, Jonny de Graaf e do argentino Rodolfo Ghioldi. A União Nacional de Estudantes (UNE) também recebeu o “Ouro de Moscou” através da União Internacional de Estudantes (UIE), órgão de fachada do Movimento Comunista Internacional (MCI). O Senador Roberto Freire foi o último comunista brasileiro a receber contribuição de Moscou, por ocasião de sua campanha eleitoral à Presidência do Brasil, em 1989; quem fez esta declaração foi o ex-diplomata da União Soviética no Brasil, Vladimir Novikov, coronel da KGB, que serviu em Brasília sob a fachada de Adido Cultural junto à Embaixada Soviética, nos anos de 1980.



P.S.: Eu me divirto muito quando vejo, na TV, nas insersões do PPS, o sisudo e pomposo Roberto Freire criticar os "mensalões" dos petistas e seus aliados. Como se vê, Roberto "Mensalinho" Freire perdeu a sigla (PCB), porém não perdeu a pose de vestal grávida. Em um país sério, ele seria tratado como traidor, juntamente com Luis Carlos Prestes e José "Daniel" Dirceu. Nesta República dos Bandidos, consolidada nestes últimos 20 anos, é a coisa mais natural que existe, os calabares são todos tratados como heróis. Enfim, atire a primeira cueca (cheia de dólares) o político, brasileiro ou não, que nunca se beneficiou de um "mensalão" ou de um "mensalinho" (F.M.).















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