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Artigos-->REFLEXÕES -- 21/09/2005 - 18:09 (Pedro de Souza Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




NOTA IMPORTANTE PARA O LEITOR ANTES DE INICIAR A LEITURA DESTES TEXTOS



Os textos a seguir são o resultado de uma observação cuidadosa do fenômeno da vida e do universo que a envolve. A maioria das declarações a seguir é o resultado de conclusões subjetivas sobre assuntos específicos, produto de um trabalho mental, em que o autor tenta traduzir em palavras a visão psíquica que estaria tendo em determinado momento. Tendo em vista a complexidade de alguns desses assuntos, e a pouca habilidade do autor, um simples veículo condutor ou tradutor, em relatar com mais clareza a sua visão, roga-se ao leitor a repetição da leitura de cada texto, com a mente livre de qualquer dogmatismo religioso. Só assim, desta maneira, poderá, partindo do início, alcançar a mesma visão subjetiva aqui descrita pelo autor.





ACERCA DO RESULTADo



Dentro do processo de soluções dos problemas quotidianos, o caminho que em princípio nos pareceria óbvio, mais simples ou intuitivo seguir, é justamente o que habitualmente desconsideramos, para atentarmos numa direção oposta, com soluções complexas, o que nos leva na maioria das vezes ao insucesso em nossas decisões.



DO CREADOR E SUAS QUALIDADES

A justiça, a bondade divina, como habitualmente concebidas pelo indivíduo humano, são mitificações convenientemente alimentadas pela mente, para evitar adentrar-se pela fronteira do desespero em suas aflições existenciais.

Isso cria de uma certa forma no ser, uma esperança permanente de uma realização que nunca será atingida, mas que lhe permite assim viver toda a sua curta existência.

Em decorrência do mesmo fato acima, a criação dessa divindade bondosa e de poder infinito, é uma outra abstração, originada pelo medo que toda criatura sente, diante da sua finitude como elemento físico. Assim, a criatura, criando o seu próprio criador, o que é de certa forma paradoxal, sente-se como que protegida pela eternidade, o que seria outra concepção (a eternidade) que a maioria dos indivíduos é incapaz de assimilar, devido às limitações que possui, decorrentes do seu atual estágio de desenvolvimento mental.

Diante dessas coisas, temos que descobrir uma maneira de nos realizarmos (sermos felizes), mesmo conhecendo essa realidade. Assim, o único caminho que nos restará pela frente será trabalhar a mente, através da observação e da meditação, o que nos levará a não aquilatarmos maiores valores aos parâmetros que inexoravelmente comandam a finitude e todas as suas implicações, durante a nossa curta existência física.



DA MENTE



A mente, ou energia mental, é a única força criadora do Universo e, a sua liberação, é que origina as transformações de qualquer espécie. Assim todo acontecimento é possível, dependendo apenas do nível de energia liberado.

Vendo de uma forma global, percebemos que jamais poderíamos qualificar de boa ou má a Energia Criadora Universal, visto que é a única coisa realmente absoluta que existe, e para tal, adjetivos se tornariam impróprios.

Por ser absoluta, não poderíamos imaginar forças antagônicas e de igual poder, como o Bem e o Mal, ou Deus e o Diabo, coexistindo no Universo. Tais qualificações no entanto, possuem valores relativos e, são criadas por nossas mentes individuais, por conveniência e para satisfação de nossas necessidades ou interesses pessoais. O Bem e o Mal no entanto, existirão sempre na avaliação mental dentro do micro universo humano(universo relativo), enquanto o individualismo exacerbado existir.



DO OBJETIVO



Nenhum objetivo humano é plenamente atingido como concebido originalmente, pois desde que se dá início à sua trajetória, componentes no espaço e no tempo que teremos pela frente, irão interferir, interagindo de uma forma mais ou menos transformadora, desvirtuando-se assim do conteúdo daquela idéia original, e dando muitas vezes origem a um final bem diverso daquele inicialmente almejado.

Para chegarmos ao mais próximo do objetivo inicial, devemos ser possuidores de uma poderosa organização mental, para que, com os seus elementos, como a força de vontade e uma rígida disciplina, entre outros componentes desta organização, possamos nos aproximar daquela meta.

Assim como o objetivo, o ideal jamais será atingido em sua plenitude, pois na trajetória para o seu encontro, novos elementos surgirão para aprimorá-lo ou modificá-lo e, essa realimentação leva-nos em direção ao infinito.



DOS FATOS, DA REALIDADE E DO TEMPO



A realidade é uma abstração filosófica e, cada indivíduo possui a sua própria.

Qualquer fato no Universo desvanece-se com o tempo, e num certo dia terá perdido todo o seu significado materialmente, por mais importante que possa parecer-nos hoje.

O tempo, infinito na direção do passado e do futuro, assim como o próprio Universo, só possui um instante palpável, - o presente, o agora, como por exemplo, o instante em que você lê esta última palavra. O resto é apenas memória, e abstração. No entanto, um espaço de tempo qualquer, que é um elemento relativo, habitualmente medido pelas nossas mentes e partícula daquele tempo infinito, terá um significado totalmente diverso para cada criatura, em função do momento em que estiver vivendo, das suas angústias, do prazer ou da dor, da sua experiência, da sua expectativa em relação ao futuro próximo ou distante. Assim, dependendo de fatores diversos como estes e outros que irão afetar-lhe, o espaço de tempo de um segundo, por exemplo, poderá passar totalmente despercebido o seu transcurso para este indivíduo, ou significar uma eternidade para o mesmo.

O estado de espírito, a felicidade, a infelicidade de um indivíduo, são na verdade uma total criação mental deste, e a extensão ou intensidade desse sentimento só poderá ser avaliado pelo próprio.





DO JULGAMENTO



Julgar uma ação qualquer de outro indivíduo, torna-se uma empreitada impossível, mesmo para a mente mais sábia, uma vez que a avaliação de cada fato ou ação cometida pelo outro, implicaria em que esse juiz tivesse a mesma visão do fato em julgamento, de dentro do mesmo universo e condições do autor da ação que pretende julgar. O que implica que somente o próprio indivíduo, comitente da ação, poderá ser o seu juiz.

Diante disto, nenhuma ação ou pensamento poderá ser qualificado como negativo ou positivo, maléfico ou benéfico do ponto de vista ético ou moral, não importando qual tenha sido ou poderá ser o seu efeito, se a mente que o produziu, assim não o considera e, em decorrência disto, não pesar em sua consciência individual.

Assim, em todo o Universo, cada mente irá ditar o seu comportamento em pensamento e ação, em função do seu nível de evolução, o que, em muitos casos, estará em dissonância com o pensamento ético e moral coletivo.

Assim, em decorrência da visão particular de cada pessoa, o peso de um acontecimento, por mais impacto que possua, pesará de forma diferente, para cada indivíduo do grupo envolvido no dito acontecimento.



DO UNIVERSO E DOS SERES



Lembre-se sempre de que dentro do processo de transformação contínua do Universo, o átomo mais simples que hoje pertence a uma célula do seu corpo físico, poderá ter sido parte integrante da matéria que compunha uma determinada estrela, planeta ou nebulosa no passado distante, e que este mesmo átomo, poderá pertencer à matéria de uma outra galáxia ou ao corpo de uma outra forma de vida no futuro, em qualquer parte do universo. A sua essência anímica, como todas as outras no entanto, continuará sendo como sempre foi, parte inseparável da imensurável Força Criadora Universal, que a tudo penetra e que gera todas as transformações.

O Universo é único, como a força que o mantém e o transforma continuamente. Como tudo pertence à mesma unidade, podemos sentir que esta energia infinita, parece confundir-se com a própria substância gerada, abrangendo assim toda a sua gama de manifestações, desde o bruto, palpável, por nós detectado através dos sentidos rudimentares, até as manifestações da sua energia superior, as quais não podem ser percebidas por aqueles sentidos.

Assim todos (os seres) somos unos naquela natureza e assim parte integrante do Todo e daquela energia.

Vendo desta forma, passamos a entender que a história do Universo como um todo, não estaria completa sem a nossa própria história ou a do verme mais insignificante. E o grau de importância de todos os seres é absoluto, pois, sem as suas existências e as suas ações como parte do Todo, junto com as existências e as ações de todos os outros componentes do Universo, este não existiria.

Você(como todos) é importante como parte do Todo e inexistente sem isto, assim como o Todo não existiria sem Você. Diante disto, podemos sentir que todas as transformações no Universo, se operam comandadas pela força mental resultante e gerada a partir da Energia Universal da qual fazemos parte, e assim eu e você também participamos no destino do Universo.



DO CONFLITO HUMANO

(dentro do Universo Relativo)



Sou muitos dentro de mim, sou Deus e o Diabo, o bem e o mal da concepção humana, assim encarno todos estes sentimentos extremos; mas mesmo mergulhado neste conflito, procuro libertar-me desta infinita pluralidade, pois sinto e não tenho dúvidas sobre isto, que tenho um dever maior, o de domar esta energia avassaladora e administrá-la, - o mal maior, a mente insana que existe em mim, para que eu possa ser eu mesmo, como desejo que seja, no fundo da minha consciência. É um trabalho hercúleo, mas creio que poderei realizar algo, ainda nesta breve passagem, neste lapso de tempo que me coube agora.







DO CAMINHO INDIVIDUAL

(dentro do Universo Relativo)



A nobreza e a vileza de sentimentos poderão coexistir em uma só mente, enquanto esta não possuir o seu domínio, pela prática da experimentação, da meditação, através do sofrimento e do prazer, pela observação do comportamento dos outros seres e das suas reações junto ao meio e dos resultados advindos.

Vagueio por vezes no limiar de cometer a vileza e, às vezes a cometo dentro da minha consciência e não me culpo por tê-la praticado. Mas mesmo assim, uma censura interna brota ao deparar-me com a minha consciência maior e dominante.

Mas onde estará o caminho para o domínio total ?. Estaria em fugir do meio que nos induz a cometermos o ato vil, ou não fugirmos e enfrentá-lo, para provarmos perante nós mesmos que possuímos uma força maior?.

Sabemos que a maior vitória do indivíduo não é vencer as maiores competições do mundo, não é subjugar o inimigo, nem dominar as nações, nem conquistar a maior riqueza material, nem mostrar maior sapiência perante os outros, mas vencer as suas próprias limitações e deficiências, as quais são do seu conhecimento; isto sim, é o seu maior adversário. (Mas quando se descobre isto?.)

Para que possamos superar este desafio, o caminho existe, mas é por demais difícil e às vezes impossível completá-lo em uma única caminhada. O trajeto é longo e sinuoso até atingirmos o limiar do portal da ausência de paixões.

Neste portal, a essência individual terá alcançado a serenidade absoluta, onde a vida e a morte física perdem o significado que habitualmente damos, o bem e o mal perdem o sentido que lhe atribuímos e, as paixões da alma já se esvaíram naturalmente e o sentimento e o verdadeiro significado do amor serão por fim revelados.

Sentimos assim, que estamos sendo submetidos a experiências a cada instante da nossa existência, ao contatarmos o semelhante e apreciarmos as suas reações e as nossas diante de um confronto de opiniões ou posicionamentos, ou ao contemplarmos a natureza e a sua energia em ação, por vezes destruidora e transformadora, por vezes purificadora, vivificadora e acolhedora. Isto tudo, por um lado devemos considerar como impessoal, mas por outro lado devemos aproveitar a oportunidade para o verdadeiro enriquecimento pessoal.





DA SOLIDÃO



Quero estar só para pensar, meditar e ser eu mesmo.

Quero estar só para desligar-me e libertar-me do absurdo materialismo que nos cerca, onde os indivíduos ao pensarem que são eternos como unidade física, querem o poder total para si, criando com isso um interminável confronto de opiniões e de reações violentas entre eles e, em decorrência disto, gerando o sofrimento desnecessário para todos.

Quero estar só, pois sinto-me cercado pelo egoísmo extremo das criaturas que a mim se assemelham e, que por vezes, me estimulam e me influenciam para a prática do que antes abominava.

Quero estar só para não sentir-me só, pois mesmo entre a multidão das ruas ou no convívio com as pessoas mais próximas de mim, sinto nelas um extremo vazio de emoção, de calor humano, de justiça, de compreensão, de solidariedade, de irmandade. Todos agem, como se cada um fosse um indivíduo-universo, único em ambições e desejos, esquecendo-se de que todos que aqui estão, terão que compartilhar um mesmo espaço e tempo.

Quero estar só para repensar a vida, o já feito e o por fazer, dentro do curto tempo que me resta nesta breve existência. Só, da espécie humana, mas quero estar entre as espécies mais naturais e verdadeiras por sua própria formação. Estas espécies, nossos irmãos animais, vegetais ou minerais tem muito a nos ensinar pela sua própria natureza, através de suas ações e reações naturais, de certa forma previsíveis para o observador atento.

O homem, que a si mesmo se intitula homo sapiens, na verdade é um tolo que ainda não aprendeu a utilizar melhor o seu desenvolvimento cerebral, ou seja a sua grande capacidade de observar e memorizar fatos, relacioná-los a seus efeitos e disto tirar o melhor proveito para o benefício e felicidade de todos.

A solidão que busco não é a solidão em si, como um meio de fuga para não conviver com a vulgaridade humana, mas a solidão do distanciamento das forças negativas que a minha alma carrega e a dos meus irmãos; é uma solidão na qual se desponta o brilho e a largueza imensa de um universo de mentes lúcidas que de nós se aproximam e nos energizam com pensamentos positivos. Nesta solidão divina, apenas abro a minha mente, despindo-me de toda a cultura e dogmas viciados e preestabelecidos, num trabalho de assepsia total e necessária, para que ela possa se nutrir das idéias que chegam, advindas da visão do universo positivo que nos envolve.

Esta é a solidão da maestria, a solidão que buscaram e buscam as mentes mais brilhantes da humanidade, para produzirem as grandes artes, ensinamentos e descobertas.

Nesta solidão, ganharemos então a energia e a lucidez suficientes para nos refazermos física e mentalmente, afim de que possamos continuar a nossa missão entre os nossos semelhantes.



DO ACASO E DO DETERMINISMO



A convergência, a divergência e a intensidade das forças que agem no universo a cada instante determinam o acontecimento presente - o que para uns chamar-se-ia acaso e para outros, determinismo.

Na verdade uma observação atenta de todos os fenômenos e acontecimentos anteriores que deram origem àquelas forças, se fosse possível fazê-la, nos levaria a uma clara constatação de que o acontecimento presente, é a resultante de uma multiplicidade de acontecimentos anteriores. Se quisermos, poderemos chamar a isso determinismo ou acaso. Assim, podemos dizer que o presente de cada indivíduo, não estaria em absoluto ligado ao sentido de destino, que habitualmente damos ao acontecimento, pois aquele só existe, em decorrência dos parâmetros daquelas forças anteriormente mencionadas, que ao interagirem ao longo do tempo, criaram o fato presente.

Questionaríamos então, que para o indivíduo não restaria opção, senão aceitar os acontecimentos que advirão, não restando para o mesmo nenhuma alternativa para mudar aquilo?. Isto na verdade não é um fato, uma vez que parte daquelas forças são decorrentes da própria vontade individual, de determinação clara da sua mente, que assim quis e realizou. A vontade do indivíduo e do meio, irão sempre se juntar para trazer um resultado final, o qual poderá estar mais próximo ou distanciado do querer individual, dependendo da sua força mental, do seu querer.

Assim a cada instante, poderemos mudar a trajetória das nossas vidas e muitas vezes de outras, dependendo do nosso querer individual, uma vez que isto é um dos componentes da resultante final de um acontecimento. Assim, o presente estado das coisas, é o resultado das influências das ações ditadas por seres e fatos naturais desde um passado remoto, os quais, associados nessa extensa malha de acontecimentos que se sucederam ao longo do tempo, produziram o presente, o agora. Desta forma, também constatamos que o nosso AGORA, é o momento apropriado para mudarmos acontecimentos presentes e futuros.

Um fato presente, por mais singular ou trivial que possa parecer-nos, é na verdade um acontecimento único no espaço e no tempo em todo o universo e, jamais se repetirá com absoluta identidade. Em decorrência disto, nenhum fato acontecido, poderá ser apagado por uma correção futura, pois aquele continuará sendo único e uma componente passada que irá interferir e pesar, para acontecimentos presentes e futuros.





DA RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL



Todo ser vivo possui uma mente e cérebro, que entre outras coisas, controla as necessidades básicas de manutenção de sua existência física. No entanto, o seu nível de desenvolvimento mental anterior, é que ditará de uma certa forma, a sua capacidade físico-cerebral, onde a essência anímica irá instalar-se durante o seu tempo de vida física. Este desenvolvimento no entanto é algo extremamente complexo e difícil, para se fazer dele uma avaliação e defini-lo quantitativamente, como habitualmente gostamos de definir as coisas. Ou seja, do ponto de vista dito científico. Mesmo uma avaliação qualitativa, ainda seria difícil fazê-la, diante da infinidade de enfoques que poderíamos dar, para basearmos tal avaliação, mesmo considerando espécies diferentes para compararmos. Um fato no entanto podemos avaliar, é que cada mente em particular, se encontra em um determinado estágio de desenvolvimento no Universo, não importando em que forma física ela habite no momento, e, a sua visão ou sensação deste Universo, definirá certamente aquela posição. Diante disso, podemos dizer que como elemento físico, o homem, o rato, ou qualquer outra forma de vida, possui o mesmo valor diante das leis naturais; - a pedra que rolar do alto da montanha para o desfiladeiro, em sua trajetória, esmagará o homem ou o rato que ali estiver, mantendo assim o estabelecido por estas leis. No plano da mente no entanto, ao homem, como no caso do exemplo acima, caberá uma responsabilidade infinitamente maior, pelas ações que de modo consciente ele venha tomar perante a Consciência Universal, da qual ele e o rato fazem parte.

















OBSERVAÇÕES



Todos nós, pelo menos em alguns instantes de nossas vidas, desejamos estar absolutamente sós, para nos reencontrarmos e tentarmos nos conhecer melhor, isolados deste tumultuado mundo de simulações e hipocrisia que a nossa sociedade criou para convivermos

É no silêncio, na solidão, na observação profunda dos fatos e na meditação, que iremos buscar o verdadeiro conhecimento, a sabedoria, e o caminho para alcançar o estado de ausência de paixões, do nirvana e da compreensão maior.

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A verdadeira visão está em podermos ver além da estrutura externa, além do horizonte, além das aparências, além daquilo que julgamos à primeira vista compreender, a fim de que possamos tomar sempre a decisão correta sobre os assuntos pelos quais somos responsáveis.

Mas como adquirir a verdadeira visão?

Quando temos a mente embotada pelo poder, pela arrogância, pela vaidade, a nossa verdade ou ponto de vista será sempre o absoluto para nós, e por isso jamais entenderemos ou daremos ouvidos aos que nos buscam com a sua opinião. Jamais daremos respaldo a qualquer coisa que não se concilie com o nosso ponto de vista, pois a nossa verdade é sempre a única. E porque iríamos perder o nosso tempo tentando encontrar na opinião alheia, novos caminhos para o entendimento melhor dos fatos e a sua aceitação ?.

Este infelizmente é o princípio do fim, pois isto certamente nos levará a um final de frustrações, de sofrimento e de perda de tempo irreparável ; e o tempo perdido é o milagre que jamais se repetirá pelo resto de nossas vidas.

******************



O vazio em minha alma, preencho-o com a fantasia .

Se não me sinto amado por alguém, crio nesta fantasia um amor eterno, a alma ideal ao meu lado para me alimentar de vida, de quem perguntas e respostas sempre terei e com a qual muito aprenderei.

**********

A maior riqueza de um homem é a sua própria mente, que poderá levá-lo ao desastre se mal controlada e ao êxtase e ao encantamento da alma se bem dirigida.

A arte, em todas as suas formas, é a expressão máxima da vida. A qualidade maior da mente humana é a imaginação, que poderá com o seu poder e criativa fantasia mudar o seu mundo em volta. A arte dá vida às fantasias transformando as coisas mais cruas e materiais, em essências de fulgor divino, em emoções. Se a arte em cada um morresse a fantasia morreria junto e os seres fisicamente por si só não resistiriam por muito tempo a um mundo sem emoções. A emoção deverá estar em tudo que realizarmos, pois, sem o amor, sem a emoção pelas coisas, jamais faremos algo bem, que nos encha de prazer e engrandecimento. Sem a emoção, os atos perdem o sentido, o entusiasmo e o objetivo de serem realizados.

**********

Creio que jamais deveria falar deste assunto – mas falarei, não de uma hipótese, mas de uma realidade, por considerar em princípio a probabilidade de cem por cento de este fato poder acontecer:

- Em plena selva tropical de algum lugar deste planeta, em um lugar de difícil acesso a um ser humano, em uma árvore, em algum local desta brotara após todo um processo natural, uma orquídea, de onde algum tempo depois nascerá a sua flor - a flor absolutamente perfeita, grandiosa, bela e única em todo este planeta. Ali, apenas tocada pela brisa, e pelos insetos e pássaros em busca do seu pólen e néctar. Ali presa àquele tronco ela cumprirá todo o seu ciclo natural da vida de uma flor, exibindo ao nada a sua majestosa beleza e perfeição de formas e cores. Ali estará exposta à brisa que a balança ao ar e, aos pássaros e insetos que irão até ela, como irão a todas as outras flores não tão belas e perfeitas como ela , para buscar o seu néctar e, não para se emocionarem com a sua beleza. Será ?. Porque com tanta beleza e perfeição a natureza trabalha para exibir-se ao nada?. Porque tantos crepúsculos tão belos para olhar humano nenhum ?.

Como vemos, são perguntas que jamais deveríamos ter feito, pois nenhuma resposta poderá ser dada e compreendida por nossas mentes no atual estágio de desenvolvimento. E assim, a única coisa que iremos entender com a não-resposta, é que teremos pela frente, muito trabalho para o nosso desenvolvimento mental, até chegarmos ao limiar de uma evolução que nos permita sem fazer as perguntas, termos as respostas que necessitamos.



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LIBERTAÇÃO

(poema)



Preso estava em minha social prisão,

De uma sociedade de idéias vazias.

Corro para um ponto desta virtual cela,

E vejo por entre uma fresta da pesada porta,

Um outro mundo, uma outra paisagem,

Que escondida estava dos meus tristes olhos.



Ao vê-la, a mente superou-me o físico,

E, com uma força que jamais pensei,

Tê-la em meu cansado corpo,

Fundo suspirei.

Reagi, despertei para lutar,

Criando um abstrato mundo de realismo,

Tal que de súbito me encheria a mente,

De esperança e força para prosseguir,

Numa luta mental e poderosa,

Rasgando o véu que me cegava

Libertou-me da cela em que eu vivia

Preso pela ignomínia da humana espécie

Que em busca do poder e glória,

Gera o pranto e o temor alheios.



Libertando-me da funesta cela,

Vi um novo sol brilhar em minha vida,

E um novo Universo aparecer,

Onde em harmonia, tantos conviviam

Numa nova Terra, com novo amanhecer.



*********************************



Estou aqui não para louvar o mal, mas para falar sobre o mal.

Estou aqui não para louvar o bem, mas para falar sobre o bem.

Qualidades intrínsecas da natureza humana – elas sempre existirão no ser, por mais perverso ou bom que este possa parecer. A vontade individual, o controle próprio para a evolução ou involução dessas qualidades – eis o grande desafio humano !.

Diante desta afirmativa levanta-se agora uma questão de peso, - mas como uma mente poderá involuir se ela já alcançou um nível maior de conhecimento ? – como poderá regredir se ela possui um determinado nível de domínio através desse conhecimento já adquirido?.

Pois, exatamente por possuir este nível de domínio pelo conhecimento é que ela terá mais opções na sua trajetória, e que somente pela prática permanente daquilo que a sua mente subjetiva julga correto é que ela continuamente evoluirá.

Existirá algo que possa predispor o indivíduo a cometer o mal ou o bem ?.

O ambiente em que vive, por exemplo, uma determinada situação em que ele possa se encontrar, a própria cultura social herdada ?. Sim, estes e tantos outros fatores poderão levar o indivíduo a cometer uma ação que poderá em sua consciência pesar ou não e que irá produzir mais adiante ou de imediato o mal para si mesmo, para o seu semelhante ou para todos. Assim, nem todas as desgraças sofridas pelas criaturas, foram ações realizadas no início com este intento. Aqui referimo-nos evidentemente a ações humanas apenas e não às da natureza, as quais serão sempre absolutamente imparciais.

**********

O drama humano, produzido por necessidades ou desejos não satisfeitos, pela dor, pela compaixão, pela angústia diante do inesperado, pela injustiça de que foi alvo, sempre afetará o indivíduo, independente do seu estado de desenvolvimento mental; no entanto a intensidade daquele variará inversamente com o nível da sua visão universal das coisas.



**********

Vivemos num universo único, onde ações e reações se processam permanentemente entre os seres. Tendo em vista o processo cíclico e transformador disto, nunca existirão vencidos nem vencedores no final, uma vez que num determinado instante quem se julgava o vencedor, torna-se o vencido, num processo tal até que todas as coisas tendam para o equilíbrio, que no entanto nunca será alcançado dentro de sua total concepção.

Por isso, entre os indivíduos, quando falta o bom uso da inteligência e não se consegue chegar a um acordo diante de interesses antagônicos, o conflito será inevitavelmente o próximo passo entre as partes, o que irá gerar o sofrimento, a angústia, a destruição, a morte física e moral. Mas, por estarem assentes num mesmo tempo e espaço, ambos os lados no futuro poderão se reaproximar, agora fazendo o que antes poderia ter sido feito, ou seja, o bom uso da inteligência para o encontro da paz que todos necessitam.

**********

Por vezes sinto que não tenho um total domínio sobre o caminho que a minha mente irá seguir em certo estágio de uma meditação, mas mesmo assim deixo-a fluir, expandir-se livremente pelo Universo infinito. A cada momento absorvo idéias que por vezes diante da sua grandeza e complexidade sinto-me impotente ou incapaz de lidar com elas, entendê-las e transmiti-las aos outros através de uma linguagem humana. Comparando-a dentro de um universo menor, isto é o mesmo impulso que sentimos quando inspirados, produzimos a mais pura arte em quaisquer de suas formas, que foge de toda a lógica e procedimento humano e não temos muito controle sobre isso. Os pensamentos advindos naqueles momentos por vezes são de uma clareza absoluta para a minha mente subjetiva, mas que na maioria, alguns deles contrariam o meu próprio comportamento pessoal, por estar o meu Eu objetivo, mergulhado quase permanentemente em uma cultura disforme e materialista do ambiente em que tenho que conviver. Diante disto, os conflitos se processam a cada instante e a cada instante tento encontrar meios para eliminá-los











REALIDADE



A realidade no Universo Relativo é uma visão efêmera, mutável e transitória.

Quanto mais nos aprofundamos nela, mais esta se transmuta com novos tons, novas sensações. Por isso os sentimentos que a compõem, a cada instante se transformam, mudam, e assim nos sentimos às vezes caindo num vazio imenso, angustioso; como um ser frágil, desprotegido, por não termos em que nos agarrar, dando-nos a sensação de estarmos caindo em um espaço infinito, para todas as direções, sem a esperança de pararmos esta queda e não podermos voltar para onde nos encontrávamos antes.











A ORIGEM



A mente humana, na sua busca permanente para compreender a sua própria existência e o Universo que o cerca, desde os primórdios do seu desenvolvimento, tem procurado atribuir as suas próprias características de sentimento, a entes que criariam em sua imaginação.

Os seres primitivos, assim como o homem proveniente da evolução daqueles, no início, devido ao seu pouco desenvolvimento mental, veria as forças da natureza como um ente aterrorizante às vezes, e em outras vezes, como um ente benéfico e protetor. Diante da constatação de sua extrema fragilidade como elemento físico, sem nenhum poder para dominar aquelas forças antagônicas, se criaria inicialmente na mente deste homem, a figura de um poderoso ente, possuidor em certos momentos, de força destruidora e ira ameaçadora à sua integridade física, o que lhe encheria de temor; e em outros momentos, se apresentando extremamente benéfica para com ele. Diante desta duplicidade de aspecto, os homens primitivos em evolução, tenderiam a dividir a poderosa energia criadora de todos os efeitos que os envolviam, em dois entes, um bom e outro mau, em função, respectivamente, daquilo que lhes era agradável ou daquilo que lhes era adverso. Com a evolução desta visão primitiva do seu universo consciente, chegariam por fim a criar uma multiplicidade de entes, que expressassem os seus sentimentos, em função dos vários níveis de efeitos produzidos pela poderosa energia natural.

Assim, em várias partes do planeta, esta idéia ou visão subjetiva teria evoluído de forma mais ou menos semelhante e independente, em função do desenvolvimento destas civilizações; sendo que em algumas regiões do planeta, muitos mantiveram e alimentaram a existência de vários entes poderosos, ou divindades, e, em outras regiões, tais povos, resumiriam com a existência de dois poderosos entes, o do bem, ao qual chamariam Deus, o criador, e o do mal, o destruidor, ao qual chamariam Demônio.

Assim, teria neste estágio, o homo sapiens atual, criado o seu próprio criador, e atribuído a este os sentimentos mais nobres e construtivos .

Esta evolução mental levaria no entanto, o homem em particular, após a criação deste sentimento do ente do bem, ao qual chamaria Deus, a revesti-lo de um caráter ideal, baseando-se em sua própria concepção pessoal do que seria o ser ideal. Agora estaria criado então o seu modelo, de onde seria refletido para todos, o último estágio de refinamento dos sentimentos mais nobres e de poder, que o próprio criador daquela divindade, o homem, supunha existir.

Deus então, em última análise, seria na verdade um sentimento partindo de uma criação mental, e não um ente, e por conseguinte, algo em permanente evolução em cada indivíduo. Desta forma, por ser um sentimento pessoal ou coletivo, cada indivíduo ou coletividade possuirá a sua visão particular do que significa Deus.

Sabemos no entanto que tal sentimento, é uma vibração de energia superior, que se irradia por toda a volta e pelo Universo, o que em uníssono com outros nesta sintonia, gera num crescendum infinito, um grande poder transformador, que cada vez mais regerá e transformará o Universo.

Sim, Deus existe como um sentimento, uma energia muito forte, incomensurável, capaz de transformar o Planeta e o Universo, pois ele é em princípio o somatório desta fabulosa energia construtiva produzida por todas as mentes em permanente evolução.

Assim, nós seres de todo este Universo, tão mais evoluamos, pelo nosso próprio esforço, nos aproximaremos mais do nosso modelo ideal e imaginário que criamos, que é Deus.

Assim, percebemos que as nossas mentes em evolução, tem a capacidade extraordinária de conceber este modelo ideal, superior a nós mesmos, tendo aquele como meta a ser atingida, mas que na verdade é inatingível, pois esse modelo irá evoluindo infinitamente em relação às suas características originais.



Conclui-se desta forma, que ele, Deus, seria inexistente, caso não houvesse a mente dos seres evoluído do seu estágio primitivo.

Um modelo em aperfeiçoamento no entanto, o que não poderemos deixar de constatar, se ousarmos analisá-lo do ponto de vista Universal das coisas, uma vez que todos os seres tendem a evoluir pela eternidade.

Fragmentos do estágio primitivo, no entanto, ainda subsistirá por longo tempo, dentro do ser humano como o conhecemos neste planeta, caracterizado pela sua imperfeição mental, a qual o leva a produzir também o mal, para si próprio e para os seus semelhantes e irmãos menores, muitas vezes ser ter o mesmo a visão e a extensão deste fato.

Assim, cada um de nós, nos deparamos com um grande desafio, que será o nosso aprimoramento pessoal, o qual passará muitas vezes por difíceis provas, até atingir o limiar da compreensão maior e da felicidade plena, que deve ser o objetivo de todos.



A VERDADE



A busca pela verdade é uma ação interminável, empreendida pela alma humana; ela, a verdade, jamais será alcançada em sua plenitude, tendo em vista a sua própria estrutura infinita, onde a mente que a busca, neste processo encontrará mais conhecimento, que por sua vez a aperfeiçoará, tornando-a cada vez mais clara, ou desfazendo a sua visão anterior que dela possuía, o que fará a mente, tomar novas direções. Assim, o aprimoramento do nosso conhecimento, e por conseguinte, da nossa visão interior, nos levará cada vez mais à frente. Diante disso, poderemos sentir quão inatingível é a verdade absoluta, pois somente o Absoluto, a possui. E assim, tão mais nos aproximemos Dele, tão mais a teremos enriquecida, o que para isso teremos a eternidade. Diante disso, qualquer um que venha declarar possuir a verdade total, estará, ipso facto, se aprisionando dentro de um círculo menor, dentro de um micro universo pessoal, que o levará à cegueira real, por falta de visão das coisas que estariam além deste círculo, do conhecimento externo e dos seus semelhantes. Por isso, possuir uma mente aberta, seria o primeiro passo para entender aquele processo e enriquecer o seu conhecimento





A MIM IMPORTA !

(poema)



Não me importa tanto,

Ter muitos pecados,

Defeitos herdados,

E cometer deslizes;

Mas me importa muito,

O que no coração sinto;

Me importa, sensível ser,

Ao desamor e à miséria,



Me importa, o olhar triste,

Do cão jogado à rua,

Ou, o olhar sem brilho,

Do irmão faminto,

Na sarjeta imunda,

Ali maltratado,

Desesperançado;

Pois talvez,

Não lhe tenham dado

A oportunidade,

Do trabalho digno.



Me importa, sentir a tristeza,

Sentir a dor,

Pelo sofrer de inocentes,

Envolvidos pela briga alheia;

Me importa,

Sentir o coração pesado,

Machucado,

Por ver florestas destruídas:

Pela mão humana,

Pela moto-serra,

Pelo criminoso fogo.

Causam-me indignação

Os poderosos da Terra,

Que prometem aos pobres,

A sua redenção,

Já com a intenção,

Da dita promessa,

De não ser cumprida.



A dor,

Sinto-a em meu coração

Por tudo isso;

Mas não me importa,

Se minha breve vida,

Mais breve ainda for,

Por esta dor,

Causada por tais sofrimentos,

Que meu coração,

Em cheio abarca.



Quero chorar,

Chorar do fundo d’alma,

Pelo sofrimento, de vidas distantes,

Que se martirizam

Numa guerra suja;

Mas na verdade

Toda ela é suja,

Pois são produzidas,

Só por mentes sujas.



Deixe que meu coração sofra,

E não seja indiferente,

Diante a dor,

Do irmão mais próximo,

Meu sangue direto;

Mas também pelo irmão distante,

Do outro lado do mundo,

Pois que esta distância

Nunca fará deste

Menos meu irmão.







Quero no entanto alegrar-me,

Com a felicidade alheia,

Pelo sucesso alheio,

Por causas nobres;

E jamais,

Sentir indiferença,

Pela vitória, do meu semelhante,

Desde que esta, merecida seja.





Quero ser útil,

Quero ajudar, aos outros,

Naquilo em que possa;

Sem estardalhaço,

Sem declarações.

Fá-lo-ei,

No silêncio da minha solidão,

Sem pedir recompensa,

Pois se já a tenho,

Pela oportunidade,

Que me deram em servi-los.





Quero,

Que a amizade seja pura,

Sincera e transparente,

Pois são energias,

Que em nós se somam.



Desejo por fim, que estas palavras,

Em atos, corporificadas sejam,

Para que a vida, que me foi doada

Sublime oportunidade,

Não se perca,

Pela eternidade!









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