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Discursos-->APAC – ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇAO E ASSISTÊNCIA AOS CONDENADOS -- 26/11/2008 - 17:58 (GERALDO EUSTÁQUIO RIBEIRO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
APAC – ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇAO E ASSISTÊNCIA AOS CONDENADOS

Nunca tinha participado de uma audiência pública, achava que isto era somente chatice de políticos.
Fui convidado a assistir uma.
Como estamos no Brasil, ela começou uma hora após o horário previsto.
Estava a ponto de ir embora, mas resolvi ficar.
Valeu a pena.
Foi uma audiência para a criação de um núcleo da APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) aqui na minha cidade.
Estavam presentes várias autoridades e pessoas de vários segmentos, principalmente a Pastoral Carcerária, e alguns abelhudos como eu.
Muitos perguntarão...
Proteção e Assistência para condenados?
Porque não proteger o cidadão honesto que trabalha?
E na condição de seres humanos todo cidadão tem o direito de fazer estes questionamentos, principalmente se não tiverem nenhum parente, ou mesmo um pai ou um filho encarcerados por algum motivo.
É preciso sensibilizar-se com a situação sub-humana que coloca o ser humano em igualdade de condição ou até pior que o mais peçonhento dos animais.
Foi gratificante ver a preocupação de juizes e promotores e outras autoridades com esta condição ao relatar a realidade de nosso sistema carcerário.
Aqui na cidade de Betim – MG, por exemplo.
Nada diferente do que já sabemos.
Tudo além do que imaginamos.
Aqui na nossa cidade a população nunca foi informada que temos o mais perverso e cruel sistema carcerário do estado, onde o condenado não tem sequer um vaso sanitário e é obrigado fazer suas necessidades fisiológicas na mão e jogar pela grade da janela.
O poder político da nossa cidade, durante oito anos transformou a vida dos prisioneiros em dois infernos;
Um quando foi preso.
O outro quando é chamado a se recuperar sendo tratado pior que um animal.
O que me espanta é que nestes anos todos, vereadores da “oposição” se calaram, se acovardaram sem coragem para mostrar isto para o povo. Se com a prerrogativa de poder denunciar se omitiram, o que esperar deles como políticos e como cidadãos?
Mas isto são coisas da política.
O importante foi ouvir a defesa entusiasmada que o Desembargador do Tribunal de Justiça do estado, excelentíssimo Dr. Joaquim Alves, fez das APAC´S.
Não se trata de um movimento para jogar os presos na rua, mas, de dar a ele a chance de voltar a ser gente e poder andar em qualquer lugar como todos nós. Ninguém está falando aqui, em libertar perigosos traficantes da noite para o dia, Ninguém vai poder libertá-los da sua própria consciência, mas, dar ao ser humano prisioneiro a chance de repensar sua atitude diante de si mesmo e da sociedade.
Se antes de decidir destruir Sodoma e Gomorra, Deus ouviu vários apelos e disse que se tivesse pelo menos um justo ele não destruiria a cidade, porque nós simples mortais não podemos dar uma chance de alguém se erguer do meio da indiferença e da falta de caridade?
Foi nos mostrado depoimentos e imagens do sucesso destes núcleos em outras cidades, vale a pena lutar para que a liberdade possa ser um premio justo para aquele preso que acreditar na mudança e contribuir para que ela aconteça.
Parabéns à PUC - Betim pelo apoio, à professora Marilene pela iniciativa, às autoridades e sociedade pelo comprometimento, mas ninguém vai conseguir mudar nada se os dois lados, sociedade e encarcerado não se olharem com o olhar da caridade e da justiça.

COMENTÁRIO DOS LEITORES:
Mensagem referente ao texto APAC – ASSOCIAÇÃO DE PROTEÇAO E ASSISTÊNCIA AOS CONDENADOS - Artigos.
Enviado Por: Ana Zélia da Silva - anazeliadasilva@yahoo.com.br
Da cidade : Manaus-Am
Prezado escritor, sou assídua leitora de seus trabalhos. Advoguei por três anos, com seis meses de formada e com uma carteira provisória da OAB/AM quis ser assistente do MP (Ministério Público), mas o Promotor disse que não trabalhava com mulher e eu fui pra defesa. Eram dois advogados de nome e eu entrei como assistente. Fiz um trabalho e tanto, entrevistei, fotografei, sonhava ser promotora de justiça e sonhava mudar tudo aquilo. Fui agredida numa enquente, 1979, Ano Internacional da Criança. O criminoso matava uma criança de 4 anos. Era protesto por novo júri, ele já havia sido condenado por 30 anos. Levou mais 27 e fugiu. Ofereci meus serviços a todos os juízes da área criminal, visto que não suporto a área de família.Ganhei nome, estava em todos os jornais, era abusada e afoita. Passei fome sendo advogada de 64 réus como dativa.Criaram a Defensoria Pública para dar assistência aos presos, a OAB, exigiu isto, porque nada se ganhava e ainda cabia uma punição pelo não aceite da designação do juíz. Hoje, vejo que os defensores estão sufocados, não há concursos, não se pode ser dativo,porque o Estado tem esta incumbência e paga uma categoria pra isto. Acredito que o primeiro ato deva ser feito aqui fora, cuidando das famílias, cuidado das crianças, fornecendo creches, boas escolas, trabalho digno aos pais. Isto é função do estado, em vez de prisões, escolas, mas não. Preso não vota, não dá ibope a políticos. Assim caminha a humanidade para o caos, soltos, continuam matando, roubando e cada vez pior. Preocupação todos temos, mas entre o céu e a terra há um espaço vago. Parabéns por tua posição e postura. Abraços Ana Zélia
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