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Cordel-->Pesadelos Vividos de Paulo Nunes Batista -- 02/11/2002 - 16:38 (m.s.cardoso xavier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Pesadelos Vividos
Paulo Nunes Batista

Em Pesadelos vividos...
De Nazareth de Oliveira,
Temos o desenrolar
De uma história verdadeira
Do tempo em que a ditadura
“legalizou” a tortura
nesta nação brasileira.

Não se trata de um romance.
O leitor vê logo que é
Um relato impressionante,
Bem merecedor de fé-
Um sério depoimento
Do drama, do Sofrimento
Da escritora Nazareth.

Este é um livro corajoso
De uma vítima inocente
Que foi presa e torturada
Bestial, monstruosamente,
Por militares e “tiras”-
Este é um livro sem mentiras,
Que fala de nossa gente...

Sendo avessa á violência,
Pela formação moral,
Nazareth, detida e entregue
À sanha policial
Dos “milicos” e polícias,
Foi brindada com sevícias
Da maneira mais brutal.

No Batalhão da Polícia
Do Exército- foi aí
Que a despiram e penduraram
Pelos pés, enquanto alí
Os beleguins exerceram
As técnicas que aprenderam
Com o Delegado Fleury...

Queriam que Nazareth
Fizesse uma confissão
Dizendo onde se encontravam
O famoso Capitão
Lamarca e o marido dela.
Porém, na verdade, ela
Não sabia nada não.

O esposo de Nazareth,
Tônio, ilustre advogado,
Levou para a sua casa,
Onde manteve hospedado,
O Capitão comunista-
Que disso não dava pista,
Mantendo o nome trocado.

Lamarca era apenas César
Lá na casa do casal.
E Nazareth não sabia
Que o seu hóspede, afinal,
Era um homem perseguido,
Em sua casa escondido
Por causa do seu Ideal.

Além do César, havia
Também outro, o Valdemar-
Amigos do seu marido
Que os resolvera hospedar.
E Nazareth não sabia
Que a polícia perseguia
Os hóspedes do seu lar.

Um dia, o marido dela,
Junto ao Lamarca, fugiu.
Logo, Nazareth foi presa
E torturada se viu.
Quanto a Tônio, seu esposo,
O governo monstruoso
Para sempre o con...sumiu...

Mas, Pesadelos Vividos...
É a vida de uma Mulher
Corajosa, decidida,
Que não perde o seu mister,
A sua dignidade,
Seu amor, sua verdade
E luta pelo que quer!

Ao seu algoz Caetano-
Um covarde satanás
Espancador- Nazareth
Esta afirmativa faz
Com o corpo todo marcado: -
“O Senhor está perdoado,
porque não sabe o que faz”!

Nazareth leu Krishnamurti
E Huberto Rohden, também.
Sabe que somente o AMOR
Sana o Mal que o mundo tem.
Ódio – plantado – dá guerra.
Só quem planta AMOR na Terra
Vai colher Amor Além...

Se o ego – em lugar do Cristo-
Comandar a humana Liça,
Há de haver sempre: egoísmo,
Ira, exploração, cobiça,
Orgulho, maledicência,
Ódio, vaidade, violência,
Cupidez, gula, injustiça...

Somente quanto na gente
Nasce o Cristo da Verdade
Se abre o Caminho da VIDA
Ao Céu da Felicidade.
O Cristo é o oposto do ego
Que se amarra com o nó cego
De sua própria Maldade...

Ego é o espírito atrasado-
O Adversário do EU:
O Eu dirige os nossos passos
Quando o Cristo em nós nasceu.
O Cristo é o mundo da Luz,
Que Deus deu tanto a Jesus
Como a todo filho Seu...

DEUS ao ser humano deu
A liberdade de ser
O seu próprio salvador,
Ou de a si mesmo perder...
Do Céu – do inferno da Dor
Cada qual é construtor,
De acordo com o seu querer...

Se ainda vivemos num mundo
Mau, egoísta, anti-cristão-
Em que quem planta na terra
Não tem um palmo de chão...
Quem trabalha – passa fome...:
É o ego, que se consome
Sem AMOR no coração.

Este livro é uma Lição
De uma alma superior-
Sua autora sofreu muito,
Mas suportou toda a Dor
Daquele duro episódio
Apagando o fogo do Ódio
Com a Água divina do AMOR.

Enquanto no mundo houver
Oprimidos e senhores-
Há de haver ódio e haver guerra
Contra os maus, os opressores,
Egoístas desumanos,
Ambiciosos, tiranos,
Avaros, exploradores...

Que nunca mais se repita
Essa covardia vil
Que sofreu esta escritora
Sob a ditadura hostil!
Que o sol da Democracia
Não deixe que a Tirania
Faça escuro no Brasil!

Sabemos que em nossa Pátria
Não há pena de tortura...
Mas... há presos espancados...
E quase nunca se apura
O que está por trás das grades-
Terríveis brutalidades
Contra a humana creatura...

É a realidade dura
Que se sabe e não se diz:
Há presos brutalizados
Ainda, neste País!
E os marginais, criminosos,
São os frutos monstruosos
Desse regime infeliz!...

Que Nazareth de Oliveira
Mais outros livros nos dê-
Verdadeiros como este
Que emociona a quem lê.
Leve o Abraço cordelista
Do Paulo Nunes Batista,
Nazareth para você!...

Publicado no Jornal O Anápolis em 15/09/1990.




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