Quem assistiu a matéria veiculada pela TV Cultura quinta-feira, 15 de setembro, em seu noticiário local ( Jornal da Cultura ), também exibido em rede nacional, tomou conhecimento de algumas abjeções que vem tomando conta do cenário político brasileiro nos últimos meses. Estranhamente aos apelos da dupla Jefferson e Cavalcante nos corredores do Congresso, a coisa começou a evidenciar o que políticos arcaicos pensam sobre a liberdade de imprensa neste país: uma ameaça. O papel protagonizado pelo vereador Aguinaldo Timóteo ( PP-SP) em frente a sede da Polícia Federal em São Paulo, foi o exemplo do autoritarismo militar que ainda perpetra em nossas instituições públicas. Chamar jornalistas de terroristas? Dirigir ofenças pessoais, palavrões e arrogantemente menosprezar a liberdade cívica dos profissionais que estavam prestando um serviço à comunidade? A diferença entre o senhor Timóteo e um eqüino pode ser medida como um leve declive na capacidade racional do vereador. Portanto, não se diferencia de um animal – assim como o é. A efemeridade de um homem que faz da elite paulistana seu mundo ignóbil deveria ser o exemplo contrário de sua origem humilde. Tentar oprimir por questões ‘malufas’?. A voz grossa e rouca ecoa como um berrante na agressiva resposta a um repórter da Globo: “vocês são a guerra nesse país, são canalhas!”. Obviamente que relevo algumas considerações penosas ditas por ele, mas nada justifica o desrespeito ao próximo. Situações profissionais exigem questões resolutas profissionalmente. Com ética. Não é isso que o senhor Aguinaldo vem demonstrando com atitudes vergonhosas em praça pública. Devia lembrar-se de um passado recente, onde esses profissionais eram chamados de “terroristas” e desapareciam sem explicações. Pretextos eram criados para calar, se suberviência não fosse a melhor opção, covas clandestinas aguardavam seus restos mortais. Tais atos apenas reforçam a mentalidade de homens públicos alijados ao exercício conservador de conceitos perniciosos, diga-se de passagem que o menestrel malufista serviu muito bem aos reais interesses de seu aliado. A direita é a guerra, indivisivelmente reforçando uma segregaçãozinha sociológica em vossa consciência. Sua ideologia ficou clara naquele momento. Não compro por nada deste mundo um CD do senhor Timóteo. Eu não esqueci que ele também é um cantor.
