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Artigos-->ABRAÃO, MISSÃO E DESAFIO -- 08/09/2005 - 16:25 (FERNANDO HENRIQUE OLIVEIRA DE MACEDO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ABRAÃO, MISSÃO E DESAFIO



(por Fernando H. O. de Macedo, Cidadão, Universitário, Eleitor e Contribuinte)



Puxando um pouco pela memória (remontando às aulas de Catecismo, já empoeiradas pelo inexorável e longo decurso do tempo), e/ou simplesmente consultando o Velho Testamento Bíbli-co (Gênesis 18, 23/33), topamos com uma passagem da riquíssima história de Abraão, Ló, Sodoma e Gomorra, em que o primeiro, regateando com o Altíssimo, conseguiu afinal obter Deste Último a pro-messa de não destruir as duas últimas, se lá viessem a ser, afinal, encontrados pelo menos dez ho-mens justos, isto é:- íntegros, piedosos, honestos, não corrompidos, e tementes ao Senhor. Tendo co-meçado em cinqüenta, Abraão conseguiu diminuir o número até dez, nível esse em que, afinal, esgo-taram-se a paciência e a boa-vontade do Senhor para com ambas as retro citadas cidades da iniqüida-de. E nem esse número mínimo conseguiu ver-se, afinal, atingido, o que resultou na inexorável ani-quilação de ambas, juntamente com toda a vida sobre elas pulsante.



Trazendo essa passagem bíblica para o nosso atual momento político tupiniquim (em que imperante é o patente surrealismo político, campeantes o desgoverno, a corrupção e a iniqüida-de, consistentes e recorrentes, em todos os níveis), atrevemo-nos a imaginar se hoje seria, ou não, pos-sível, encontrar-se pelo menos dez Parlamentares JUSTOS, entre os 594 que ora integram (a saber:- 513 Deputados e 81 Senadores) ambas as Casas do Congresso Nacional.



Veja-se, desde logo, que dez (dentre 594) eqüivalem a míseros 1,6835% da totalidade de nosso hoje alquebrado (e inconfiável!) Poder Legislativo. E por JUSTOS, imaginemos apenas o mínimo ético exigível, a saber:- homens de ilibada reputação pessoal, de notáveis saber e experiência políticos, de razoável formação jurídica geral, além de serem titulares de uma impecável folha de servi-ços relevantes, prática e efetivamente prestados à Nação, por exemplo na forma de Projetos de Lei de sua autoria, que sejam de largos e profundos alcances institucional, e social no melhor sentido, e que tenham sido votados e aprovados no dito âmbito de Poder Legisferante.



Afinal, é exatamente para cumprir a função de legislar que lá se encontram todos eles, às integrais expensas de toda a massa dos cidadãos-contribuintes pátrios. Não se está, aqui, a pedir, portanto, mais que o possível e devido, de se esperar ordinariamente.

Por último, homens que nunca tenham feito tráfico de influências em benefício exclusivamente pessoal (e egoísta!), nem jamais se tenham deixado conspurcar por qualquer outra possível forma de corrupção. Afinal, é exatamente para termos Representantes desse MÉDIO quilate, que TODOS pagamos tribu-tos, somos cidadãos e eleitores.



Será mesmo, portanto, que entre todos os atuais 594 Congressistas, haveria, hoje, no Legislativo Federal, pelo menos dez homens assim íntegros??!!.

Fica aqui a pergunta que, pelo menos, convida a uma séria reflexão, quando não também aos efetivos recenseamento e pesquisa, maxime num contexto como o atual, marcado que se encontra pelo patente e insofismável surrealismo político-institucional, pela mediocridade e pelo baixo nível que, a todos, nos infelicita, e nos deixa perplexos e indignados.



O Legislativo que hoje temos encontra-se, na verdade, muito distante daquele que que-remos, pelo qual pagamos integralmente (e que, portanto, merecemos ter!!). É que as leis realmente importantes, e de profundos alcances jurídico, político e social, que hoje entram em vigor, já vêm prontas do Executivo, sendo de inteiras concepção e redação deste último, e chegando ao âmbito do Legislativo (por meio de Medidas Provisórias) apenas para, deste último, receberem uma espécie de “benção”, de beneplácito, de legitimação, ou até de sanção:- portanto numa crassa, irregular (e visí-vel!) inversão de papéis, já que legislar é próprio do Legislativo, assim como sancionar o é do Exe-cutivo, constitucionalmente falando. E mesmo dita “sanção legislativa” tem sido dada EM TROCA (aqui mesmo que apenas parcialmente) de mensalões e/ou de outras vantagens pessoais quejandas.

Fica, pois, a pergunta:- PARA QUE precisa este País de um tal Legislativo, que, como vimos, NÃO LEGISLA, mas apenas faz escambo de seu “beneplácito” (quando não o vende, descarada, pura e simplesmente), dessarte se mostrando ser uma Instituição despida e carente do mais mínimo laivo de vocação natural para o exercício (originário e direto) do Poder, além de ser ineficaz porque pesada, e caríssima porque inútil, quando não é simplesmente (por que não dize-lo, aqui, com todas as letras, que lhe cabem com rara precisão?!!):- perigosamente suspeita de corrupção, em larga medida, e no referente a uma significativa parcela de seus membros (já quanto a outros, o que há é certeza!), e vez que, aí, o que mais se faz é política pessoal (e não de Estado), além de aí se praticar um diuturno trá-fico de influências, quase que exclusivamente!!!???... .

Legislar, que é bom, é algo que se tem deixado apenas para tudo quanto possa sobrar de ancilar, de acessório e de subalterno, de trivial, e às vezes até de ridículo, como aqueles repetitivos votos de parabéns, de condolências, de protestos, e outras inutilidades protocolares quetais, para as quais, invariavelmente, se pede “transcrição nos... Anais” (... aqui com, ou sem, duplo sentido, pouco impor-ta!!!...).



Na verdade, hoje tremo por meu País (até que ponto é ele ainda meu?!...); e não me atreveria a apostar um único tostão furado na cerebrina certeza de jamais vir o nosso Legislativo atual a acabar partilhando o mesmo destino final das Sodoma e Gomorra bíblicas.

Eu mesmo, aliás, jamais nasci para Abraão (v.g. jamais pedirei clemência para isso que está aí!!...), nem para Ló (aquele cuja esposa acabou virando uma estátua de sal...).

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