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Poesias-->Manifesto dos Filhos de uma Minoria Insatisfeita -- 19/05/2000 - 00:58 (Paulo Filipe Alves de Lacerda) |
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Hoje eu não vou cantar o amor
Pelo contrário, meditarei a dor
Que foge às nossas almas
`A nossa vida tão presa
Tão frágil que se despedaça
A um simples gesto de loucura
Que não podemos entender.
Hoje não vou cantar a "vida"
Que, na verdade, é morte
Sofrimento sem fim para quem a procura
Incessantemente,com ardor
Mas dela não pode gozar
Pois sofrerá por ser contra
Um modo de se viver.
Hoje, não vou cantar o homem
Que se entrega por nada
Que se deixa manipular
E pára de pensar
No que faz, vai levando
Sem tesão o seu viver
Já que tem medo de não poder continuar.
Hoje, vou cantar o desamor
A inveja, a cobiça e o rancor
E a vingança e a sobrepujança de alguns
E a miséria de tantos
Que não podem, sequer, comer
De um sistema que os obriga a ficar assim
Pois essa é a forma de fazer o fraco calar.
Hoje, vou cantar o capitalismo
Que despreza o homem
Subjugando-o ao dinheiro
Ensinando-o a ser máquina
Mostrando qual caminho deve seguir
Caso queira ser feliz
Nessa vida e além.
Hoje vou cantar a vitória
Do imperialismo americano
Da ideologia neo-liberal
Do individualismo e do antrpocentrismo
Da produtividade total
Da acumulação do capital.
Hoje vou cantar a alegria
De ser fraco, impotente
De não poder e não querer gritar
De viver inconsciente
Do poder, de tudo, me ausentar
Mas, acima de tudo, de não ter coração. |
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