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Cartas-->Carta aberta à companheira Milla Kette -- 10/05/2002 - 18:25 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Carta aberta à companheira Milla Kette

A propósito do artigo “A Comunização Galopante do Brasil”, gostaria de comentar que, além de católico, torço para que a verdadeira democracia se instale no mundo inteiro. Quanto às notícias de que 800 “terroristas” do MST teriam invadido uma fazenda no Rio Grande do Sul e causado um prejuízo de R$1,5 milhão de reais, até agora não sei porque o proprietário não teria ingressado com uma ação na Justiça para reparar os prejuízos. Seria o seu dever. Muito embora, esse valor seja insignificante se comparado às centenas de bilhões de dólares que o Brasil paga só de juros, por ano, ao capital internacional, por conta da agiotagem que se pratica às custas da miséria dos povos do chamado terceiro mundo. Gostaria de seu comentário a respeito. De idêntico modo, e apesar de você já ter reconhecido que muito pouco sabe acerca dos fatos que se passam no Brasil, gostaria que lesse o que escrevo em seguida para, de igual modo, oferecer suas críticas e opiniões a respeito. Afinal, o contraditório faz parte da democracia.

O ataque terrorista aos EUA, malgrado o injustificável assassinato de milhares de pessoas inocentes, além dos prejuízos materiais e econômicos causados, deixa-nos algumas lições. Se desejamos a democracia, a hora é oportuna para reflexão e mudança de rumos. As ações realizadas com base em critérios de força, caminham na direção oposta da verdadeira democracia, vale dizer, da ordem, da justiça social e das liberdades de povos e nações. Sem democracia, não teremos liberdade. Sem observância das leis, não teremos democracia. Sem liberdade, não teremos paz. A hora é, pois, de trabalharmos em prol da segurança das garantias, - individual e coletiva -, oferecendo soluções que diminuam as desigualdades econômicas e sociais, ponto nevrálgico, (e de partida), para a solução de todas as crises e conflitos.

Investir na concentração de rendas, acumulando capital e poder político, indiscriminadamente, subjugando e confiando no poderio bélico, resulta na acumulação, a médio e longo prazos, de ressentimentos e crescente desconfiança, gerando misérias de toda ordem, que estimulam e alimentam a violência.

Nunca, em tempo algum, um país teve tanta oportunidade para mudar e melhorar o mundo como agora o tem, os Estados Unidos da América. Acabaram com a guerra fria, derrubaram o muro de Berlim. A Rússia não mete mais medo, e os países do terceiro mundo estão todos devendo dinheiro aos especuladores estrangeiros, controlado pelos americanos, e assim por diante. Resta saber se a assessoria do Presidente Bush terá condições de reverter a série de ações em curso, ao meu ver totalmente equivocadas, para atingir aquele objetivo: mudar, para melhor, o nosso mundo.

Não será, por certo, alimentando o ódio e o espírito de vingança, invadindo e bombardeando nações, matando, indiscriminadamente, civis inocentes, militares e eventuais suspeitos de serem terroristas insanos,que se chegará a algum lugar.

Não será , por certo, estabelecendo medidas protecionistas, como àquelas em relação ao aço, por exemplo, (a despeito de sua produção ser ineficiente), e incentivando a especulação financeira, que chegaremos à uma economia de mercado, em que prevaleça a colaboração no lugar da competitividade predatória.

Não será, por certo, abraçando o isolacionismo e o unilateralismo de Bush, que todos concordarão com a idéia, por ele entendida, de que os Estados Unidos da América constitui-se uma nação rica e poderosa, protegida por uma grande muralha, verdadeira fortaleza, que separa o EUA do restante do mundo, local onde fica outro lado do muro, e para onde são jogados todo o lixo produzido pelos americanos.

Não será, por certo, recusando-se a comprometer-se com o equilíbrio ecológico do nosso planeta, conforme assim aconteceu com a recusa dos EUA em assinar o protocolo de Kioto e, depois, abandonar a conferência na África do sul, fundamentais para a diminuição do buraco de ozônio e para o combate à discriminação e ao racismo.

Não será, por certo, dando apoio militar ao Chile de Pinochet, impondo restrições políticas e econômicas à Cuba, aos países do Golfo e às províncias da Iugoslávia, ao mesmo tempo em que atua de forma quase que indiferente com o verdadeiro massacre entre israelenses e palestinos que atingiremos a tão sonhada paz.

Não será, por certo, investindo fortemente na projeto de construção de um “bombardeiro especial”, que permitirá ataques rápidos e globais, na tentativa de dominar o espaço para dominar a terra que os Estados Unidos contribuirão para a paz.

Há persistir neste desiderato, só vejo uma saída: Todos nós teremos que aprender a língua falada pelos americanos, o que, aliás, é assunto já bem adiantado. Depois, adotarmos, todos nós, o seu estilo de vida. Parece que este é outro assunto, também, bem adiantado. Só falta, agora, num último esforço, mudarmos todos de nacionalidade. Passaremos a ser naturalizados americanos, não só de fato, pois de fato muitos já o são, mas, fundamentalmente, de direito, a fim de que, pela via da democracia, e através do voto, possamos restabelecer o diálogo franco e produtivo e mudarmos, pacificamente, os rumos daquela grande Nação e construirmos uma nova ordem mundial.

A grande nação americana e seu valoroso povo não merecem o destino que se vislumbra para eles. Domingos Oliveira Medeiros- Repr. 10 de maio de 2002
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