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cronicas-->Paisagem -- 23/12/2001 - 04:15 (Edu Arruda Neto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há um barco velejando no mar sem destino.Como hipnose volto os olhos à imagem do barco, singrando cada vez mais longe da praia. Não percebo tripulação ou comandante, ele parece estar à mercê das correntes marítimas. As esparsas nuvens que surgem no céu pairam incólumes sob essa paisagem, corroborando esse painel em minha imaginação, tão surreal, mas tão próximo de meus sentidos que sinto até o morno bafio da espuma do mar. Leve, suave, inquietante de uma maneira indizível a quem se apercebe do barco sumindo no horizonte, eis a maneira como todos o observam. Muitos ignoram, por certo. Passeiam pela praia com seus cachorros e seu "jogging" matinal, atentos ao avião com faixas publicitárias que divide a atenção de todos com o vendedor de picolés.

Há um barco velejando no mar sem destino. Porque todos não se apercebem da beleza dessa perspectiva? De repente me apercebo da gravidade da situação: quem comandará essa embarcação? Pra onde irá? De que porto veio, há quanto tempo navega... Em verdade nada importa, apenas seu trajeto ignorado, apenas o fato de suas velas não estarem enfunadas, de luzirem em todo seu esplendor.

Há um barco velejando no mar sem destino. Vejo que alguns o contemplam despercebidos, numa inconsciente hipnose de fascinação, um misto de medo e angústia ante a beleza da paisagem. O barco parece atentar à nossa contemplação enquanto se distancia cada vez mais da orla, irradiando sua energia invisível, cortando ondas de amor que vêm morrer naquela espuma que se forma na areia, atingindo inocentes crianças que constroem seus castelos de sonhos e anseios.


Há um barco velejando no mar sem destino. Meu Deus! Ele carrega minha solidão.
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