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Artigos-->assombração -- 28/08/2005 - 17:34 (Moacir Rodrigues) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ASSOMBRAÇÃO

Moacir Rodrigues





Eu tinha por volta de sete anos de idade, quando a centenária TIA GALDINA dormiu uma noite na casa de meus pais, na localidade de Areão, nos próprios da Fazenda Campo Grande, no Município de Passa Tempo. Meu pai provocou e ela contou muitas histórias, começando por reviver o tempo em que fora escrava na Fazenda. Mas entre as suas histórias ela dizia que um senhor idoso que morava na região, portanto conhecido de todos, porque também trabalhava na Fazenda, virava lobisomem. Explicou que ele virava um porco muito grande e saia perseguindo as pessoas. Naquela noite eu fui dormir no quarto de meus pais, tal era o medo que passei a experimentar. Decorrido algum tempo, minha casa ficava a uns quatro quilômetros da Fazenda, o meu pai mandou que eu fosse ao Escritório solicitar um adiantamento porque precisava de um dinheiro para fazer compras no domingo, quando iria à cidade. Fiquei na Fazenda esperando a liberação do dinheiro até por volta das 20:00 horas. Ao retornar para a minha casa percebi que estava muito escuro e lembrei-me que estávamos vivendo em pleno período de quaresma e portanto em ambiente propício para a aparição de assombração e fiquei tomado pelo medo. Resolvi, então, andar num passo mais acelerado para chegar mais depressa. Quando andei ns 600 metros, qual não foi a minha surpresa: alcancei logo o Buzico, que havia aguardado o pagamento dos dias trabalhados durante a semana e se deslocava em direção à sua casa de morada. Ao vê-lo fiquei extremamente assustado. Ao notar que eu estava afobado indagou o que estava acontecendo. Eu respondi que estava com medo porque havia visto falar que durante a quaresma aparecia assombração naquela região. Ele desmentiu a história dizendo-me que se tratava de lenda. Que estava com mais de 80 anos de idade e que nunca havia visto uma assombração, embora as pessoas fizessem referência a elas. Disse-me que depois que o pai do Alípio Reis morreu de acidente na máquina de arroz da Fazenda que as pessoas diziam que estava aparecendo um homem de chapéu grande nos currais durante à noite e que ele andava sempre por ali no horário noturno e nunca viu nada. Às vezes via um vulto, ficava cismado, ia averiguar e se tratava de um animal, mas assombração que ele nunca viu. Por fim disse-me “sabe de uma coisa, isso é lenda, assombração nunca existiu e nunca existirá, está apenas na cabeça dos medrosos que atribuem a um vulto qualquer a existência de assombração.” Fizemos a caminhada dos quase quatro quilômetros, e o homem que diziam virar assombração foi, para mim, uma excelente companhia.

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