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Poesias-->ORVALHO -- 30/04/2002 - 10:21 (Sergio Felix) |
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Foi na tarde de florescências ébrias e acalantos fadados.
Compasso aberto na relva extinta
tinta caída no borrão amassado.
Agora o orvalho caiu semente.
Foi assim inundando várzeas dormentes
abrindo brechas, separando separações.
A linha dos lábios retorceu-se num arco inesperado -
Ascendente.
A boca sofrida - gritos da fome inventada
e que aprendeu a morder, soprar e cuspir,
foi aos poucos devolvida à sua função essencial:
beijar e sorrir.
Talvez agora o livro de história conduza a novas caligrafias.
A retraduzir-se.
Sem pernas de bailados - não tanto Adônis.;
Sem tez ameríndia, não tanto dotes notáveis.
Apenas carnes miúdas e esparsos acervos alexandrinos.
Só, absolutamente âmago.
Talvez seja preciso outra engenharia cardíaca.
Construir uma nova conexão correspondente:
dedo à boca, céu à língua, limbo à imo.
Amar, quem sabe, a ausência e os olhos vermelhos.;
a agonia das horas céleres.; a iminência desesperada.;
o farfalhar das asas.; os erros impossíveis.
Assim se faz imperiosa a busca:
pelos parques, cafés, cinemas e livros.
Ajuntar epitélios no vento, recompor hálitos tardios e
impressões digitais.
Uma divindade vindo do norte rompe fronteiras!
Mar, marujo, maresias.
Um mar mavioso brota da gleba estéril
encantando notas dissonantes.
Dizer simples e por que não dizer sempre te amo?
Ah! Saudade! Uma vez achada a letra
impossível não seguir a sua longitude.
Nunca coube tanta vida
em tão pouco espaço.
O tempo deformado e louco, inflou-se
em quatro curvas borboletas.
Agora a semente é terra
e o orvalho, mar.
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