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Artigos-->Pernambucanidade -- 25/08/2005 - 18:52 (Lucas Tenório) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Se num frevo de Capiba, Elefantes, a Saudade

De pular na Boa Vista, na Concórdia e em Olinda

Se na Várzea e Casa Forte, Iputinga, Soledade

Onde quer que visitemos nos dão sempre as boas-vindas.



Se Ferreira, Nelson e Ascenso, são pernambucanidade

Os bonecos de Olinda, Caboclinhos, Nazaré

Dos Maracatus virados; um profano auto de fé

Nos revelam dessa gente a multiculturalidade.



E diante da grandeza desse povo genial

De Lenine, Chico Science, de Naná e João Cabral

Só me resta um gesto altivo: - Viva o povo Recifense!



Mas diria Vitalino, o gênio Caruaruense

- Ô meu filho, fale o certo, não seja provinciano:

"Eu dou mil vivas a Deus para o gênio Pernambucano!



Pernambucanidade"

__________________________________________________



Capiba



Músico e compositor, Lourenço da Fonseca Barbosa, o conhecido Capiba, nasceu no município de Surubim, a 28 de outubro de 1904. De uma família de músicos, seu pai era maestro da banda municipal.



O mais conhecido compositor de frevos do Brasil. Aos 08 anos de idade já tocava trompa e ainda criança muda-se, com a família, para o Recife. Em seguida, vai morar no estado da Paraíba (primeiro na cidade de Taperoá, depois Campina Grande e João Pessoa), onde toca piano em cinemas.



Aos 20 anos de idade, grava o primeiro disco (gravação particular), com a valsa "Meu Destino". Em 1930, volta a morar no Recife e, aprovado em concurso, torna-se funcionário do Banco do Brasil. Em 1938, termina o curso de Direito, mas nunca apanharia o diploma.



Também no Recife (onde morou a maior parte da vida), funda a Jazz Band Acadêmica e, com Hermeto Pascoal e Sivuca, funda o trio "O Mundo Pegando Fogo".



Autor de mais de 200 canções, não apenas frevo, como também outros vários gêneros: de samba à música erudita. Entre os seus sucessos, estão: "Maria Betânia" (canção); "A Mesma Rosa Amarela" (samba); "Serenata Suburbana" (guarânia); "Verde Mar de Navegar" (maracatu) e vários outros. No gênero frevo, compôs mais de cem canções.



Também musicou poemas de Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais e outros poetas brasileiros. Morreu no Recife, a 31-12-1997, de infecção generalizada, depois de passar dez dias na UTI de um hospital.



Uma de suas canções carnavalescas mais famosas ("É de Amargar") foi vencedora de um festival de frevo em Pernambuco, em 1934. Entre outros prêmios, em 1967 conquistou o 5° lugar no Segundo Festival Internacional da Canção, com a música "São do Norte os que Vêm".



Suas principais composições:



Valsa Verde (1931); É de Tororó (maracatu, 1932); É de Amargar (frevo, 1934); Quem Vai Pro Faró é o Bonde de Olinda (frevo, 1937); Guerreiro de Cabinda (maracatu, 1938); Gosto de te Ver Cantando (frevo, 1940); Linda Flor da Madrugada (frevo, 1941); Quem Dera (frevo, 1942); Maria Betânia (canção, 1944); Não Agüento Mais (frevo, 1945); Que Bom Vai Ser (frevo, 1945); E...Nada Mais (frevo, 1947); É Luanda (maracatu, 1949); Olinda Cidade Eterna (samba, 1950); Recife Cidade Lendária (samba, 1950); É Frevo, Meu Bem (1951); A Pisada É Essa (frevo, 1952); Trem de Ferro (moda, com versos de Manuel Bandeira, 1953); Soneto de Fidelidade (com Vinícius de Morais, 1955); Serenata Suburbana (valsa, 1955); Nação Nagô (maracatu, 1957); O Mais Querido (marcha-exaltação, 1957); Sino Claro Sino (canção, 1958); A Mesma Rosa Amarela (samba, 1960); Cantiga do Mundo e do Amor (canção, com Ariano Suassuna, 1962); Frevo da Saudade (1962); Madeira que Cupim não Rói (frevo, 1963); O Anel Que Tu Me Deste (frevo, 1965); Cala a Boca Menino (frevo, 1966); São do Norte os Que Vêm (baião, 1967); Europa França e Bahia (frevo, 1968); Oh, Bela (frevo, 1970); Sem Lei nem Rei (toada, 1970); De Chapéu de Sol Aberto (frevo, 1972); Frevo e Ciranda (frevo, 1974); Rei de Aruanda (maracatu, 1974); Juventude Dourada (frevo, 1975); Desesperada Solidão (canção, 1983).



Fonte: http://www.pe-az.com.br/biografias/capiba.htm

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Nelson Ferreira



Compositor, Nelson Alves Ferreira nasceu na cidade de Bonito, a 02-12-1902. Ao lado de CAPIBA foi um dos mais importantes compositores de frevo do Nordeste.



Entre as suas canções mais famosas estão; "Evocação n* 1", que em 1957 foi sucesso até mesmo no carnaval carioca; "Borboleta não é ave"; "Coração, ocupa teu posto!"; "Chora, palhaço" e outras.



Pianista, orquestrador e regente, também compôs operetas, valsas e fox. Autor do hino oficial da cidade do Recife, com letra de Manuel Arão. Seu primeiro trabalho como compositor foi a valsinha "Victória", quando ainda tinha 12 anos de idade.



Trabalhou 37 anos na Rádio Clube de Pernambuco e foi, ainda, diretor artístico da extinta gravadora Rozemblit, do Recife. Em 1973, sua obra musical foi condensada em quatro Lps: "Meio Século de valsas", "Meio Século de frevo", "Meio Século de frevo de rua" e "Meio Século de frevo de bloco".



Morreu no Recife, a 21 de dezembro de 1976.



Fonte: http://www.pe-az.com.br/biografias/nelson_ferreira.htm

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Naná Vasconcelos



Músico e compositor, Juvenal de Holanda Vasconcelos nasceu no Recife e é reconhecido internacionalmente como o maior percussionista do mundo. Iniciou a carreira tocando tarol e bumbo na Banda Marcial da Prefeitura do Recife.



Depois, tocou bateria no conjunto "Bossa Norte", que animava as noites em cabarés de sua cidade. Em 1970, foi morar no exterior; primeiro, na França; depois, em Nova Iorque, de onde passaria a administrar sua carreira de músico internacional.



Tem 15 discos gravados, entre os quais um CD com todas as trilhas sonoras que compôs para filmes famosos como "Down by Law", "Procura-se Susan Desesperadamente", "Pindorama", "Stranger than Paradise", entre outros.



Já tocou com celebridades como Miles Davis, Don Cherry, Thelonius Monk, Jean-Luc Ponty, B.B. King, Gato Barbieri, Mongo Santamaria, Talking Heads, Pat Metheny. Em 1997, recusou convite do U2 para se juntar à banda.



Num casarão em Salvador, doado pelo governo da Bahia, montou a Fundação ABC das Artes, dedicada a ensinar música e artes a crianças carentes. Entre os discos que gravou, destacam-se: "Nanatronic", "Africadeus", "Saudades", "Rain Dance", "Bush Dance", "Zumbi", "Amazonas".



Sua obra é mais conhecida no exterior do que no Brasil. Conseguiu revolucionar o papel da percussionista e é talvez o único músico que lota teatros de todo o mundo se apresentando sozinho, apenas com instrumentos de percussão.



Fonte: http://www.pe-az.com.br/biografias/nana_vasconcelos.htm

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Nelson Rodrigues



Cronista, dramaturgo e romancista, Nelson Falcão Rodrigues nasceu no Recife, a 23 de agosto de 1912. Filho do jornalista Mário Rodrigues, aos 13 anos de idade começa a trabalhar em jornal. Em 1929, vai morar no Rio de Janeiro, onde viveria até sua morte, a 21 de dezembro de 1980.



Era considerado o mais importante autor do teatro brasileiro contemporâneo - sua peça "vestido de Noiva" (1943) é tida como um marco do teatro nacional.



Escreveu a primeira peça ("Mulher sem Pecado") em 1941. O primeiro romance ("Meu Destino é Pecar") foi publicado em 1944. A reunião dos seus contos, sob o título "A Vida Como Ela É", foi publicada em 1961, em dois volumes.



Jornalista polêmico, amado ou odiado, defendia publicamente a ditadura militar instalada no Brasil em 1964 (que, aliás, prendeu e torturou um dos seus filhos) e se rotulava "o único reacionário assumido do País".



Duas das personalidades que mais atacava em suas crônicas, durante o regime militar, eram o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Hélder Câmara, e o pensador católico progressista Alceu Amoroso Lima. Escreveu frases que ficaram famosas, como, por exemplo: "a seleção brasileira de futebol é a Pátria de chuteiras", "a pior solidão é a companhia de um paulista", entre outras.



A crítica divide o seu teatro em três fases: peças psicológicas, peças mitológicas e tragédias cariocas. Sua vida pessoal foi marcada por uma série de tragédias que ele transformou em contos, peças de teatro e romances.



O primeiro episódio aconteceu em 1915, quando o seu pai teve que abandonar o Recife, fugindo de ameaças por conta dos artigos que escrevia. Em seguida, Nelson Rodrigues perdeu o irmão Roberto, assassinado aos 21 anos de idade, na redação do jornal A crítica que o pai fundara no Rio de Janeiro.



O motivo do crime foi uma notícia sobre adultério e a assassina foi a adúltera que, na verdade, pretendia matar o dono do jornal. Mário Rodrigues, o pai, ficou deprimido e morreria dois meses depois.



Tuberculoso, Nelson Rodrigues internou-se várias vezes, uma delas juntamente com o irmão mais novo, Jofre, que não resistiu e morreu aos 21 anos.



Por conta de uma hemorragia intra-ocular, ficou parcialmente cego. A próxima tragédia seria a morte do irmão Paulinho, soterrado junto com esposa e filhos quando o apartamento onde moravam desabou. O filho Nelsinho ficou sete anos na prisão, durante a ditadura militar. E a filha de Nelson Rodrigues, Daniela, nasceu cega, surda e muda.



Sua obra completa é composta por 17 peças de teatro, 09 romances e centenas de contos e crônicas.



Principais obras:



teatro:



"Mulher sem Pecado" (1941); "Vestido de Noiva" 91943); "Álbum de Família" (1945); "Anjo Negro" (1946); "Dorotéia" (1947); "Valsa Número Seis" (1951); "A Falecida" (1953); "Senhora dos Afogados" (1954); "Perdoa-me por me Traíres" (1957); "Os Sete Gatinhos" (1958); "Boca de Ouro" (1959); "Beijo no Asfalto" (1960); "Bonitinhas mas Ordinárias" (1961); "Toda Nudez Será Castigada"(1965); "O Anti-Nélson Rodrigues" (1974); "A Serpente" (1979). romance: "Meu Destino é Pecar" (1944); "Escravas do Amor" (1945, sob o pseudônimo de Suzana Flag); "Minha Vida" (1946, idem); "Núpcias de Fogo" (1947); "A Mulher que Amou Demais" (1949, sob o pseudônimo de Mirna); "O Homem Proibido" (1951); "A Mentira" (1953); "Asfalto Selvagem: "Engraçadinha dos 12 aos 18" e "Engraçadinha depois dos 30" (1960/61); "Elas Gostam de Apanhar" (1964); "O Casamento" (1966); contos: "A Vida como Ela É" (2 volumes, 1961);



crônicas:



"Memórias de Nélson Rodrigues" (1967); "O Óbvio Ululante" (1968); "A Cabra Vadia" (1970); "O Reacionário" (1977).



Frases famosas:



Adultério - "O adultério não depende da mulher, e sim, do marido, da vocação do marido. O sujeito já nasce marido enganado."



Amor - "Todo amor é eterno e, se acaba, não era amor."



Beleza - "São incompatíveis a beleza e a felicidade. E se a mulher bonita é feliz, estamos certos de um equívoco visual: não é bonita."



Burle Marx - "Os jardins de Burle Marx não têm flores. Têm grama e não flores. Mas, para que grama, se não somos cabras?"



Casamento - "Só o cinismo redime o casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata."



Críticos - "Ou o sujeito é crítico ou é inteligente."



Idade - "Aos 18 anos, o homem não sabe nem como se diz bom-dia a uma mulher. O homem devia nascer com trinta anos."



Marx - "Se me perguntassem quais seriam as minhas últimas palavras, eu diria: Que besta quadrada, o Carlos Marx!"



Ódio - "Ninguém trai o seu ódio, e repito: o homem é mais fiel ao seu ódio do que ao seu amor."



Psicanálise - "Para a mulher, a psicanálise é como se fosse um toque ginecológico, sem luva."



Sorte - "Sem sorte, não se chupa nem um chica-bom. Você pode engasgar com o palito ou ser atropelado pela carrocinha".



Fonte: http://www.pe-az.com.br/biografias/nelson_falcao_rodrigues.htm

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Gilberto Freyre



Sociólogo, antropólogo e escritor, nasceu no Recife, a 15/03/1900. Autor de dezenas de livros, entre os quais "Casa Grande e Senzala" (1933), seu mais importante trabalho, obra considerada fundamental para o entendimento da formação da sociedade brasileira.



Escreveu seu primeiro poema aos 11 anos de idade e, em 1917, concluiu, no Recife, o curso colegial (Colégio Americano Gilbeath de Pernambuco), seguindo, no princípio de 1918, para os EUA, onde fez seus estudos universitários: na Universidade de Baylor (bacharelado em Artes Liberais com especialização em Ciências políticas e Sociais) e na Universidade de Colúmbia (mestrado e doutorado em Ciências Políticas, jurídicas e Sociais) onde defendeu, em 1922, a tese "Vida Social no Brasil em Meados do Século XIX".



Viaja a países da Europa e retorna ao Brasil em 1923. Considerado pioneiro da Sociologia no Brasil, em 1926 foi um dos idealizadores do I Congresso Brasileiro de Regionalismo do qual resultou a publicação do Manifesto Regionalista - documento contrário à Semana de Arte Moderna de 1922 e que valorizava o regionalismo nordestino em confronto com as manifestações da "cultura européia".



Em 1936 e 1959, publica, respectivamente, os livros "Sobrados e Mocambos" e "Ordem e Progresso", obras que, com "Casa Grande e Senzala", formam uma trilogia sobre a história da sociedade patriarcal brasileira.



Foi pioneiro no Brasil ao abordar, em estudos sociológicos, temas como alimentação, moda, sexo etc. e causou polêmica ao defender a tese de que a riqueza cultural brasileira originou-se da mistura de raças (a miscigenação racial) propiciada pelo fato de o colonizador português não ter preconceitos raciais e isso teria facilitado o contacto com o colonizado cordato.



Em 1946 foi eleito deputado federal constituinte (UDN-PE), sendo vice-presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara e representante do governo brasileiro na Assembléia geral das Nações Unidas em 1947.



Quando deputado, apresentou o projeto de criação do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais (posteriormente transformado em fundação). de 1926 a 1930, foi secretário particular do então governador de Pernambuco, Estácio Coimbra.



Durante a ditadura Vargas foi preso três vezes. Apoiou o governo militar que se instalou no Brasil em 1964 e, posteriormente, defenderia uma reabertura. Foi, também, pintor.



Como jornalista, dirigiu o jornal "A Província" (Recife) e o Diario de Pernambuco; escreveu para a revista O Cruzeiro e colaborou com várias revistas estrangeiras, entre as quais The American Scholar (EUA), The Listener (Londres), Diogène (Paris), Kontinent (Viena) e outras.



Era integrante do Conselho Federal de Cultura desde a sua criação; foi presidente do conselho-diretor da Fundação Joaquim Nabuco (Recife); detentor de vários prêmios literários e doutor Honoris Causa de dezenas de universidades brasileiras e estrangeiras.



Da Rainha Elezibeth II recebeu o título de Cavaleiro do Império Britânico. Morreu no Recife, a 18/07/1987, de isquemia cerebral, depois de passar uma semana na UTI do Hospital Português.



Prêmios e medalhas:



* Prêmio da Sociedade Felipe d Oliveira, RJ, 1934 * Prêmio Anisfield-Wolf, USA, 1957 * Prêmio de Excelência Literária, Academia Paulista de Letras, 1961 * Prêmio Machado de Assis, Academia Brasileira de Letras (conjunto de obra), 1962 * Prêmio Moinho Santista de Ciências Sociais, 1964 * Prêmio Aspen, Instituto Aspen, USA, 1967 * Prêmio Internacional La Madonnina, Itália, 1969 * Troféu Novo Mundo, São Paulo, por "obras notáveis em Sociologia e História", 1973 * Troféu Diários Associados, por "maior distinção atual em Artes Plásticas", 1973 * Prêmio Jabuti, Câmara Brasileira do Livro, 1973 * Sir - "Cavaleiro Comandante do Império Britânico", distinção conferida pela Rainha da Inglaterra em 1971 * Medalha Joaquim Nabuco, Assembléia Legislativa de Pernambuco, 1972 * Medalha de Ouro José Vasconcelos, Frente de Afirmación Hispanista de México, 1974 * Educador do Ano, Sindicato dos Professores do Ensino Primário e Secundário em Pernambuco e Associação dos Professores do Ensino Oficial, 1974 * Medalha Massangana, Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, 1974 * Prêmio Caixa Econômica Federal, Fundação Cultural do Distrito Federal, 1979 * Prêmio Moinho Recife, 1980 * Medalha da Ordem do Ipiranga, do Estado de São Paulo, 1980 * Grã-cruz da República Federal Alemã, 1980.



Títulos:



Doutor Honoris Causa, em Letras, pela Universidade de Columbia * Doutor Honoris Causa pela Sorbonne * Doutor Honoris Causa, em Letras, pela Universidade de Coimbra * Doutor Honoris Causa, em Letras, pela Universidade de Sussex, Inglaterra * Doutor em Ciências Políticas, Jurídicas e Sociais, pela Universidade de Münster, Alemanha * Doutor Honoris Causa, em Filosofia, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro * Doutor Honoris Causa, em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade Federal de Pernambuco * Adstrito Honorário da Universidade de Salamanca, Espanha * Adstrito Honorário da Universidade de Buenos Ayres * Professor Honorário das universidades federais de Pernambuco, Bahia e Paraíba.



Livros:



1933: Casa Grande e Senzala (Formação da Família Brasileira sob o Regime de Economia patriarcal), Maia & Schmidt Ltda, RJ. 20a edição, comemorativa do 80o aniversário do autor, pela Editora José Olympio/Instituto Nacional do Livro, com ilustrações de Tomás Santa Rosa, Cícero Dias e Poty e poemas de Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira; prefácio de Eduardo Portella e crônica de José Lins do Rego. Traduções nas línguas espanhola, inglesa, francesa, alemã, italiana e polonesa e edição em Portugal.



1934: Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife, com ilustrações de Luís Jardim, Edição do Autor. 4a edição pela Editora José Olympio, RJ, 1968, com fotografias e ilustrações de Luís Jardim e Rosa Maria.



1935: Artigos de Jornal, Casa Mouzart, Recife. Incluído em Retalhos de Jornais Velhos.



1936: Sobrados e Mocambos (Decadência do Patriarcado Rural e Desenvolvimento do Urbano), Companhia Editora Nacional, São Paulo. 2a edição, refundida, 3 volumes, com ilustrações de Lula Cardoso Ayres, Manuel Bandeira, Carlos Leão e do autor, Editora José Olympio, RJ, 1951. Várias edições seguintes e edições também inglesa e norte-americana.



1937: Nordeste (Aspectos da Influência da Cana Sobre a Vida e a Paisagem do Nordeste do Brasil), com fotografias e ilustrações de Manuel Bandeira, Editora José Olympio, RJ. Várias edições seguintes e traduções espanhola, francesa e italiana.



1938: Conferências na Europa, Ministério da Educação e Saúde, RJ. Revisto e aumentado, passou a constituir O Mundo que o Português Criou.



1939: Açúcar (Algumas Receitas de Doces e Bolos dos Engenhos do Nordeste), com ilustrações de Manuel Bandeira, Editora José Olympio, RJ. A partir de 1969, novas edições, aumentadas, sob o título Açúcar (Em Torno da Etnografia, da História e da Sociologia do Doce no Nordeste Canavieiro do Brasil), com ilustrações de Manuel Bandeira.



1939: Olinda - 2o Guia prático, Histórico e Sentimental de Cidade Brasileira, edição do autor, Recife, com ilustrações de Manuel Bandeira. Várias edições seguintes, revistas e aumentadas, pela Editora José Olympio, RJ.



1940: Diário Íntimo do Engenheiro Vauthier (prefácio e notas), Ministério da educação, RJ. Incluído na segunda edição de Um Engenheiro Francês no Brasil.



1940: Um Engenheiro Francês no Brasil - prefácio do prof. Paul Arbousse-Bastide. 2a edição em 2 volumes ilustrados, 1960: 1o vol. Um Engenheiro Francês no Brasil; 2o vol. Diário Íntimo de Louis Léger Vauthier, Cartas Brasileiras de Vauthier, tradução de Vera M.F. de Andrade e prefácio, introdução e notas de G. Freyre. Todas as edições pela Editora José Olympio, RJ.



1940: Memória de Um cavalcanti (Introdução às), Companhia Editora Nacional, SP. Incluído em O Velho Félix e suas Memórias de um Cavalcanti.



1940: O Mundo que o Português Criou (Aspectos das Relações Sociais e de Cultura do Brasil com Portugal e as Colônias Portuguesas), Editora José Olympio. Edição em Portugal.



1941: Região e Tradição, prefácio de José Lins do Rego e ilustrações de Cícero Dias, Editora José Olympio, RJ. 2a edição Gráfica Record Editora, RJ, 1968.



1942: Ingleses, prefácio de José Lins do Rego, Editora José Olympio.



1943: Problemas Brasileiros de Antropologia, Casa do Estudante do Brasil, RJ. Edições seguintes, com prefácio de Gonçalves Fernandes, pela Editora José Olympio, RJ.



1944: Perfil de Euclydes e Outros Perfis, desenhos de Santa Rosa e C. Portinari, Editora José Olympio, RJ.



1944: Na Bahia, Em 1943, Companhia Brasileira de Artes Gráficas, RJ.



1945: Sociologia I (Introdução ao Estudo dos Seus Princípios), 2 volumes, várias edições, todas pela Editora José Olympio, com prefácio de Anísio Teixeira.



1945: Brazil: An Interpretation, Alfred A. Knopf, Nova Iorque. 2a edição em 1947 (texto expandido em New World in the Tropics). Edição brasileira: Interpretação do Brasil, tradução e introdução de Olívio Montenegro, Editora José Olympio, RJ, 1947. Edições também em Portugal, Itália, México.



1948: Ingleses no Brasil (Aspectos da Influência Britânica sobre a Vida, a Paisagem e a Cultura do Brasil), Editora José Olympio, RJ.



1950: Quase Política (9 Discursos e 1 Conferência), Editora José Olympio, RJ. 2a edição em 1966.



1953: Um Brasileiro em Terras Portuguesas (Introdução a uma Possível Lusotropicologia, Acompanhada de Conferências e Discursos Proferidos em Portugal e em Terras Lusitanas e ex-Lusitanas da Ásia, da África e do Atlântico), Editora José Olympio, RJ. Edição também em Portugal.



1953: Aventura e Rotina (Sugestões de uma Viagem à Procura das Constantes Portuguesas de Caráter e Ação), Editora José Olympio, RJ, e edição em Portugal.



1955: Assombrações do Recife Velho, Editora Condé, RJ. 2a e 3a edições pela José Olympio, 1970 e 1974.



1956: Problème de Changement Social Au 20eme Siècle (com L. von Wiese, Morris Guinsberg e Georges Davy), Londres e Hereford.



1958: Integração Portuguesa nos Trópicos. Portuguese Integration in the Tropics. Junta de Investigações do Ultramar, Vila Nova de Famalicão, Portugal.



1959: Ordem e Progresso (Processo de Desintegração das Sociedades Patriarcal e Semipatriarcal no Brasil sob o Regime de Trabalho Livre: Aspectos de um Quase Meio Século de Transição do Trabalho escravo para o Trabalho Livre; e da Monarquia para a República), 2 volumes, Editora José Olympio, RJ. Edião também em língua inglesa.



1959: O Velho Félix e suas Memórias de um Cavalcanti, Editora José Olympio, RJ.



1959: New World in the Tropics, Knopf, Nova Iorque. edição em língua portuguesa: Novo Mundo nos Trópicos, tradução de Olívio Montenegro e Luís Miranda Corrêa, 1a edição pela Companhia Editora nacional, SP, 1971. Também editoda no Japão.



1959: A Propósito de Frades, Universidade da Bahia.



1960: Brasis, Brasil e Brasília, Livros do Brasil, Lisboa. 2a edição,atualizada, Gráfica Record Editora, RJ, 1968.



1961: O Luso e o Trópico - Sugestões em Torno dos Métodos Portugueses de Integração de Povos Autóctones e de Culturas Diferentes da Européia num Complexo Novo de Civilização: O Lusotropical, editado pela Comissão Executiva das Comemorações do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, Lisboa. edições também em francês e inglês.



1961: Sugestões de um Novo Contacto com Universidades Européias, Imprensa Universitária, Recife.



1962: Arte, Ciência e Trópico (Em Torno de Alguns Problemas de Sociologia da Arte), Edições Martins, SP.



1962: Homem, Cultura e Trópico, Imprensa Universitária, Recife.



1962: Vida, Forma e Cor, Editora José Olympio, RJ, prefácio de Renato Carneiro Campos.



1962: Talvez Poesia, Editora José Olympio, RJ, prefácio de Mauro Mota.



1963: Brazil, Pan American Union, Washington.



1963: O Escravo nos Anúncios de Jornais Brasileiros do Século XIX, Imprensa Universitária, Recife e 2a edição pela Companhia Editora Nacional/Instituto Joaquim Nabuco, em 1979.



1964: Vida Social no Brasil nos Meados do Século XIX, tradução do original inglês (Social Life in Brazil in the Middle of the 19th Century) por Valdemar Valente e prefaciada pelo autor, Instituto Joaquim Nabuco, Recife.



1964: Retalhos de Jornais Velhos, Editora José Olympio, RJ, prefácio de Luís Jardim.



1964: Dona Sinhá e o Filho Padre (seminovela), editora José Olympio, RJ. Edições também norteamericana e em Portugal.



1965: Seis Conferências em Busca de um Leitor, Editora José Olympio, RJ.



1966: The Racial Factors in Contemporany Politics, Sussex, Inglaterra.



1967: Sociologia da Medicina, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa.



1968: Oliveira Lima, Dom Quixote Gordo (com 60 cartas inéditas de Oliveira Lima), Imprensa Universitária, Recife. 2a edição em 1970.



1968: Como e Porque Sou e Não Sou Sociólogo, Editora Universidade de Brasília.



1968: Contribuição Para Uma Sociologia da Biografia (O Exemplo de Luís de Albuquerque, Governador de Mato Grosso, no fim do Século XVIII), 2 volumes, Academia Internacional de Cultura Portuguesa, Lisboa. 2a edição pela Fundação de Cultura de Mato Grosso, 1978.



1969: Transformação Regional e Ciência Ecológica, Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, Recife.



1970: Cana e Reforma Agrária (com outros autores), Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais, Recife.



1971: Seleta para Jovens, Organizada pelo autor com a colaboração de Maria Elisa Dias Collier, Editora José Olympio, RJ.



1971: The History of Brazil, 3 volumes, edição conjunta de The Masters and Slaves, The mansions and the Shanties e Order and Progress, Secker & Warbury, Londres.



1971: Nós e a Europa Germânica (Em Torno de Alguns Aspectos das Relações do Brasil com a Cultura Germânica no Decorrer do Século XIX), Grifo Edições/INL, Rio de Janeiro/Brasília.



1971: A Casa Brasileira (Tentativa de Síntese de Três Diferentes Abordagens, já Realizadas pelo Autor, de um Assunto Complexo: a Antropológica, a Histórica, a Sociológica), Grifo Edições, RJ.



1972: A Condição Humana e Outros Temas - Trechos escolhidos por Maria Elisa Dias Collier, Grifo Edições/INL, Rio de Janeiro/Brasília.



1973:Além do Apenas Moderno (Sugestões em Torno de Possíveis Futuros do Homem, em Geral, e do Homem Brasileiro, em Particular), Editora José Olympio, RJ. Edição também na Espanha.



1974: The Gilberto Freyre Reader. Transl. by Barbara Shelby. Alfred A. Knopf, New York.



1975: Tempo Morto e Outros Tempos (trechos de um diário de adolescência e primeira mocidade - 1915/1930), Editora José Olympio.



1975: A Presença do Açúcar na Formação Brasileira, Instituto do Açúcar e do Álcool.



1975: O Brasileiro Entre os Outros Hispanos: Afinidades e Possíveis Futuros nas suas Inter-relações, Editora José Olympio/INL.



1977: O Outro Amor do Dr. Paulo (seminovela, continuação de Dona Sinhá e o Filho Padre), Editora José Olympio, RJ.



1977: Antologia, Ediciones Cultura Hispánica, Madri.



1977: Obra Escolhida (Casa Grande & Senzala, Nordeste e Novo Mundo nos Trópicos), Nova Aguilar, RJ.



1978: Alhos & Bugalhos, Editora Nova Fronteira, RJ.



1978: Cartas do Proprio Punho Sobre Pessoas e Coisas do Brasil e do Estrangeiro, Conselho Federal de Cultura, RJ.



1979: Heróis e Vilões no Romance Brasileiro, Cultrix/Editora da USP.



1979: OH de Casa! - Em Torno da Casa Brasileira e da sua Projeção sobre um Tipo Nacional de Homem, Artenova/Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais.



1979: Tempo de Aprendiz, Ibrasa/INL.



1979: Pessoas, Coisa e Animais, MPM Propaganda.



1980: Poesia Reunida, Edições Pirata, Recife, com ilustrações de Marcos Cordeiro.



1988: Ferro e Civilização no Brasil, Fundação Gilberto Freyre, Recife, e Editora Record, Rio de Janeiro.



Adaptção para teatro:



Casa Grande & Senzala, drama em três atos, de José Carlos Cavalcanti Borges, Serviço Nacional de Teatro, RJ.



Livros sobre Gilberto Freyre:



1944: Gilberto Freyre (Notas biográficas), ilustrado, de Diogo de Melo Menezes, prefácio de Monteiro Lobato, Casa do Estudante do Brasil, RJ.

1962: Gilberto Freyre, Sua Ciência, Sua Filosofia, Sua Arte (64 ensaios sobre G.F. e sua influência na moderna cultura do Brasil), obra comemorativa do jubileu de prata de Casa grande & Senzala, ilustrado, Editora José Olympio, RJ.

1979: Casa Grande & Senzala, Obra Didática?, de Gilberto de Macedo, Editora Cátedra/INL.

1984: O Elogio da Dominação - Relendo Casa Grande & Senzala, Maria Alice de Aguiar Medeiros, Achiamé, RJ.



Outros:



Casa Grande & Senzala foi o tema escolhido pela Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira para o seu desfile no carnaval carioca de 1962.



Fonte: http://www.pe-az.com.br/biografias/gilberto_freyre.htm

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Bezerra da Silva



"Gravo a realidade brasileira do povo faminto e marginalizado. Cada um entende de um jeito. O

importante é vender. Artista bom é aquele que vende,

segundo o mercado. Veja a frase "tem coca aí na

geladeira", frase que todo mundo diz, mas como é o

Bezerra que canta, então sujou."

(Folha de S.Paulo, 08.out.2000)



Partideiro número 1 dos morros cariocas, o pernambucano Bezerra da Silva [1927-2005] é hoje o porta-voz de cronistas que retratam uma realidade quase sempre cruel.



José Bezerra da Silva nasceu em Recife (PE), a 9 de março de 1938. Veio para o Rio de Janeiro aos 15 anos fugindo da fome e apenas com a roupa do corpo. Fez a viagem num navio que carregava açúcar.



Passou então a trabalhar na construção civil como pintor de paredes e tinha como endereço a obra no centro da cidade, onde exercia sua profissão. Foi nessa época, lá pelos idos de 1949, que enamorou-se de uma "dona" e foi morar com ela no morro do Cantagalo (zona sul do Rio).



Iniciado na música pelo coco de Jackson do Pandeiro, começou, em 1950, sua carreira como ritmista na Rádio Clube — tocava tamborim, surdo e instrumentos de percussão em geral. Suas primeiras composições, "O Preguiçoso" e "Meu Veneno", foram gravadas por Jackson. Seu primeiro disco —um compacto— foi gravado, em 1969, pela Copacabana. Bezerra da Silva estudou violão clássico por oito anos e passou outros oito anos tocando na orquestra da TV Globo. É um dos poucos partideiros que lê música.



Como ele próprio explica, sua ligação com o mundo musical se deu por causa do "medo da fome". Diz também que a única saída que tinha era "lutar por dias melhores", pois "tinha dias que trabalhava e não comia". Não se cansa de afirmar que saiu do ramo da construção civil porque achava que algum dia iria "virar uma escada, um tijolo, um saco de cimento".



Cantor e compositor de verve ácida, Bezerra da Silva atira contra as injustiças sociais. Uma boa demonstração disso é a faixa "Partideiro Sem Nó na Garganta" do disco "Presidente Caô Caô", na qual canta:



"Dizem que sou malandro, cantor de bandido e até revoltado

Porque canto a realidade de um povo faminto e marginalizado",



ou então a faixa "Vítima da Sociedade" de seu disco "Malandro Rife", na qual afirma:



"Se vocês estão a fim de prender o ladrão.

Podem voltar pelo mesmo caminho

O ladrão está escondido lá embaixo

Atrás da gravata e do colarinho".



Suas músicas são quase sempre de outros compositores ou então de parcerias que ele cultiva há muitos anos. Seus parceiros são poetas dos morros como 1000tinho, Barbeirinho do Jacaré, Baianinho, Em Cima da Hora, Embratel do Pandeiro, Trambique, Zé Dedão, Popular P., Pedro Butina, Simão PQD, Wilsinho Saravá, Rubens da Mangueira, Pinga, Dunga da Coroa, Jorge Laureano, Adelzo Nilto, Edson Show e uma imensa lista de outros ilustres desconhecidos que Bezerra faz questão de divulgar em seus discos.



Nas letras dos sambas desses compositores se expressam os conflitos sociais de uma população marginalizada. Tudo através de uma ótica bem humorada, mas também áspera. São letras com palavras afiadas, de gente que tem uma visão sociológica amadora, porém lutadora e inconformada.



Antigamente, Bezerra não gostava que o chamassem de pagodeiro. Dizia que "quando a música é feita por pobre, analfabeto ou crioulo, eles dizem que é pagode. Eu não aceito isso!".



Atualmente, quando é questionado a respeito do novo pessoal do pagode, afirma que "o Sol nasceu pra todos, todos os colegas são bons. Cada um tratando de si. Eu acredito que o meio está pra todo mundo. Graças a Deus, muitos colegas estão fazendo sucesso. Um sambista carrega a bandeira do samba".



Perguntado certa vez se achava que brancos não sabiam fazer samba respondeu: "isso é uma mentira, uma discriminação boba. Tudo depende da veia poética do sujeito. Você já imaginou se Deus deixasse eu fazer eu do jeito que quero, com a cuca que tenho? Eu seria verde, todo bonito. Ninguém ia ser igual a mim. Eu seria um sucesso, o cabelo de ouro, ia ser tudo comigo. Mas me fizeram um crioulo esquisito. Essa história de que branco não faz samba é mentira. E também tem crioulo que não faz samba. Artista nasce em qualquer lugar".



Apesar de ser um campeão de vendas —seus mais de 25 discos já venderam aproximadamente três milhões de cópias—, Bezerra da Silva é, ainda hoje, excluído das salas VIP das emissoras de FM. Uma prova disso é que ele só tocou no Canecão em 1996, depois de mais de 20 anos de uma carreira de consecutivos sucessos.



Macumbeiro, filho de Ogum e assíduo frequentador do terreiro do Pai Nilo, em Belfort Roxo, Bezerra da Silva é o rosto de uma parcela do povo brasileiro que a mídia insiste em esconder. Já virou tese de doutorado e livro —"Bezerra da Silva: Produto do Morro", publicado pela Jorge Zahar editora—, mas permanece longe de programas televisivos que preferem exibir os "novos fenômenos de vendagem" que desaparecem tão rápido quanto surgem.



Renato Roschel

do Banco de Dados



Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/almanaque/bezerra.htm

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Chacrinha



Chacrinha foi o maior comunicador do rádio e da televisão brasileira. E do bacalhau também.



É o autor de expressões que se popularizaram por todo o Brasil, como "Quem não se comunica, se trumbica!", "Eu vim para confundir e não para explicar", bordões como "Terezinhaaaaaa...." e da nossa predileta: "Vocês querem bacalhau?". E jogava o bacalhau para a platéia, ou o pepino, ou o abacaxi, não importava.

Chacrinha era festa, alegria, o máximo. Seus programas eram cheios de calor humano e divertidíssimos. O povo o amava e não se esquece do Velho Guerreiro "balançando a pança e comandando a massa"(Gilberto Gil - Aquele Abraço).



José Abelardo Barbosa de Medeiros, o Chacrinha, nasceu em 20/01/1916, em Pernambuco. Trabalhou quase 50 anos, inicialmente no rádio e depois na televisão, se consagrando como o primeiro comunicador do Brasil. O palhaço do povo, como ele mesmo se definia.



Seus programas de calouros e de divulgação da MPB, como a Discoteca do Chacrinha, a Buzina do Chacrinha e o Cassino do Chacrinha foram sucesso em todas as emissoras nas quais Chacrinha trabalhou: TV Tupi, TV Rio, TV Bandeirantes e TV Globo.

Começou na Rádio Clube de Niterói, que ficava numa chácara em Icaraí. O estilo irreverente do comunicador, que recebia seu público de cuecas e com um lenço na cabeça em uma chácara, acabou por lhe legar o apelido de Chacrinha.



Estreou na TV Tupi em 1956, vestido de xerife, apresentando o "Rancho Alegre", e logo depois se transferiu para a TV Rio. Por muitos anos foi patrocinado pelas Casas da Banha: daí as brincadeiras com o bacalhau e com os produtos alimentícios.



A "Buzina do Chacrinha" foi criada por ele em 1968, na TV Globo, quando comandava os programas de calouros aos domingos. Às quartas-feiras era o dia da "Discoteca do Chacrinha", programa que lançou muitos ídolos da MPB e que tinha como atração as chacretes, que se transformaram em verdadeiras musas da televisão na década de 70.



Durante três décadas foi líder de audiência. Em 1987, recebeu o título de professor honoris causa da Faculdade de Cidade; neste mesmo ano, foi homenageado pela Escola de Samba Império Serrano com o tema Com a boca no mundo, quem não se comunica....



Foi casado com dona Florinda Barbosa por 41 anos e teve 3 filhos: José Amélio, Jorge Abelardo e Zé Renato. Faleceu em 30 de julho de 1988, deixando uma imensa saudade em todos que tivemos o prazer de viver sua alegria.





Viva Chacrinha!



Uma sugestão para quem quer conhecer melhor sua biografia:

pesquisar nos arquivos do Museu da Imagem e do Som - Rio, e ler o livro "Quem não se comunica se trumbica", de Lúcia Rito e Florinda Barbosa, Editora Globo, 1996.



Fonte: http://www.bacalhau.com.br/chacrinh.htm

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Francisco Brennand



Brennand (Francisco de Paula Coimbra de Almeida Brennand) nasceu em 11 de junho de 1927, no Recife, Pernambuco. Após concluir secundário, desistiu de ingressar na Faculdade de Direito e começou a estudar pintura. Conquistou o 1º Prêmio no Salão de Pintura do Museu do Estado de Pernambuco, em 1947 e 1948. Foi a Paris, onde freqüentou o atelier de André Lothe e Fernand Léger. Viajou à Bélgica, à Suíça, a Portugal e à Espanha. Em Barcelona, a arquitetura e as esculturas de Gaudí o impressionaram tanto que acabaram influenciando sua obra futura. Em 1953, na Umbria, Itália, fez estágio numa fábrica de faiança para aperfeiçoar o seu conhecimento na arte cerâmica.



Quando retornou ao Brasil, começou a trabalhar intensamente, realizando exposições de pintura e cerâmica em vários museus e galerias de todo o País. Executou murais em edifícios no Recife e no exterior. Em 1971, começou a reformar uma velha fábrica de tijolos e telhas fundada pelo seu pai, com cerca de 10.000 m2 de área coberta, transformando-a num espaço místico e mágico que até hoje é recriado pela sua inquietação de artista.



O ceramista Francisco Brennand recebeu no ano de 1993 o Prêmio Interamericano de Cultura Gabriela Mistral, outorgado pela OEA - Washington/USA, pelo conjunto e singularidade do seu trabalho.



Fonte: http://www.brennand.com.br/frame-artista.html

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Barbosa Lima Sobrinho



Jornalista, advogado, escritor e político, Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho nasceu no Recife, a 22 de janeiro de 1897. Filho do tabelião Francisco da Cunha Lima e da dona de casa Joana de Jesus Lima, ainda criança mudou-se com a família para o Rio de Janeiro, onde iniciou o curso primário.



De volta ao Recife, estudou no Colégio Salesiano e no Instituto Ginasial de Pernambuco, concluindo o segundo grau em 1911.



Formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais em 1917 e tinha a pretensão de obter, através de concurso, uma cátedra na Faculdade de Direito do Recife e virar professor. Mas o concurso foi cancelado para beneficiar um apadrinhado político e ele seguiu mesmo foi a carreira de jornalista.



Publicou o seu primeiro artigo aos 18 anos, no Diario de Pernambuco. Em 1921 mudou-se para o Rio de Janeiro e em 1924 ingressou no Jornal do Brasil, do qual tornou-se redator-chefe e onde ocupou, por mais de meio século, o cargo de redator de assuntos políticos e para o qual nunca deixou de escrever.



Em 1926, publica seu primeiro livro e é eleito presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), entidade que ainda comandaria em outras duas ocasiões (1929 e 1980). Ao todo, presidiu a ABI durante 22 anos.



Membro da Academia Brasileira de Letras desde 1937, no final da década de 1990 figurava no livro Guinness of Records como o mais antigo jornalista do mundo em atividade. Autor de mais de 70 livros, Barbosa Lima Sobrinho também teve uma movimentada vida político-partidária.



Em 1934 foi deputado federal constituinte por Pernambuco. Em 1937 apoiou o Estado Novo e no ano seguinte foi nomeado diretor no Recife do Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA), onde fez amizade com Miguel Arraes e onde permaneceu até a queda de Getúlio Vargas.



A 02/12/1945 é eleito, pelo Partido Social Democrático (PSD), deputado para a Assembléia Nacional Constituinte de 1946. Em seguida, a 19/01/1947, também pelo PSD, disputa e vence as eleições para o governo de Pernambuco, derrotando o candidato da UDN, Neto Campelo Jr, que tinha apoio do presidente da República.



Como governador de Pernambuco, Barbosa Lima Sobrinho teve o mandato encurtado em um ano. Isto porque os partidários do derrotado Neto Campelo Jr tentaram impugnar o resultado da eleição através de várias ações judiciais e ele só tomou posse a 14/02/1948, exatamente um ano depois da data prevista.



Concluiu seu mandato a 31/01/1951. Candidato derrotado ao Senado em 1962 (os eleitos foram José Ermírio de Moraes e F. Pessoa de Queiroz), também participou ativamente da campanha pelas Diretas Já (1983/84).



Antes, em 1973, fora o "anti-candidato" a vice-presidente da República na chapa de Ulysses Guimarães (MDB) que tinha como único objetivo "denunciar a farsa das eleições indiretas". Nacionalista ferrenho, Barbosa Lima Sobrinho foi, ainda, o escolhido para assinar, em nome dos brasileiros, o pedido de impeachment do então presidente da República, Fernando Collor de Melo, em 1992.



Com seus mais de cem anos, é com certeza o cidadão que mais participou de episódios importantes da vida política do seu País. Por exemplo: assistiu a passagem de 19 presidentes brasileiros e viveu um espaço de tempo que corresponde a mais de vinte por cento de toda a História do Brasil.



Como escritor, foi presidente da Academia Brasileira de Letras (1953-54) e escreveu sobre praticamente tudo: ensaios biográficos, direito, economia, jornalismo, história, política e outros temas. Casado, três filhos, mais antigo sócio do Clube de Regatas Flamengo, do Rio de Janeiro (apesar de torcer pelo Fluminense), sempre foi um adepto dos esportes.



Na adolescência, foi remador, jogador do Náutico do Recife e fundador do clube de futebol Corinthians Olindense.



Quando completou 102 anos, em 1999, mantinha a rotina diária de pedalar 400 vezes uma bicicleta ergométrica instalada no seu apartamento. E afirmava em entrevista à revista Bundas: "Até os sessenta anos jogava pelada com os meus filhos no quintal de casa, até que levei um tombo numa bola dividida e resolvi pendurar as chuteiras. Mas todos os dias ainda dou minhas pedaladas. O tal ócio com dignidade é prejudicial à saúde".



Sempre bem-humorado, coerente, Barbosa Lima Sobrinho nunca abriu mão de suas idéias, mesmo em momentos em que elas parecessem totalmente "fora de moda", tornando-se assim respeitado por representantes das mais variadas correntes do pensamento.



Constitucionalista, condenou o movimento militar que depôs o presidente João Goulart. Democrata, lutou pelo fim das medidas arbitrárias instituídas a partir de 1964, como a censura à imprensa e as eleições indiretas.



Nacionalista, defendeu a criação da Eletrobrás, opôs-se aos contratos de risco para exploração do petróleo e condenou a venda de grandes empresas estatais brasileiras no auge das privatizações. Dizia, citando o caso do Japão, que "o capital se faz em casa".



Entre os principais livros que publicou estão: "A verdade sobre a revolução de outubro" (1933), "A Revolução Praieira" (1949), "A nacionalidade da pessoa jurídica" (1963), "A auto-determinação e a não-intervenção" (1963), "Presença de Alberto Torres" (1968), "Japão: o capital se faz em casa" (1973), "Antologia do Correio Braziliense" (1979), "Desde quando somos nacionalistas" (1995) e "Hipólito da Costa: pioneiro da independência do Brasil" (1996).



Quanto ao trabalho para a imprensa, no início de 1999 Barbosa Lima Sobrinho já havia publicado cerca de quatro mil artigos em vários jornais brasileiros, desde o Diario de Pernambuco, Jornal do Recife e Jornal do Brasil.



Morreu no Rio de Janeiro, a 16 de julho de 2000, aos 103 anos de idade.



Fonte: http://www.pe-az.com.br/biografias/barbosa_lima_sobrinho.htm

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Cícero Dias



Artista plástico, considerado um dos pioneiros do modernismo no Brasil, Cícero Dias nasceu a 05 de março de 1907, no Engenho Jundiá, município de Escada, Pernambuco, onde ainda menino teve os primeiros contatos com a pintura: "eu ficava olhando minha tia Angelina pintar belos quadros, ela era filha do barão de Penedo e tinha uma escola de pintura na década de 20".



De sua cidade natal, veio para o Recife e, em 1925, foi para o Rio de Janeiro, estudar arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes.



Foi no Rio que Cícero Dias estreou profissionalmente, expondo seus trabalhos pela primeira vez. A exposição aconteceu em 1928 no saguão de uma clínica médica porque, à época, havia grande desconfiança em torno do tipo de pintura que ele fazia e quase nenhuma galeria carioca tinha interesse pela arte moderna.



Como predominava a arte acadêmica, a mostra não fez grande sucesso mas foi visitada por todos os modernistas, entre os quais Villa-Lobos, o poeta Murilo Mendes, o artista plástico Ismael Nery e outros.



Do período de "iniciante" até ser considerado, na década de 90, um dos maiores pintores brasileiros, Cícero Dias viveu muitas histórias. De arte e de política.



Simpatizante do Partido Comunista, ele foi perseguido em 1937 quando Getúlio Vargas instalou a ditadura do Estado Novo. Era chamado pelas autoridades pernambucanas como "o artista que pinta retratos de Lênin a pedido de estudantes esquerdistas" e, por várias vezes, seu atelier no Recife foi invadido por tropas policiais. Foi aí que ele decidiu viver em Paris.



Para Cícero Dias, morar em Paris não foi uma novidade: em 1937 sua família já tinha apartamento montado na cidade e ali ele construiu toda uma vida. Prosseguiu o seu trabalho como pintor, conheceu vários dos maiores artistas e intelectuais do século e em 1943 casou com a francesa Raymonde, que conheceu numa roda de amigos num café parisiense e com quem tem uma filha brasileira chamada Sílvia.



Desde que deixou Pernambuco, vem anualmente ao Recife rever amigos e "preservar as raízes". Mas, a vida de Cícero Dias fora do Brasil não foi só maravilhas. Durante a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, depois que o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha nazista e a Itália fascista, ele foi preso num hotel da cidade alemã de Baden-Baden. No grupo, estava também o escritor Guimarães Rosa.



O motivo da prisão foi apenas o fato de ser brasileiro. Em seguida, numa ação diplomática, o grupo foi trocado por espiões nazistas que se encontravam presos no Brasil. Libertado, Dias seguiu para Portugal.



Em Lisboa, exilado mais uma vez, Cícero Dias continua sua luta pela liberdade humana. Num encontro com intelectuais europeus, recebe um recado do poeta francês Paul Éluard, que atuava na Resistência e queria que o pintor brasileiro desse um jeito de ir buscar e fazer chegar a Londres um poema dele chamado "Liberté", para ser divulgado entre as tropas aliadas.



A missão era ousada, pois Paris estava ocupada pelos nazistas, mas Cícero Dias topou. Tempos depois, ele contaria essa aventura: "Fui à França atravessando clandestinamente a fronteira. Com receio dos nazistas, risquei a palavra liberté do poema, porque a palavra liberdade poderia me custar a vida diante de um pelotão de fuzilamento.



De volta a Lisboa, procurei a embaixada britânica e pedi ajuda ao secretário do embaixador, mister Marshall.



O poeta inglês Rolland Penthouse traduziu o poema para o inglês e "Liberté", já impresso em milhares de panfletos, foi jogado sobre as tropas aliadas no front". Por esse sua atitude, Cícero Dias acabou virando herói: no dia 27 de maio de 1998 foi condecorado com a Ordem Nacional do Mérito da França, maior honraria concedida pelo Estado francês.



Ao ser informado sobre a condecoração, ele comentou em entrevista à imprensa: "Para os intelectuais, foi importante a distribuição do poema por toda a Europa. Ajudou na libertação da França e de outros países. Se Éluard fosse vivo, nós dois seríamos condecorados".



Autor do primeiro mural abstrato da América Latina, feito em 1948 no prédio da Secretaria da Fazenda de Pernambuco, Cícero Dias fez grandes amigos na Europa. Um deles foi o pintor espanhol Pablo Picasso. Os dois se conheceram pouco antes do final da Guerra Civil Espanhola, quando Picasso encontrava-se exilado em Paris.



"Nós nos reuníamos num café com republicanos espanhóis contrários ao regime de Franco e a partir daí comecei uma forte amizade com Picasso, que acabou sendo padrinho da minha filha".



Aliás, foi por conta dessa amizade do pintor pernambucano com o gênio catalão que o público brasileiro pôde apreciar o famoso mural "Guernica".



Picasso era supersticioso e não queria que sua obra saísse dos Estados Unidos enquanto durasse a ditadura de Franco. Cícero Dias usou muitos argumentos, entre os quais o de que o Brasil era um país pobre e merecia ter acesso às grandes obras de arte, dobrando o amigo: Picasso acabou emprestando "Guernica" que foi mostrado na Bienal de São Paulo.



Cícero Dias sempre manteve uma rígida rotina de trabalho, que mesmo depois dos seus 90 anos não acabava antes das três horas da madrugada, incluindo pintura e leitura. Colecionador de suas próprias obras, um conselho do amigo Picasso, guardou os trabalhos mais significativos.



Autor de uma obra universal, exposta em centenas de países, nunca negou suas origens: "Toda minha obra foi fundada em Pernambuco, no início dos anos 20. Em mim, as raízes são mais fortes do que tudo".



Ao longo de toda sua vida, tanto no Brasil quanto no exterior o reconhecimento ao trabalho do pintor pernambucano foi unânime. Picasso considerava Cícero Dias "um poeta que também é pintor". Já Oswald de Andrade julgava-o o maior pintor brasileiro de todos os tempos. E, para não deixar suspeitas sobre esse julgamento, afirmava: "E ninguém poderia imaginar que estou falando por camaradagem, uma vez que minhas relações com ele são geladas".



Morreu em Paris, a 28/01/2003.



Fonte: http://www.pe-az.com.br/biografias/cicero_dias.htm

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Lenine



Osvaldo Lenine Macedo Pimentel, ou somente Lenine, nasceu em Recife, capital pernambucana. Ouviu rock até os 17 anos, quando teve acesso ao “Clube da Esquina”, de Milton Nascimento, e a um show de Gilberto Gil. Dois anos depois, embarcou para o Rio de Janeiro, onde vive atualmente, em busca da carreira musical.



O primeiro single chegou somente quatro anos depois, em 1981, com a música “Prova de Fogo” (parceira com Zé Rocha), com a qual Lenine participou de um festival de MPB da Rede Globo. O primeiro disco, “Baque Solto”, saiu em 1983, em parceria com outro cantor e compositor pernambucano, Lula Queiroga. A semelhança no trabalho dos dois é impressionante, vozes e jeitos se confundem.



Alguns anos depois, Lenine conheceu o percussionista carioca Marcos Suzano. A parceria musical foi tão forte, que gravaram um disco juntos, “Olho de Peixe”, lançado em 1993. Os primeiros a reconhecerem a importância daquele disco foram os japoneses. Infelizmente, aqui no Brasil, ele só ganhou uma boa distribuição no final da década de 90, quando a carreira solo de Lenine estourava.



O primeiro disco chegou em 1997, “O Dia em que Faremos Contato”, um trabalho com forte influência nordestina gravado nos estúdios de Peter Gabriel. Além de cantor, Lenine é compositor e instrumentista. O jeito único de tocar violão, inclusive utilizando o instrumento para fazer percussão, faz com que ele seja reconhecido rapidamente. As composições, algumas em parceira, também foram fator importante para o sucesso do disco. No Prêmio Sharp daquele ano, o músico ganhou nas categorias de melhor revelação e canção, por “A Ponte”, uma parceria com Lula Queiroga.



Em 1998, Lenine juntou-se a Chico César, Paulinho Moska, Zeca Baleiro e Marcos Suzano para o projeto “5 no Palco”. Com exceção de Chico César, que tinha uma carreira estabelecida, os outros músicos também buscavam reconhecimento com o trabalho solo. O projeto durou menos de um ano, mas trouxe mais visibilidade para o talento de cada um. Eles realizaram vários shows nas unidades do Sesc do estado de São Paulo.



Neste período, Lenine cresceu e destacou-se também como compositor. As parcerias com Lula Queiroga, Bráulio Tavares, Dudu Falcão, Carlos Rennó, Sérgio Natureza, Paulo César Pinheiro se espalharam nas vozes de outros cantores. Elas passaram pelos mais diferentes estilos e seu trabalhou ganhou reconhecimento.



Em 1999, Lenine começou a preparar o quarto disco, “Na Pressão”. Ele já estava com o trabalho quase pronto, quando percebeu que as canções compostas por ele e parceiros musicais tinham mais de cinco anos. Decidiu começar do zero e compor especialmente para o CD. Como o atraso não agradou a gravadora, o CD foi realmente feito “na pressão”. O resultado inclui participações de Siba, Marcos Suzano, Pedro Luís e A Parede, Arnaldo Antunes e até um sampler com a voz de Jackson do Pandeiro.



Entre os shows para o lançamento do disco e a turnê internacional, Lenine foi o diretor musical do espetáculo Cambaio, com canções de Edu Lobo e Chico Buarque. Em 2002, depois de uma grande espera, saiu o terceiro CD solo, “Falange Canibal”, que incluiu participações nacionais e internacionais e o uso de samplers em várias canções.



“Falange Canibal” solidificou a carreira de Lenine e recebeu prêmio no Grammy Latino na categoria melhor Álbum Pop Contemporâneo. O fenômeno Maria Rita também percebeu o talento do compositor e colocou em seu álbum de estréia a música “Lavadeira do Rio”, parceria com Bráulio Tavares.



Em 2004, o cantor participou de um projeto em Paris chamado “Carte Blanche”, em que ele se apresentou na cidade por dois dias. Os shows, em abril, renderam a gravação do primeiro disco ao vivo só com músicas inéditas. Os sucessos da carreira entraram em um DVD, que foi lançado juntamente com o disco no segundo semestre de 2004. O álbum intitulado “Lenine Incité”, reúne canções apresentadas durante o show em Paris e é seu mais recente trabalho.



DISCOGRAFIA



Lenine Incité (2004)



Falange Canibal (2002)



Na Pressão (1999)



O Dia em que Faremos Contato (1997)



Olho de Peixe (1993)



Baque Solto (1983)



Fonte: http://territorio.terra.com.br/canais/canalpop/biografias/biografia.asp?artistaID=401

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Lampião



Em 04 de junho de 1898 nasceu Virgulino Ferreira da Silva, na fazenda Ingazeira de propriedade de seus pais, no Vale do Pajeú, em Pernambuco, terceiro filho de José Ferreira da Silva e D. Maria Lopes. Seus pais casaram no dia 13 de outubro de 1894, na Matriz do Bom Jesus dos Aflitos, em Floresta do Navio, tendo seu primeiro filho em agosto de 1895, que chamaram Antônio em homenagem ao avô paterno. O segundo filho nasceu dia 07 de novembro de 1896, e foi chamado de Livino. Depois de Virgulino, o casal teve mais seis filhos, quase que ano a ano que foram: Virtuosa, João, Angélica, Maria (Mocinha), Ezequiel e Anália.



Virgulino foi batizado aos três meses de nascido, na capela do povoado de São Francisco, sendo seus padrinhos os avós maternos: Manuel Pedro Lopes e D. Maria Jacosa Vieira. A cerimônia foi oficiada por Padre Quincas, que profetizou:

- "Virgulino - explicou o padre - vem de vírgula, quer dizer, pausa, parada." E arregalando os olhos: - "Quem sabe, o sertão inteiro e talvez o mundo vão parar de admiração por ele".



Quando menino viveu intensamente sua infância, na região que chamava carinhosamente de meu sertão sorridente! Brincava nos cerrados, montava animais, pescava e nadava nas águas do riacho, empinava papagaio, soltava pião e tudo o mais que fazia parte dos folguedos de seu tempo de menino.



A esperteza do menino o fez cair nas predileções de sua avó e madrinha que aos cinco anos o levou para a sua casa, a 150 metros da casa paterna.

À influência educativa dos pais, que nunca cessou, acrescentou-se a desta senhora - a "Mulher Rendeira" - a quem o menino admirava quando ela, com incrível rapidez das mãos, trocando e batendo os bilros na almofada e mudando os espinhos e furos, tecia rendas e bicos de fino lavor.



A primeira comunhão de Virgulino foi aos sete anos na capela de São Francisco, em 1905, juntamente com os irmãos Antônio (dez anos) e Livino (nove anos). A crisma aconteceu em 1912, aos quatorze anos e foi celebrada pelo recém empossado primeiro bispo D. Augusto Álvaro da Silva, sendo padrinho o Padre Manuel Firmino, vigário de Mata Grande, em Alagoas.



No lugar onde nasceu não havia escola e as crianças aprendiam com os mestres-escola, que ensinavam mediante contrato e hospedagem, durante períodos de três a quatro meses nas fazendas. Seu aprendizado com foi os professores Justino Nenéu e Domingos Soriano Lopes.



Ainda menino já trabalhava, carrregando água, enchiqueirando bodes, dando comida e água aos animais da fazenda, pilando milho para fazer xerém e outras atividades compatíveis com sua idade. Mais tarde, jovem, robusto passou aos trabalhos de gente grande: cultivava algodão, milho, feijão de corda, abóbora, melancia, cuidava da criação de gado, e dos animais. Posteriormente tornou-se vaqueiro e feirante



Seu alistamento eleitoral e de seus dois irmãos Antônio e Livino foi feito em 1915 por Metódio Godoi, apesar de não terem ainda os 21 anos exigidos por lei. Sabe-se que votaram três vezes: em 1915, 1916 e 1919.



A vida amorosa dos três irmãos era como a de qualquer jovem de sua idade, e se não houvessem optado pela vida de cangaceiro, certamente teriam cada um constituído sua família e tido um lar estável como foi o de seus familiares. Até entrar para o cancaço, Virgulino e seus irmãos eram pessoas comuns, pacíficos sertanejos, que viviam do trabalho (trabalhavam muito como qualquer sertanejo) na fazenda e na feira onde iam vender suas mercadorias. Virgulino Ferreira da Silva na certa seria sempre um homem comum, se fatos acontecidos com ele e sua família (que narraremos na página "Porque Virgulino entrou para o cangaço") não o tivessem praticamente obrigado a optar pelo cangaço como saída para realizar sua vingança. Viveu no cangaço durante anos, vindo a falecer numa emboscada em 1938, na fazenda Angicos, no estado de Alagoas.



Fonte: http://www.sampa.art.br/SAOPAULO/Biog%20Lampi%C3%A3o.htm

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José Ermírio de Moraes



O ímpeto guerreiro, que o fez construir um dos maiores impérios industriais do País, associado à fabricação de cimento, alumínio, ferro, aço e zinco, se forjou na vida de provações do menino nascido no solo seco do sertão pernambucano. José Ermírio de Moraes, que desembarcou neste mundo a 21 de janeiro de 1890, pertencia a uma típica família da aristocracia rural do Nordeste. O pai, Ermírio Barroso de Moraes, era um senhor de engenho já decadente ao morrer - o garoto tinha apenas dois anos de idade. A mãe, Francisca Jesuína Pessoa de Albuquerque, ou dona Chiquinha, como todos a chamavam, passou a administrar os negócios familiares na pequena Nazaré da Mata, a 60 quilômetros do Recife.



Ladrões de cavalo



Além de espantar os cangaceiros que tentavam roubar os cavalos, dona Chiquinha esmerava-se em viabilizar o sonho do falecido esposo, que desejava dotar o único filho homem sobrevivente na família de sólida formação intelectual e técnica. Não queria ver o moço enredado no bacharelismo em voga na época. Aos 16 anos, José Ermírio embarcou para os Estados Unidos para formar-se engenheiro de minas na Colorado School of Mines. "Cresci ouvindo meu pai elogiar a coragem de vovó Chiquinha", disse a ISTOÉ o filho e também empresário, Antonio Ermírio de Moraes.



Alguns meses após a partida, José Ermírio tratou de enviar uma carta para dona Chiquinha. Estava dispensando a mesada porque havia conseguido um trabalho fora do horário das aulas. Lá, pegou no cabo da pá nas minas de chumbo para se sustentar. Quando retornou ao Brasil, em 1921, tornou-se um profissional disputado a peso de ouro e foi contratado pela Secretaria da Agricultura de Minas Geais para percorrer em lombo de mula todo o Estado, com a incumbência de mapear as riquezas minerais da região. Desistiu de ser funcionário público porque ficou sem receber salário - os cofres públicos estavam raspados.



Em 1924, conheceu a paulistana Helena e seu pai, o industrial português Antônio Pereira Ignácio, dono do maior complexo industrial de tecelagem do País na época, em Sorocaba (SP), a Sociedade Anônima Fábrica Votorantim. Quando o português pôs os olhos naquele rapaz elegante e cheio de boas maneiras, sentiu instatânea afinidade. José Ermírio era o estereótipo do genro e sócio que todo pai procura. O casamento foi celebrado no sofisticado Hotel Esplanada, em São Paulo, em 1925. No mesmo ano, José Ermírio assumia a diretoria dos negócios do sogro e transformou a tecelagem num conglomerado de empresas com tentáculos em vários segmentos de mercado. Em 1933, iniciou sua audaciosa estratégia para expandir os negócios da empresa. Abriu uma indústria de cimento, cuja produção inicial foi destinada à construção do Viaduto do Chá, em São Paulo. Em 1935, ele fundou a Companhia Nitroquímica. Mas o grande salto aconteceu em 1938, quando criou a Usina Siderúrgica da Barra Mansa. O industrial pernambucano acreditava, por pura intuição, que o alumínio - até então importado - seria o metal do futuro. No início dos anos 50, abriu a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) para suprir a demanda no mercado brasileiro, com pleno êxito.



Em 1962, José Ermírio decidiu se afastar do comando da Votorantim para concorrer a uma vaga de senador pelo PTB de Pernambuco. Teve a campanha boicotada, mas conseguiu eleger-se. Os tecidos das faixas usadas para sua propaganda eleitoral eram de alta qualidade e, por isso, a população carente passou a roubá-las para a confecção de roupas. Em 1963, foi nomeado ministro da Agricultura do presidente João Goulart, cargo que ocupou durante apenas cinco meses. Veio o golpe militar, em 1964, e o industrial foi atacado por suas posições tidas como excessivamente progressistas, como a defesa da reforma agrária. No término de seu mandato de senador, em 1971, retornou ao comando do grupo Votorantim.



Sem favorecimentos



A esta altura, um médico particular o acompanhava para todos os lugares - estava com a saúde debilitada em virtude de um derrame cerebral - e tratou de preparar os filhos José Ermírio, Antonio Ermírio, Maria Helena e Ermírio para passar o comando do império, hoje formado por 46 empresas. Morreu de isquemia cerebral a 9 de agosto de 1973. Num discurso no Senado, afirmou: "Como jamais pedi favores ou privilégios, tenho provocado a ira dos pobres-diabos que não acreditam se possa vencer sem negócios fáceis ou favorecimentos. Minha vida tem sido de trabalho, trabalho e mais trabalho."



VOCÊ SABIA?



A mãe tinha sonhos de premonição. Num deles, recebeu o aviso da morte de um dos filhos, Ermírio. O marido morto apareceu e disse: "O José é seu, mas o Ermírio é meu." A previsão se confirmou e, quando José se crismou, a mãe agregou-lhe o nome do irmão morto. Ele passou a se chamar José Ermírio.



Fonte: http://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/empreendedor/emp3.htm

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José Rozenblit



Em 1954, José Rozenblit fundou sua fábrica de discos e gravadora - a primeira a se estabelecer fora do eixo Rio-São Paulo. Com ela, garantiu espaço entre os nomes mais importantes da cultura local. Pioneira na gravação de discos dedicados a gêneros tradicionais como samba-enredo, ciranda, maracatu, carimbó e principalmente frevo, Rozenblit chegou a controlar 22% do mercado fonográfico nacional.



Embora tenha o nome de origem russa, Rozenblit (rosa de sangue) nasceu no Recife, no bairro da Boa Vista. Se não fosse Rozenblit com suas idéias, seu trabalho, sua determinação e sua fábrica de discos na Estrada dos Remédios, hoje não conheceríamos grande parte de nosso frevo e de nossos grandes compositores, intérpretes e arranjadores.



Nomes como Nelson Ferreira, Capiba, Lourival Oliveira, Zé Menezes, Duda, Claudionor Germano e muitos outros fizeram parte desse grande time. Além disso, discos importantes como o primeiro de Tom Zé e o legendário Paêbiru de Lula Côrtes e Zé Ramalho fizeram parte de seu catálogo. Satwa, de Côrtes e Lailson, considerado o primeiro disco independente produzido no Brasil, foi gravado no estúdio localizado na Estrada dos Remédios.



Enquanto empresário da indústria fonográfica, José Rozenblit foi um grande empreendedor cultural, sempre acreditou em nossa música (no frevo, forró, maracatu) e nos artistas da cena musical recifense. Mostrava ter visão de mercado, comandando sua empresa de forma ágil e eficiente, tornando-a capaz se sustentar por seus próprios méritos e esforços.



Um episódio mostra esta agilidade e a atuação planejada de Rozenblit: quando a Seleção Brasileira voltou da Suécia em 1958, cada jogador recebeu um compacto com as músicas “Rei Pelé”, de Ademar Paiva, e “Brasil Campeão do Mundo”, de Nelson Ferreira. Esta edição especial foi gravada, prensada e distribuída com o mínimo de tempo para aproveitar as comemorações da conquista do título mundial. Com toda essa força, o empreendimento de José Rozenblit resistiu até onde pôde contra a invasão cultural das grandes gravadoras multinacionais, porém não sobreviveu às seis enchentes que devoraram sua fábrica e sua gráfica.



Seu trabalho tem tudo a ver com o dinamismo cultural de Recife, com a honra, a glória e a identidade do nosso povo. Não era carnavalesco, porém produziu toda trilha sonora de nossa maior festa e nunca foi reconhecido por seu extenso e valioso trabalho. Este ano [2003], ainda vivo, foi o homenageado do carnaval do Recife. Uma boa escolha para todos nós, afinal a nossa produção musical volta a ter destaque nacionalmente.



Fonte: http://www.cbvweb.com.br/biblioteca/marco2003.asp

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Mário Schenberg



Mário Schenberg nasceu em Recife no ano de 1914. Lá, fez seus primeiros estudos, viajando, ainda criança, para o Rio de Janeiro e para Paris.



O interesse pela tecnologia e pela ciência veio no ginásio. Estudou engenharia inicialmente no Recife. Transferiu-se depois para São Paulo, onde se formou engenheiro eletricista. Em 1934, quando foi criada a Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, Schenberg entrou para o curso de matemática (que pouco diferia do de física) e se formou na primeira turma, em 1936. Nesta mesma época foi fundado o departamento de física em São Paulo, com o professor convidado Gleb Wataghin, recém chegado da Itália. Foi ele quem orientou os primeiros trabalhos em física de três estudantes interessados nessa ciência, sendo um deles Mário Schenberg.



Fez os seus primeiros trabalhos de astrofísica nos Estados Unidos de 1940 a 1942. Nesse período entrou em contato com Albert Einstein e desenvolveu com George Gamow o processo Urca, mecanismo de explosão das estrelas supernovas.



Elaborou ainda, com S. Chandrasekhar, o modelo estelar com núcleo isotôrmico, aplicável ao sol e estrelas semelhantes depois de terminada a produção de energia nuclear no centro da estrela. A partir daí, colaborou com muitos dos maiores físicos teóricos e experimentais contemporâneos.



Em 1953 foi nomeado diretor do Departamento de Física da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo. Ele convenceu o reitor Ulhoa Cintra, com grande resistência tanto dos físicos como dos matemáticos, a comprar o primeiro computador da USP, fomentando, assim, os cursos de computação daquela universidade. Alguns dos maiores físicos teóricos e experimentais brasileiros, como César Lattes, José Leite Lopes, Abrão de Moraes, Jaime Tiomno, Jean Meyer e muitos outros, foram seus alunos.



Durante a década de 1960 lecionou também no Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas no Rio de Janeiro, tendo sido membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia de Ciências do Estado de São Paulo e da Academia de Ciências da América Latina, em Caracas. Em 1983, recebeu o Prêmio Nacional de Ciência e Tecnologia do Conselho Nacional do Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, na área de física.



Mário Schenberg atuou com muitos cientistas laureados com o prêmio Nobel de física. Foi pioneiro em vários campos da física e da química, da astrofísica e da teoria das partículas elementares. É autor de 114 trabalhos sobre astrofísica, física teórica, física experimental, física matemática, análise funcional e geometria



É de grande importância ressaltar a sua atuação como político militante. Foi por duas vezes eleito deputado estadual: pelo partido comunista brasileiro na constituinte de 1946, e na legenda do partido trabalhista brasileiro em 1962.



Em 1946 logo após ter sido eleito, o partido comunista brasileiro foi considerado ilegal e seu mandato foi cassado permanecendo preso por 2 meses. Em 1962 não chegou nem mesmo a exercer o mandato, sendo barrado pela justiça eleitoral em conseqüência de informações contra ele, fornecidas pelo DOPS. Logo depois do golpe de 1964, Schenberg foi preso e permaneceu na prisão, até que teve uma crise de diabetes no cárcere, e foi transferido para um hospital.



Foi muito expressiva a solidariedade internacional e nacional ao professor Schenberg. As autoridades brasileiras receberam apelos e protestos de cientistas de vários países do mundo e de intelectuais de todo o Brasil. Devido a essas pressões os processos instaurados contra ele foram arquivados. Mesmo assim o período posterior foi bastante conturbado.



Mário Schenberg foi presidente da Sociedade Brasileira de Física, e membro do conselho dessa sociedade durante várias gestões. Sua ação se destacou na definição de uma política da comunidade de físicos contra o acordo nuclear Brasil-Alemanha para construção de Usinas Nucleares, pois tinha plena convicção de que no Brasil o reator nuclear não poderia competir de modo algum com a energia hidroelétrica.



O Professor Mário Schenberg nos deixou em 1990. Mas os seus trabalhos, o seu modo de ser e a sua ideologia ficarão eternamente nos corações dos amantes da Ciência.



Fonte: http://shenberg.vilabol.uol.com.br/biografia.htm

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José Leite Lopes



José Leite Lopes nasceu em Recife no dia 28 de outubro de 1918. Realizou seus estudos secundários no Colégio Marista, em Recife. Em 1935 ingressou na Escola de Engenharia de Pernambuco, no curso de Química Industrial. Em 1937, apresentou trabalho no 3o Congresso Sul-americano de Química, realizado no Rio de Janeiro.



No ano de 1940, iniciou o Curso de Física da Faculdade Nacional de Filosofia, no Rio de Janeiro, e concluiu em 1942. Durante o curso de Física, foi professor de ensino secundário no Instituto La-Fayette. Trabalhou, ainda em 1942, a convite do professor Carlos Chagas, no Instituto de Biofísica,



Foi designado, em 1955, Secretário Científico da 1a Conferência Internacional sobre Aplicações Pacíficas da Energia Atômica, patrocinado pela Organização das Nações Unidas.



Em 1958, tomando conhecimento das idéias de Feynman e Guell-Mann que estavam sendo desenvolvidas sobre interações fracas e haviam sido publicadas em Phys. Review sobre interação V.A., Leite Lopes conclui que se as interações fracas têm esta forma e se elas são os resultados da troca de bosons vetoriais entre os fermions, estão estes bosons deveriam pertencer a uma mesma família, como os fotons que são também vetoriais. Todas estas idéias estão apresentadas no primoroso artigo "A Model of the Universal Fermi Interaction", e são uma previsão do atual modelo de unificação das interações. Algumas hipóteses fundamentais apresentadas neste trabalho foram confirmadas por Glashow, Salam e Weinberg.



Foi Diretor da Seção de Física do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) de 1955 a 1961 e deste ano, até 1964, Membro do Conselho Deliberativo (CD).



Durante este período se dedicou à organização do C.B.P.F., como seu Diretor Científico e escreveu livros sobre Física Atômica, Equações Relativísticas e Eletrodinâmica.



Organizou nos anos de 1960 e 1963 a Escola Latino-Americana de Física no Rio de Janeiro e convidou Físicos da estatura de R.P. Feynman, C.N. Yang, A. Laguarrique, G. Puppi e outros.



Foi convidado por Maurice Lévy, em 1964, para ser Professor Associado da Faculdade de Ciências de ORSAY, até 1967.



Ao retornar ao Brasil, passou a organizar o Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, para onde havia sido nomeado Diretor.



Após sua graduação como Químico Industrial (Recife, 1939), como Bacharel em Física (Rio de Janeiro, 1942) e como Doutor em Física, Ph.D. (Princeton, 1946), foi nomeado professor de Física Teórica (Faculdade Nacional de Filosofia, 1946), cargo que manteve até a sua cassação pelo regime militar (1969). Foi sucessivamente Membro do "Institute for Advanced Study" (1949-1950), Secretário Científico da 1ª Conferência Internacional de Energia Atômica (ONU, 1955), Senior Research Fellow no "California Institute of Technology" (1956-1957), Professor Visitante na Faculdade de Ciências de Orsay (1964-1967), na "Carnegie-Mellon University" (1969-1970), Professor Titular na Universidade de Strasbourg (1970-1986), Vice-Diretor do "Centre de Recherches Nucléaires", Strasbourg (1975-1978), Diretor do CBPF (1960-1964, 1986-1989).



É membro da Academia Internacional de Humanismo (Buffalo, N.Y.), da Academia de Ciências do Terceiro Mundo (Trieste, Itália), da Academia de Ciências da América Latina, ganhou a Medalha da Universidade de Strasbourg (1986) e foi agraciado com a Medalha Nacional de Ciências Álvaro Alberto (1989).



Além de trabalhos originais de pesquisa científica e de filosofia da Física, entre os quais o que predisse a existência de bóson Z0 e a unificação das forças eletromagnéticas e as forças fracas (1958), publicou vários livros adotados internacionalmente como "Fondements de la Physique Atomique" (Hermann, 1967), "Lectures on Symmetries" (Gordon & Breach, 1969), "Gauge Field Theories" (Pergamon Press, 1981, 1983), "Theorie Relativiste de la Gravitation" (Masson, 1993) e "Sources et Evolution de la Physique Quantique" (em colaboração com B. Escoubès, Masson, 1995).



Fonte:

http://www.abc.org.br/Gina/curriculo.asp?consulta=llopes&etapa=3&lingua=P

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Vicente do Rego Monteiro



Um artista [pernambucano - Recife (1899 - 1970)] vivido na mítica Escola de Paris, na vanguarda cubista, que assimilou o que de melhor havia e soube manter-se pessoal e brasileiro. Vicente do Rego Monteiro figurou na Semana de Arte Moderna de 1922 em São Paulo, ao lado de Anita Malfatti, Goeldi e Di Cavalcanti, entre outros. Entretanto, já era conhecido internacionalmente, visto que em 1913 ele expõe pela primeira vez no Salon des Indépendants em Paris, onde mantinha contato com artistas como Braque, Léger, Modigliani e Miró. Sua família mudara-se para Paris em 1911. Irmão mais novo dos também pintores Fédora e Joaquim do Rego Monteiro, Vicente, ainda adolescente, faz vários cursos de pintura.



Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, a família Monteiro deixa a França, estabelecendo-se no Rio de Janeiro. Alguns anos depois, Vicente organiza um grande espetáculo no Teatro Trianon, altamente elogiado pelo poeta e crítico Ronald de Carvalho, que sugeriu a Villa-Lobos que escrevesse música para o libreto. Nesse ano - 1921 - o pintor foi procurado por um comerciante de arte que lhe encomendou vários quadros. Ao procurá-lo, encontrou-o de partida para a Europa, pois havia tido prejuízos.



Decidiu, então, voltar para a França, não sem antes fazer presente dos trabalhos a Ronald de Carvalho. Entre eles, um nu cubista, selecionado pelo crítico para a Semana de 22. Passou por dificuldades mas manteve-se trabalhando como capista e ilustrador na imprensa. Em 1923 conhece o colecionador Felipe Leman, que atua para ele como um verdadeiro mecenas. Os críticos franceses chamam atenção para a qualidade do seu trabalho, destacando o vigor da concepção e a beleza da forma.



Além do talento, Vicente do Rego Monteiro era um homem conhecido pela disposição e alegria de viver. Venceu muitos concursos de dança de salão na Paris dos anos 20. Entre 1969 e 1970 fez várias viagens do Recife ao Rio de Janeiro, dirigindo um Gordini. Fez seu nome na França não apenas como pintor, mas também como poeta. Sofisticado e racional, sua produção era tida em alta conta, a exemplo de Cartomancie, composto de pequenos poemas visuais editados em cartas de baralho. Grande nome do Modernismo, sua pintura elaborada não desprezava o entusiasmo por motivos populares.



Foi editor, automobilista, dançarino e ainda encontrou tempo para fabricar aguardente em Pernambuco, a famosa Gravatá, citada em Morte e Vida Severina. João Cabral de Melo Neto, lançado por ele na revista Renovação, recusa-se, no poema que leva o nome do artista, a chamá-lo de pintor ou professor. Palavras pobres, segundo ele, que não revelam seu caráter. Vicente é, diz o poeta, um inventor.



Fonte: http://www.fundaj.gov.br/docs/vicente/vicente.html

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Paulo Freire



Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921 em Recife, no nordeste do Brasil, e faleceu em 2 de maio de 1997 em São Paulo.



Como estudioso, ativista social e trabalhador cultural, Freire desenvolveu, mais do que uma prática de alfabetização, uma pedagogia crítico-libertadora. Em sua proposta, o ato de conhecimento tem como pressuposto fundamental a cultura do educando; não para cristalizá-la, mas como “ponto de partida” para que ele avance na leitura do mundo, compreendendo-se como sujeito da história. É através da relação dialógica que se consolida a educação como prática da liberdade.



Em sua primeira experiência, em 1963, Freire ensinou 300 adultos a ler e escrever em 45 dias. Esse método foi adotado em Pernambuco, um estado produtor de cana-de-açúcar. O trabalho de Freire com os pobres e, internacionalmente aclamado, teve início no final da década de 40 e continuou de forma ininterrupta até 1964.



Em 1964, com o golpe militar que derrubou o governo do presidente João Goulart, eleito democraticamente, Freire foi acusado de pregar o comunismo, sendo detido.



Os 16 anos de exílio foram períodos tumultuados e produtivos: uma estadia de cinco anos no Chile como consultor da UNESCO no Instituto de Capacitação e Investigação em Reforma Agrária; uma nomeação, em 1969, para trabalhar no Centro para Estudos de Desenvolvimento e Mudança Social da Universidade de Harvard; uma mudança para Genebra, na Suíça, em 1970, para trabalhar como consultor do Escritório de Educação do Conselho Mundial de Igrejas, onde desenvolveu programas de alfabetização para a Tanzânia e Guiné Bissau, que se concentravam na reafricanização de seus países; o desenvolvimento de programas de alfabetização em algumas ex-colônias portuguesas pós-revolucionárias como Angola e Moçambique; ajuda ao governo do Peru e da Nicarágua em suas campanhas de alfabetização...



Fonte: http://www.pucsp.br/paulofreire/biografia1.htm

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Paulo Reglus Neves Freire nasceu no Recife, a 19/09/1921, e morreu em São Paulo-SP, a 02/05/1997. Considerado um dos mais importantes educadores do Brasil e reconhecido internacionalmente.



Ficou famoso por conta do método que criou para alfabetização de adultos, o chamado Método Paulo Freire, através do qual os alunos aprendem a ler e escrever a partir de palavras-chave do seu próprio dia-a-dia na comunidade.



O método foi aplicado pela primeira vez em 1962, na cidade de Angicos, interior do Rio Grande do Norte, para alfabetizar, em apenas 45 dias, um grupo de 300 trabalhadores rurais.



Convidado pelo então governador de Pernambuco, Miguel Arraes, Paulo Freire passou a aplicar seu método nas favelas do Recife, trabalho que fazia parte do Movimento de Cultura Popular, do qual foi um dos fundadores.



Durante o governo do presidente João Goulart, assumiu a direção do Plano Nacional de Educação, lançado a 21/01/1964, com a meta de alfabetizar 16 milhões de adultos em três anos. Mas veio o golpe militar de 1964 e Paulo Freire foi preso, ficando 70 dias na prisão, acusado de "atividades subversivas".



Mandado para o exílio, viveu no Chile até 1969; depois, percorreu vários paises. Em 1970 (juntamente com outros exilados brasileiros), fundou, em Genebra, Suíça, o Instituto de Educação Cultural-IDAC, com objetivo de assessorar movimentos de educação em ex-colônias portuguesas. No exterior, onde permaneceu 15 anos, lecionou em universidades de prestígio, entre as quais a de Harvard (USA) e a de Genebra.



Em 1979, foi beneficiado pela anistia e, no ano seguinte, retornou ao Brasil, sendo um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores-PT. Entre 1989 e 1991, foi secretário de Educação da cidade de São Paulo, durante a gestão da paraibana Luiza Erundina. Foi professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e suas dezenas de livros foram traduzidas para vinte idiomas.



Seu livro mais famoso, "Pedagogia do Oprimido", foi editado em 1970 (Editora Paz & Terra, RJ), mas só chegou às livrarias brasileiras quatro anos depois, porque a primeira edição foi censurada pelo governo militar. Estudou na Faculdade de Direito do Recife (onde ingressou em 1943) e, em 1959, obteve o grau de doutorado pela Universidade do Recife.



Morreu depois de passar três dias internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, com problemas cardíacos.



Prêmios:



Prêmio Internacional Rei Balduíno da Bélgica para Desenvolvimento da América Latina (15/11/1980); Prêmio Educação para a Paz, da Unesco (16/09/1986);

Prêmio Moinho Santista (29/09/1995).



Outros cargos que ocupou:

Consultor de Educação para a América Latina do Conselho Mundial das Igrejas (1970);

professor de pós-graduação da Universidade de Campinas-SP - UNICAMP (1980).



Bibliografia:



* "Educação e Atualidade Brasileira", tese de concurso público para a cadeira de História e Filosofia da Educação da Escola de Belas Artes de Pernambuco, Universidade do Recife, 1959.

* "A Propósito de uma Administração", Imprensa Universitária, recife, 1961.

* "Alfabetização e Conscientização", Editora Emma, Porto Alegre, RS, 1963.

* "Educação Como Prática da Liberdade", Editora Paz e Terra, RJ, 1967.

* "Pedagogia do Oprimido", Editora Paz e Terra, RJ, 1970.

* "Extensão ou Comunicação?", Rio de Janeiro, 1988. Primeira edição no Chile, em 1969.

* "Ação Cultural para a Liberdade e Outros Escritos", Editora Paz e Terra, RJ, 1976.

* "Educação e Mudança", Editora Paz e Terra, RJ, 1981. Primeira edição na Argentina, 1966.

* "Cartas à Guiné-Bissau: Registros de uma Experiência em Processo", Editora Paz e Terra, RJ, 1977.

* "Consciência e História: a Práxis Educativa de Paulo Freire" (antologia), Loyola, SP, 1979.

* "Conscientização: Teario e Prática da Libertação - Uma Introdução ao Pensamento de Paulo Freire", Loyola, SP, 1979.

* "Ideologia e Educação: Reflexões sobre a Não-Neutralidade da Educação", Editora Paz e Terra, RJ, 1981.

* "A Importância do Ato de Ler", Cortez/Autores Associados, SP, 1982.

* "Sobre Educação", vol I, com Sérgio Guimarães, Editora Paz e Terra, RJ, 1982.

* "Educação Popular", Todos irmãos, Lins-SP, 1982.

* "Aprendendo com a Própria História", Editora Paz e Terra, RJ, 1987.

* "A Educação na Cidade", Cortez, SP, 1991.

* "Pedagogia da Esperança: Um Reencontro com a Pedagogia do Oprimido", Editora Paz e Terra, RJ, 1992.

* "Professora Sim, Tião Não: Cartas de Quem Ousar Ensinar", Olho D Água, SP, 1993.

* "Política e Educação: Ensaios", Cortez, SP, 1993.

* "Cartas a Cristina", Editora Paz e Terra, RJ, 1994.

* "À Sombra desta Mangueira", Olho D Água, SP, 1995. Com outros autores:

* "Vivendo e Aprendendo" , com Cláudio Ceccon, Rosiska Darcy de Oliveira e Miguel Darcy de Oliveira, Brasiliense, SP, 1980.

* "Paulo Freire ao Vivo", com professores e alunos da Faculdade de Ciências e Letras de Sorocaba, Loyola, SP, 1983.

* "Essa Escola Chamada Vida", com Frei Beto, Ática, SP, 1985.

* "Pôr uma Pedagogia da Pergunta", com Antônio Faundez, Editora Paz e Terra, RJ, 1985.

* "Pedagogia: Diálogo e Conflito", com Moacir Gadotti e Sérgio Guimarães, Cortez, SP, 1985.

* "Fazer Escola Conhecendo a Vida", com Adriano Nogueira e Débora Mazza, Papirus, Campinas-SP, 1986.

* "Alfabetização: Leitura do Mundo da Leitura da Palavra", com Donaldo Macedo, Editora Paz e Terra, RJ, 1990.

* "Medo e Ousadia: O Cotidiano do Professor", com Ira Shor, Editora Paz e Terra, RJ, 1987.

* "Na Escola Que Fazemos..., Uma Reflexão Interdisciplinar em Educação Popular", com Adriano Nogueira e Débora Mazza, Vozes, Petrópolis, 1988.

* "Que Fazer: Teoria e Prática em Educação Popular", com Adriano Nogueira, Vozes, Petrópolis, 1989.

* "Disciplina na Escola: Autoridade Versus Autoritarismo", com Arlete D"Antola, EPU, SP, 1989.

* "Educação como Ato Político Partidário", com Alberto Damasceno e Lisete Regina Gomes Arelaro, Cortez, SP, 1989.

* "Paulo Freire: Trabalho, Comentário, Reflexão", com Adriano Nogueira e João Wanderley Geraldi, Vozes, Petrópolis, 1990.



Sobre o autor:



* Comunicação e Cultura: As Idéias de Paulo Freire", Venício Artur de Lima, Editora Paz e Terra, RJ, 1981.



Fonte: http://www.pe-az.com.br/biografias/paulo_freire.htm

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Aloísio Magalhães



Aloísio Barbosa Magalhães (Recife PE 1927 - Pádua, Itália 1982). Pintor, designer, gravador, cenógrafo, figurinista. Forma-se em direito na Universidade Federal de Pernambuco. Entre 1951 e 1953 permanece em Paris com bolsa de estudo do governo francês. Estuda com o gravador inglês Stanley Willian Hayter, no Ateliê 17, e freqüenta aulas de museologia na Escola do Louvre. De volta ao Brasil, participa da criação da oficina tipográfica experimental O Gráfico Amador, em 1954. Em 1956 viaja aos Estados Unidos, onde se dedica às artes gráficas e à programação visual. Publica com Eugene Feldman os livros Doorway to Portuguese e Doorway to Brasília e leciona na Philadelphia Museum School of Art. Retornando ao Brasil, torna-se professor de cenografia na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco.



Nas décadas de 60 e 70 dedica-se à comunicação visual, sendo considerado um pioneiro nesse campo no Brasil. Recebe o primeiro prêmio no concurso para a escolha dos símbolos da Fundação Bienal de São Paulo e do 4º Centenário do Rio de Janeiro, entre outros [Responsável, em 1968, pelo desenho das cédulas do cruzeiro novo.]. Leciona comunicação visual na Escola Superior de Desenho Industrial, no Rio de Janeiro, além de ter colaborado na sua fundação.



Em 1979 é nomeado diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e no ano seguinte, presidente da Fundação Nacional Pró-Memória. Em 1981 torna-se secretário da Cultura do Ministério da Educação e Cultura.



Em 1985 é publicado o livro E Triunfo? A questão dos bens culturais no Brasil, pela Editora Nova Fronteira, reunião de discursos, ensaios e conferências de Aloísio Magalhães sobre política cultural. Em 1982, em sua homenagem, a Galeria Metropolitana de Arte do



Recife passa a denominar-se Galeria Metropolitana de Arte Aloísio Magalhães. Em 1997 o nome da instituição é alterado para Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães.



Fonte: http://www.itaucultural.org.br/

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Cristovam Buarque



Cristovam Buarque [pernambucano, recifense - 1943] é engenheiro mecânico, formado pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1966, e doutor em Economia pela Sorbonne, Paris, em 1973. Entre 1973 e 1979, trabalhou no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington, e desde 1979 é professor da Universidade de Brasília, da qual foi reitor de 1985 a 1989. Entre 1995 e 1998 governou o Distrito Federal e em 2002 elegeu-se senador pelo PT com a maior votação dada a um político no Distrito Federal. É membro do Instituto de Educação da Unesco.



Durante o mandato de governador, ficou conhecido como administrador que cumpriu seu compromisso com a inclusão social, transformando em lei o que escreveu nos 20 livros que publicou. Entre as diversas soluções criativas para combater a pobreza imaginadas pelo professor Cristovam e implantadas pelo governador Cristovam, a mais conhecida no Brasil e no exterior é a Bolsa-Escola, responsável por uma revolução na educação e na luta pela erradicação da pobreza.



De 1999 a 2002, Cristovam Buarque dividiu seu tempo entre a UnB, seus escritos e a Organização Não-Governamental Missão Criança, criada por ele para promover a bolsa escola, idéia que mantém mais de mil famílias com bolsa escola financiada com recursos privados.



Sua gestão no Ministério da Educação foi marcada pela obstinação com o compromisso do PT de realizar no Brasil uma verdadeira revolução educacional. Nos 13 meses em que atuou como ministro disseminou a noção de que a educação não é mero serviço ou direito assistencial, e sim a única maneira de construir um País moderno, solidário e eficiente.



Suas metas no MEC incluíam a eliminação do analfabetismo; a garantia de escola pública de qualidade para todas as crianças, a partir dos 4 anos de idade, até a conclusão do ensino médio; a formação e valorização do professor, incluindo a duplicação de seu salário; a modernização das escolas e dos métodos de ensino, que incluíam tanto a reforma física quanto a implantação de técnicas de ensino a distância; e uma reforma da universidade brasileira, para que ela responda aos desafios éticos e técnicos do Século XXI.



Ao longo de sua carreira, Cristovam publicou 20 livros e colaborou por mais 20 vinte anos com jornais e revistas de larga circulação. Também trabalhou como consultor de diversos organismos nacionais e internacionais do sistema das Nações Unidas. Foi Presidente do Conselho da Universidade para a Paz das Nações Unidas, membro do Conselho Presidencial que elaborou a proposta de Constituição (Constituinte, 1987) e integrante da Comissão Presidencial para a Alimentação, dirigida por Betinho.



Fonte: http://www.cristovam.com.br

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João Pernambuco



(“...Bach não se envergonharia em assinar os estudos de João Pernambuco como sendo seus...” - Villa-Lobos)



João Teixeira Guimarães nasceu em Jatobá, sertão pernambucano, em 02/11/1883 e faleceu no Rio de Janeiro em 16/10/1947.



Com uma muda de roupas, seu violão e muitos sonhos, desembarcou João, aos vinte anos de idade, na então capital da República. Trabalhava como ferreiro em jornadas de até dezesseis horas diárias. O pouco tempo que lhe restava era dedicado ao violão. Para os seus amigos e admiradores, em número sempre crescente, contava e cantava coisas de sua terra, daí o apelido de João Pernambuco.



Já em 1908 era considerado um dos bambas do Choro, ao lado de nomes como Quincas Laranjeiras, Ernani Figueiredo, Zé Cavaquinho e Satiro Bilhar. Paralelamente ao Choro, desenvolvia seu trabalho nas canções regionais através de composições suas e de violeiros e cantadores nordestinos. João Pernambuco também cantava e cantava bem. Nas cordas, além do violão que manejava com maestria e no qual desenvolveu uma técnica peculiar, era hábil na viola. Compôs mais de cem músicas entre choros, valsas, jongos, maxixes, emboladas, toadas, cocos, prelúdios e estudos. Suas composições mais conhecidas são Luar do Sertão (parceria com Catulo da Paixão Cearense) e Sons de Carrilhões.



É a obra deste grande homem, grande em estatura (1,84 m) e em caráter e que traz em seu apelido o compromisso com o seu povo que iremos agora focalizar. Esta obra possui duas vertentes bem distintas: a violonística e a sertaneja.



A Canção Sertaneja foi consolidada a partir da aceitação popular da toada Caboca de Caxangá, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense e da importância que teve a participação de João Pernambuco apresentando canções folclóricas no Ciclo de Conferencias sobre Temas Folclóricos organizado por Afonso Arinos de Mello Franco e realizado em São Paulo em 18/12/1915.



João Pernambuco organizava grupos cujos integrantes usavam trajes típicos e adotavam nomes de famosos cantadores nordestinos como p.ex: Grupo Caxangá, Troupe Sertaneja e Trio Viriato Correia/ Storni/ Pernambuco.



Participou também, entre 1919 e 1922, do conjunto Oito Batutas que mais tarde alcançaria fama ao excursionar pela Europa. Antes disto Arnaldo Guinle financiou uma excursão deste conjunto pelo interior dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo e ao Nordeste, com o intuito de recolher material folclórico. A presença de João, já reconhecido como autoridade no assunto, foi de fundamental importância nesta empreitada.



Graças à influencia de João Pernambuco, vieram ao Rio de Janeiro na década de vinte do século passado os conjuntos Turunas Pernambucanos, Turunas da Mauricéia e A Voz do Sertão. Com estes conjuntos vieram músicos maravilhosos que alcançaram grande projeção por aqui, como foi o caso de Luperce Miranda, Augusto Calheiros, Jararaca e Ratinho. O cego Manoel de Lima e Jaime Florence, mais conhecido como Meira. O sucesso destes grupos acabou por influenciar grupos formados no Rio como o Bando dos Tangarás (Integrado por Noel Rosa, Almirante e João de Barro dentre outros), e em São Paulo principalmente, onde a partir de 1927 viveu a canção sertaneja o seu apogeu, que duraria até 1935. Surgiram então os Turunas Paulistas, os Batutas Paulistas, o Conjunto Verde-Amarelo, os Chorões Sertanejos, a Orquestra Colbaz e o Sexteto Bertorino Alma.



Os interpretes mais representativos desta fase foram Paraguassú, Raul Torres, Jaime Redondo, Januário de Oliveira, Stefana de Macedo e Elsie Houston-Péret.



Integrava estes grupos uma geração de músicos do mais alto nível como Gaó, Alberto Marino, Atílio Granny, Zezinho do Banjo (que seria conhecido depois como Zé Carioca), Jonas Aragão, José Sampaio, Aymoré, Nestor Amaral e Garoto.



Como retribuição àquele que tanto fez pela divulgação desta música, foi justamente em São Paulo que João Pernambuco gravou a parte mais expressiva (em qualidade e em quantidade) de sua obra em ambas vertentes. Nestas gravações foi acompanhado com extrema competência por Zezinho (Zé Carioca) e teve em Stefana de Macedo uma graciosa intérprete de suas músicas.



A santíssima trindade dos precursores do violão brasileiro é constituída por Quincas Laranjeiras, João Pernambuco e Levino Albano da Conceição, e a obra violonística de João era de tal densidade e profundidade que a ela assim Villa-Lobos se manifestou: “...Bach não se envergonharia em assinar os estudos de João Pernambuco como sendo seus...”. O renomado musicólogo Mozart de Araújo não fez por menos: “João Pernambuco está para o violão assim como Ernesto Nazareth está para o Piano”. Reza a lenda que o notável Agustín Barrios numa de suas vindas ao Rio de Janeiro emocionou-se ao ver João tocar e dedicou-lhe o seu Choro da Saudade.



A edição em partituras de várias músicas de João Pernambuco, através do esforço do grande violonista Turíbio Santos, acabou por despertar o interesse de muitos violonistas sobre esta obra. Em pouco tempo, estas peças seriam obrigatórias no repertório violonístico. Importantes na divulgação desta obra foram os trabalhos “Caio César interpreta João Pernambuco,vol 1”; “João Pernambuco, o Poeta do Violão” e “Descobrindo João Pernambuco”, estes dois últimos devidos a Leandro Carvalho. Por ocasião do centenário de João, a Funarte produziu um LP com Antonio Adolfo e o Nó em Pingo Dagua, uma biografia “João Pernambuco-Arte de Um Povo” de José de Souza Leal e Artur Luiz Barbosa e um caderno de musicas com arranjos de Maurício Carrilho e Antonio Adolfo.



João Pernambuco possuía muitos amigos, como Quincas, Patrício Teixeira, Rogério Guimarães, Zé Cavaquinho, Levino Albano, Aymoré, Armando Neves, Donga e Pixinguinha, Meira, Luperce Miranda , Almirante, Villa-Lobos, Dilermando Reis, enfim, uma lista interminável! Mas não se deve esquecer a importância que João teve na formação artística de um gênio de nossa música chamado Pixinguinha. Amigos desde 1912, Donga, Pixinguinha (este com quatorze anos) e João moravam numa república na rua do Riachuelo 268. Era de lá que saia nos carnavais o Grupo Caxangá e foi também nesta época que produziram Sabia, Os Três Companheiros e Estou Voltando. Estiveram juntos de 1914 até 1919 no Caxangá e de 1919 até 1922 nos Oito Batutas, que nesta fase era um conjunto predominantemente sertanejo.



De 1928 até 1935 morou João Pernambuco no casarão da Av. Mem de Sá 81, onde funcionava uma república que abrigava, em sua maioria, a músicos e jogadores de futebol. Lá João organizava animadas e concorridas rodas de choro que contavam com a participação de Donga, Pixinguinha, Patrício Teixeira, Rogério Guimarães e, ocasionalmente, Villa-Lobos.

Foi também neste lugar que João conheceu, por intermédio de seu amigo Levino, um então jovem e promissor violonista chamado Dilermando Reis.



João Pernambuco foi reverenciado por grandes violonistas como Garoto, Baden Powell, Paulinho Nogueira, Rafael Rabello e hoje em dia suas músicas são executadas por violonistas de várias nacionalidades.



Este é João Pernambuco, o Poeta do Violão!



Fonte: http://www.samba-choro.com.br/artistas/joaopernambuco

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Josué de Castro



Médico, pesquisador e escritor, Josué Aplônio de Castro nasceu no Recife, a 05/09/1908. Formado pela Faculdade Nacional de Medicina da Universidade do Brasil, em 1929.



Foi um dos maiores estudiosos do problema da fome e desnutrição no Nordeste brasileiro.



Livre-docente de Fisiologia da Faculdade de Medicina do Recife, 1932; Professor Catedrático de Geografia Humana da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais do Recife, 1933 a 1935.



Professor Catedrático de Antropologia da Universidade do Distrito Federal, 1935 a 1938; Professor Catedrático de Geografia Humana da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, 1940 a 1964.



Em 1933, foi Chefe da Comissão que realizou o inquérito sobre as Condições de Vida das Classes Operárias do Recife, primeiro inquérito desta natureza levado a efeito no Brasil.



Membro da "Comissão de Inquérito para Estudo da Alimentação do Povo Brasileiro", realizado pelo Departamento Nacional de Saúde em 1936. ldealizador, Organizador e Diretor do Serviço Central de Alimentação, depois transformado no Serviço de Alimentação da Previdência Social (SAPS ), 1939 e 1941.



Foi Presidente da Sociedade Brasileira de Alimentação, de 1942 a 1944, e idealizador e diretor do Instituto de Nutrição da Universidade do Brasil, 1946.



Entre 1952 e 1956, foi presidente do Conselho da Organização para Alimentação e Agricultura das Nações Unidas (FAO), da qual fora membro do "Comitê Consultivo Permanente de Nutrição", em 1947.



Convidado oficial de governos de vários países para estudar problemas de alimentação e nutrição, realizou trabalhos na Argentina (l942), Estados Unidos (l943), República Dominicana (l945), México (l945), França (l947).



Presidente eleito do Comitê Governamental da Campanha de Luta Contra a Fome, ONU, 1960. Foi, ainda, fundador e Presidente do Centro Internacional para o Desenvolvimento - (CID) , Paris, 1965 - 1973.



Presidente da Associação Médica Internacional para o Estudo e Condições de Vida e Saúde (AMIEV), 1970. - Professor Estrangeiro Associado ao Centro Universitário Experimental de Vincennes, Universidade de Paris, 1968 a 1973.



Deputado Federal pelo Estado de Pernambuco, 1954 a 1962. Embaixador do Brasil na ONU, em Genebra, 1962 a 1964, demitiu-se em virtude do golpe militar de 31 de março de 1964 que, através do Ato Institucional Nº.1, lhe cassaria os direitos políticos, em 09 de abril daquele ano.



Exilado na França, morreu em Paris, a 24 de setembro de 1973, deixando vários livros publicados e traduzidos em mais de vinte idiomas.



Bibliografia



"O Problema da Alimentação no Brasil", Companhia Editora Nacional, São Paulo/Rio de Janeiro, 1933 (Col. Brasiliana).



"O Problema Fisiológico da Alimentação no Brasil", Editora Imprensa Industrial, Recife, 1932.



"Condições de Vida das Classes Operárias do Recife", Departamento de Saúde Pública, Recife, 1935.



"Alimentação e Raça", Editora Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, l935.



"Therapeutica Dietética do Diabete", ln: Diabete. Livraria do Globo, Porto Alegre, 1936. p.271-294.



"Documentário do Nordeste", Livraria José Olympio, Rio de Janeiro, 1937.



"A Alimentação Brasileira à Luz da Geografia Humana", Livraria do Globo, Rio de Janeiro, 1937.



"Fisiologia dos Tabus", Editora Nestlé, Rio de Janeiro, 1939.



"Geografia Humana", Livraria do Globo, Rio de Janeiro, 1939.



"Alimentazione e Acclimatazione Umana nel Tropici", Milão, 1939.



"Geografia da Fome", Editora O Cruzeiro, Rio de Janeiro, 1946. Última Edição - Gryphus, RJ, 1992. Prêmio José Veríssimo da Academia Brasileira de Letras.



"La Alimentación em los Tropicos", Fondo de Cultura Económica, México, 1946.



"Fatores de Localização da Cidade do Recife", Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1947. 81p.



"Geopolítica da Fome", Casa do Estudante do Brasil, Rio de Janeiro, 1951.



"A Cidade do Recife - Ensaio de Geografia Humana", Casa do Estudante do Brasil, Rio de Janeiro, 1956.



"Três Personagens", Casa do Estudante do Brasil, Rio de Janeiro, 1955.



"O Livro Negro da Fome" Editora Brasiliense, São Paulo, 1957.



"Ensaios de Geografia Humana", Editora Brasiliense, São Paulo, 1957.



"Ensaios de Biologia Social", Editora Brasiliense, São Paulo, 1957.



"Sete Palmos de Terra e um Caixão", Editora Brasiliense, São Paulo, 1965.



"Ensayos sobre el Sub-Desarrollo", Siglo Veinte, Buenos Aires, 1965.



"Adonde va la América Latina?", Latino Americana, Lima, 1966.



"Homens e Caranguejos", 1.ed. Porto, Brasília, 1967.



"A Explosão Demográfica e a Fome no Mundo", ltaú, Lisboa, 1968.



"EI Hambre - Problema Universal", La Pléyade, Argentina, 1969.



"Latin American Radicalism", Vintagem Books, New York, 1969.



"A Estratégia do Desenvolvimento", Cadernos Seara Nova, Lisboa, 1971.



"Mensagens", Colibri, Bogotá, 1980.



"Fome um Tema Proibido", Editora Vozes, Petrópolis, 1983. Última Edição - Companhia Editora de Pernambuco, 1996. Organizadora: Anna Maria de Castro.



"Festa das Letras", Última Edição - Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1996.



Prêmios:



Prêmio Pandiá Calógeras, 1937.



Prêmio José Veríssimo da Academia Brasileira de Letras, 1946.



"Prêmio Roosevelt" da Academia de Ciências Políticas dos EUA, 1952.



"Grande Medalha da Cidade de Paris", 1953.



"Prêmio Internacional da Paz", 1954.



Grande Cruz do Mérito Médico, Brasil.



"Oficial da Legião de Honra", França, 1955



Fonte: http://www.pe-az.com.br/biografias/josue_de_castro.htm



















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