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Artigos-->TODOS SOMOS POLÍTICOS -- 23/08/2005 - 22:27 (Francisco Miguel de Moura) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TODOS SOMOS POLÍTICOS



Francisco Miguel de Moura*



Já me pediram que falasse de política. A tentação me bateu. Tudo é política, não apenas falar dos presidentes Collor, Sarney, Ithamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula, dos deputados e senadores, etc. etc. e de seus atos. Eles passam. Perenes são, pelo menos no Brasil, o colonialismo, o individualismo, a escravidão de todas a cores, os preconceitos, o latifúndio, o analfabetismo, desde o tempo da Colônia. A política se mete em todos os meandros de nossa vida, nos mais íntimos e menores atos, aqueles onde menos se espera. A partir dos grandes chegaremos aos pequenos. Exemplos: – O Brasil já ganhou um Prêmio Nobel? Outros países de menor importância econômica e cultural já o levaram. Aqui há uma elite que cultiva as letras com a beleza e altitude dos melhores do mundo. Aqui há quem cuide dos movimentos sociais, capaz de ganhar um Nobel da Paz. Somos uma nação de paz, praticamos a diplomacia da concórdia, do pacifismo. Mas o Brasil já ganhou Copas do Mundo e outras competições. Sim. E que tipo de gente são os jogadores de futebol? Os novos reis analfabetos é o mínimo que se pode dizer. Possuímos cientistas de nome internacional? Sim. Já fazemos parte do Conselho de Segurança da ONU? O Brasil possui um escritor de renome internacional, mesmo sem Nobel? Jorge Amado, morreu sem o Nobel. Ficou um Paulo Coelho. Que diferença! O Brasil é a nação com maior número de católicos no mundo. Já tivemos um Papa? Há que perguntar porque todas essas lacunas culturais. Discriminação ou, no mínimo, esquecimento. Nosso povo é faminto, doente, mal-educado, desorganizado, desgovernado, apesar do tanto de tributos que pagamos, uma das cargas maiores do mundo. Só no setor de transporte enumeremos: taxa rodoviária, emplacamento, estacionamento, gasolina (neste produto estão embutidos várias taxas e impostos) e veículo caríssimo (em cujo preço estão presentes cerca dos 60% que o governo leva). Mesmo assim os que podem, e os que não, se valem do transporte individual, porque o coletivo, quando e onde existe, é deficiente, péssimo e caro.

Para que servem as nossas manifestações culturais? O samba devia ser para fazer figura nos projetos de turismo e mostrar nossa orgulho de nação, competir com os demais na difusão dos nossos costumes, de nossa vida aqui dentro e lá fora. Não. Fica só no Carnaval, que o descaracterizou totalmente, para satisfazer as tendências internacionais da globalização e exportação de mulatas, prostitutas, desempregadas e desvalidas. Quantas não se estão prostituindo, atendendo a apetites inconfessáveis? Para que serve o nosso bom esporte? Para exportar jogadores, sem uma política que leve o sentimento de amor à pátria. O que falta? Vergonha. Do governo e do povo. Daquele, porque compra as eleições; deste, porque se vende por um prato de lentilhas (digo, feijão), que serve apenas para alimentar por um dia. Daí só podem sair maus legisladores, administradores, magistrados, funcionários institucionais, etc. Bem que eu falei que não gostaria de escrever sobre política. De educação, economia, artes, folclore tenho falado. Existe solução? É criar vergonha. Só que isto demora gerações. Educação moral se aprende em casa, depois é que vem a escola por complemento. E como vai a família? E como vai a escola? E como vãos os analfabetos, os semi-alfabetizados e os analfabetos funcionais? Como vai a infância desvalida? Como vão as “febéns” e as cadeias, e as ruas, e as polícias, e a segurança? Como vão os sem-terra, sem-casa, sem-família, sem-emprego, sem-nada?

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*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina. E-mail: franciscomigueldemoura@superig.com.br



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