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Discursos-->Discurso de posse ACADEMIA VENCESLAUENSE DE LETRAS -- 09/04/2009 - 23:00 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Meu querido presidente ALDIR SORIANO da ACADEMIA VENCESLAUENSE DE LETRAS

Minhas queridas confreiras e meus queridos confrades



Nesta noite de gala e luz, engalanada por acadêmicos ilustres, que, no dia 9 de setembro de 2007, às dez horas, reuniram-se na Faculdade de Filosofia, para juntos fundarem este Sodalício de Cultura e Fé, nos ideais de um mundo novo, de esperanças no porvir de uma geração destemida, é-me sumamente honroso

Pisar esta terra de Coroados,
Depois também chamada Perobal
Pelos primitivos habitantes deste
Abençoado rincão nascido com os trilhos
Da velha linha sorocabana, que meu pai
Palmilhou passo a passo como velho mascate,
Nos idos do século passado,
Trazendo para cá um pouco da alegria e tristeza,
Que trouxera da velha Europa,
Para se juntar aos bandeirantes, aos espanhóis, aos japoneses.
E ajudar a forjar este povo de bravos, de heróica resistência!

Pensei, minhas amigas e amigos, elaborar um discurso acadêmico, para este momento de tanto júbilo, mas preferi apenas recordar meu velho pai, que por aqui passara, e dizer-lhes do orgulho, que sinto, de poder participar e tomar posse nesta Academia que nascera soberba para, com seus filhos e filhas, divulgar as letras e tornar este torrão um centro de irradiação de cultura e benfazeja associação de nobres cultores de nossa língua e literatura.

Escolhi Monteiro Lobato como patrono de minha cadeira, porque tanto Lobato quanto Orwell e Huxley foram os grandes visionários do Século que se passou, concebendo um mundo que estamos vivendo intensamente.

Orwell, fascinante autor de 1984, criou um universo que parecia fantasia, entretanto, quem diria, somos vigiados, em toda parte e em todos os momentos, e nos tornamos prisioneiros do medo e de nós mesmos. Coincidência ou profecia? Alinho-me à última hipótese.
Huxley, Verne e tantos outros teceram a realidade vivenciada pelos humanos, de tal sorte que parece estarmos dentro de sua criação.

Finalmente, para quem leu Monteiro Lobato na infância, e o releu neste momento, sente calafrios ao terminar a leitura. Não foi preciso esperar o ano 2228. Basta que comparemos a trágica hecatombe e a limpeza das raças, que Hitler pretendeu impor, para concluirmos que Lobato não brincou em serviço. Sua previsão, com relação à eugenização dos humanos, ocorreu, há menos de sessenta anos.
A semelhança do aparelho concebido pelo escritor com o computador é fantástica. O autor escreve sobre as comunicações radiadas. A descrição dos choques das raças é assustador pelas previsões que faz. Vale a pena ler e tirar as próprias conclusões. Não apressadas, é óbvio!Era o ano de 1926.

Não creio que o autor fosse racista ou defensor de idéias abomináveis. Apenas previu, e com muita verossimilhança, o terror que iria dominar os homens!

As sociedades organizaram-se e tornaram-se cada vez mais sofisticadas, imitando, com extrema perfeição, o mundo criado por Monteiro Lobato, em O Presidente Negro e o orweliano em 1984, a ponto de viverem os seres humanos encurralados na prisão invisível, ou ironicamente mais que visível, criada pela moderna tecnologia, sem sequer poder respirar livremente ou amar, longe os olhos e ouvidos dos sensores, espiões amaldiçoados que maculam a beleza da vida e a liberdade, tudo por amor à segurança e, pasmem, à bisbilhotice de estadistas e Estados totalitários, sob a fachada democrática, tão a gosto de ditadores travestidos de democratas. É a vergonha da criação.

Não obstante, queridas confreiras e queridos confrades, HÁ SEMPRE A VONTADE DE VIVER, DE PARTICIPAR E A ESPERANÇA, porque o ser humano é o único ser vivente capaz de modificar conscientemente o mundo em que vive, para o mal ou para o bem!

Muito obrigado pela honraria que me concederam. Jamais esquecerei este momento de glória e felicidade.

Leon Szklarowsky

Presidente Venceslau, 8 de abril de 2009





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